Ércio Kriek volta ao DEM, antigo PFL, que o projetou politicamente
Ércio Kriek, depois de passar um período filiado ao PSDB, volta ao Democratas (DEM), partido onde cresceu politicamente. Foi através do DEM (antigo PFL), também, que ele foi eleito vereador, vice-prefeito e prefeito de Pomerode. Com essa mudança no cenário político de Pomerode, Ércio colocou seu nome à disposição do partido e pode ser candidato à prefeitura em 2016.
Porque decidiu sair do PSDB e voltar para o
DEM?
Só saí do DEM, naquela época, porque quando se criou o PSD a impressão que se tinha era que o DEM iria desaparecer. Em razão disso, o PSDB, através do Gilmar Knaesel, conversou comigo. Estava tudo praticamente certo e alguns dias antes de encerrar o prazo, o Paulo Gouvêa entrou em contato comigo, mas já estava tudo preparado para a minha ida ao PSDB. Então não achei correto voltar atrás da minha decisão. De forma alguma pedi para as pessoas irem junto comigo. Até dizia “se vocês quiserem ficar no DEM, eu preferiria que vocês ficassem”. O DEM é o partido do meu coração. Foi meu primeiro partido e todos os cargos eletivos que eu assumi foram pelo DEM, ou pelo PFL. Muitas das pessoas que venceram comigo e estavam comigo, continuaram no DEM. E também porque eu me identifico mais com a filosofia do partido. Por essa razão, fizeram o convite e as propostas que eles têm são as que eu defendia e vou continuar defendendo. Da mesma maneira como quando fui ao PSDB, agora também não convidei ninguém para vir comigo. Não é meu interesse criar intrigas com o PSDB. O motivo foi a questão de filosofia e a história que construí dentro do DEM.
Sobre concorrer à prefeitura no próximo ano,
existe a possibilidade de você disputar o cargo?
No começo desse ano, o DEM me fez o convite, porque eles me viam como um bom candidato. Na ocasião eu até coloquei que eu não tenho essa pretensão de brigar para ser candidato a prefeito. Até porque não vejo as coisas dessa maneira. Talvez pelo fato de ter sido vereador, vice-prefeito e prefeito, sou um nome que acaba sendo lembrado. Mas eu sou um candidato a candidato. Se necessário for me coloco à disposição, para defender aquilo que eu acho que é correto e aquilo que o partido defende. Mas falta um ano para as eleições, então, tudo na política é muito volátil. Por essa razão não se tem como afirmar. Tanto que “dessa água não beberei” é uma passagem que não uso. Pode ser que eu seja, mas existem outros bons nomes dentro do Democratas que poderiam e, com certeza, fariam uma grande diferença também na prefeitura. E uma coisa que nós defendemos é a questão de uma prefeitura mais enxuta, voltada para o povo. É preciso reduzir a máquina pública e direcionar os poucos recursos que os municípios acabam ganhando para o benefício da população. E isso, com menos secretarias e menos consultorias, se consegue ter uma economia e com esse dinheiro pode-se aplicar algo em benefício da população.
O que faria diferente se fosse eleito em 2016?
O fato de ter estado na prefeitura, me permite ter um conhecimento e corrigir eventuais erros. Mas uma das coisas, eu estaria mais próximo à comunidade, pois entendo que o prefeito tem que administrar os interesses da população, não os próprios interesses. Então seria, intensificar e melhorar a estrutura administrativa para conseguir ouvir as pessoas. Outra situação que teríamos que intensificar mais ainda, é a participação popular. As pessoas precisam entender que o município é nosso. Também a questão da Saúde. Seria preciso rever porque nós temos essas longas filas de espera nos postos de saúde. Hoje a estrutura da Saúde, se compararmos com 20 anos atrás, é muito melhor e na época não tínhamos essas longas filas. Nós temos uma estrutura na Saúde que a maioria dos municípios não têm. Alguma coisa está errada; então teríamos que achar um caminho para corrigir isso. Além disso, também criar um conselho consultivo, onde seria dada a oportunidade através desse conselho, para ouvir as pessoas de forma apolítica. Temos os vereadores que representam a comunidade, mas eles analisam as situações algumas vezes, de formas políticas. E outra situação, é que eu penso numa Assistência Social um pouco diferente. Nós temos que fazer trabalhos para atacar o problema. Nós temos regiões que são mais problemáticas, e precisamos identificar o por que essas pessoas estão em necessidade, já que Pomerode oferece muitas oportunidades para saírem dessa situação vulnerável. Temos que mostrar às pessoas que elas podem viver diferente.
E outra questão que eu acho que nós teríamos que nos redirecionar para que sejam desenvolvidas mais as empresas voltadas para a tecnologia. Precisamos continuar crescendo, mas temos que ter o cuidado para que a população não cresça demais, para que não seja afetada a estrutura urbana. Mas aí, sim, o crescimento ocorre através da mão-de-obra qualificada voltada a novas tecnologias. E assim vamos melhorar a qualidade de vida, pois traremos riquezas, desenvolvimento e não teremos um crescimento populacional tão grande.
Eu defendo que o prefeito está lá para servir e não para ser servido e se ele quer servir precisa estar ao lado da comunidade.
Pela sua experiência política, qual a sua
avaliação do atual governo municipal?
O relacionamento entre a Câmara de Vereadores e o prefeito é lamentável. No meu entendimento, o prefeito deveria tentar se aproximar mais dos vereadores. Por que o prefeito é uma pessoa e na Câmara são nove. Se eu quero fazer algo para o meu município, eu preciso lutar contra aquilo que está me trazendo dificuldades. Isso é um ponto muito ruim, essa distância que o Executo e Legislativo têm. Não adianta dizer que só a Câmara é culpada ou só o prefeito é culpado. Os dois tem culpa, mas no meu ponto de vista o prefeito deveria se aproximar mais, porque ele precisa mais dos vereadores do que eles do prefeito.
Também se vendeu uma expectativa de que se teria uma prefeitura mais enxuta. Mas o que me parece é que hoje existem muito mais cargos, muito mais pessoas do que antes. E isso acaba desgastando todos os políticos. Como, por exemplo, se eu for candidato, vou dizer que uma das metas é reduzir a estrutura pessoal da prefeitura, se o atual prefeito tinha isso no plano de governo e isso não aconteceu.
E outro ponto é a quantidade de aluguéis que a atual administração paga. Me entristece quando passo na frente do nosso posto de saúde do Centro e vejo a estrutura abandonada. A impressão que se tem é que se quer diminuir o valor desse imóvel, para então se desfazer. Isso me entristece, porque hoje em dia conseguimos recuperar situações muito piores do que essa em que se encontra o posto.