Muitos pomerodenses devem ter em suas casas os famosos “Patenbriefe” (carta do padrinho/madrinha). Esse costume é uma tradição antiga entre o povo germânico e remonta do século XVI. Mas só no século XVIII, por volta de 1750, essa prática ganhou popularidade e passou a ser um costume utilizado não somente entre a nobreza e burguesia, mas em todas as camadas sociais. Naquela época, os Patenbriefe eram acompanhados de moedas, pão ralado e sal, demonstrando o desejo de prosperidade.

Os Patenbriefe sempre foram elaborados com ditos ou versículos bíblicos e com imagens muitas vezes representando o batismo ou demais cenas bíblicas. Em Pomerode, durante muitas décadas os Patenbriefe vinham acompanhados de sementes (milho, feijão), agulha e linha de costura, penas de aves, crina de cavalo e muitos outros itens. Todo objeto colocado no Patenbrief tem a intenção de desejar sorte para a criança em seu futuro. Com esse ato os padrinhos desejam prosperidade ao longo de sua vida. Os objetos são colocados no Patenbrief, que é uma espécie de caixinha com uma carta dentro, detalhes rosa para a menina e azul para o menino.

O pomerodense Edemar Voigtlaender guarda há décadas suas cartas dos padrinhos com muito esmero. Ele ressalta que num dos seus Patenbrief, recebeu pedaços de pão (curiosamente o mesmo costume que ocorreu há séculos na Europa). Em outro Patenbrief de Edemar, de forma inusitada há um cigarro. Todos os objetos colocados no Patenbrief tinham a intenção de desejar prosperidade, inclusive o cigarro, pois as lavouras de fumo eram sinônimo de renda. Além da tradição do Patenbrief, outro costume presente nos lares é o ato de avaliar a possível futura profissão do bebê. Quando a criança completa um ano de idade, se faz um teste, digamos assim, para avaliar o que será no futuro: “se coloca alguns objetos a certa distância da criança como, um livro, uma tesoura ou sementes. A criança vai engatinhar ao encontro dos objetos dispostos e por aquele que ela primeiro optar e pegar na mão, será provavelmente a profissão que seguirá no futuro.
