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Não nascemos para virar estatística

A lei pode ser seca, mas nossas atitudes são tão fluidas quanto a água. Agimos como se fôssemos feitos de ferro, ou como se tivéssemos aquela capa de superpoderes dos heróis que veneramos. Mas, lá no fundo, sabemos que somos constituídos de um dos materiais mais perecíveis que conhecemos: a carne.

Somos feitos do sangue que corre em nossas veias, daquilo com que nos alimentamos e, principalmente, das nossas atitudes. Com elas podemos construir países ou destruir uma vida em um sopro. Sim, em um segundo, aquele que segue ao nosso lado pode parar de respirar.

E são sobre vidas, luzes que se apagam em um piscar de olhos, tristeza, sofrimento e muito recomeço, que trazemos um especial sobre violência no trânsito. Os relatos emocionantes representam os instantes de cada dia, de pessoas com quem já topamos na rua, despretensiosamente, em algum momento. Os números, assustadores, são das rodovias que cortam nosso belo município, Pomerode. Já a imprudência, essa cruza o nosso caminho todos os dias.

As sequelas deixadas por um acidente de trânsito são difíceis de precisar. Vem da física a explicação para os extensos danos causados ao corpo humano após estes fortes impactos repentinos. Chama-se lei da inércia, que diz que um corpo permanece em equilíbrio até que uma força atue sobre ele. Essa força faz com que a colisão inicial transforma-se em um conjunto de pancadas: contra os vidros, portas, bancos e tudo mais ao redor.

Assim, a física põe fim ao questionamento do que ocorre dentro de um veículo no momento de um acidente, mas nem ela, nem qualquer outra ciência pode determinar o quanto estes impactos repentinos atingem a quem não está, de fato, no centro do acontecimento.

Neste especial, histórias das vítimas, sobreviventes e socorristas se fundem para nos apresentar uma realidade que teima em não mudar. Muitos morreram e quantos ainda morrerão para entendermos que um trânsito mais seguro só depende de cada um de nós?

As estatísticas estão aí para comprovar que a imprudência é a responsável esmagadora maioria dos acidentes. É difícil aceitar que, em pleno 2018, continuemos bebendo e dirigindo, ultrapassando onde não é permitido, ou até mesmo cruzando o sinal vermelho ou as faixas contínuas. Ah, e a velocidade? Essa parece que nunca será respeitada. Estamos sempre correndo e dando “aquele jeitinho brasileiro” para justificar as nossas atitudes. E neste período que antecede as comemorações de fim de ano, parece ainda pior, o corre-corre com os preparativos para o Natal aumenta, assim como o índice de acidentes.

Adultos, crianças, homens, mulheres, negros e brancos, todos nós precisamos fazer a diferença, para que o nosso relato não seja o próximo a ser lembrado, ou então que a vítima seja alguém que amamos profundamente.

A mudança é simples e pode ser feita em cada quilômetro percorrido todos os dias, seja como pedestre, ciclista, motociclista ou motorista. E você, carona da vez, não esqueça também do seu papel. Não nascemos para ser estatística e as leis de trânsito estão aí, para nos lembrar todos os dias disso. Respeite, se respeite e ame mais! Um segundo pode se transformar no instante que ficará preso em nossas memórias para sempre…

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