Abril começou com uma grande novidade para o Hospital e Maternidade Rio do Testo, de Pomerode. No dia 4, o HMRT realizou a primeira cirurgia de transplante de córnea. A notícia foi compartilhada pela instituição através dos canais oficiais.
De acordo com a cirurgiã oftalmologista, Dra. Larissa Carolina Bauer Koerich Linzmeyer, o transplante foi crucial devido à emergência da situação. “Foi um caso de perfuração ocular secundária a uma doença sistêmica que o paciente apresentou há alguns meses. Este caso se enquadrou como uma urgência, com risco de cegueira caso ele não fosse submetido ao transplante em poucos dias”, destaca.
Larissa é médica oftalmologista, especialista em transplante de córnea, cirurgia refrativa e catarata. Atua há 10 anos em Timbó e, desde 2024, começou a atender também no HMRT, em um ambulatório específico para pacientes que precisam de transplante de córnea. “Toda a equipe do HMRT responsável pelos transplantes ficou exultante em poder oferecer este serviço para os pacientes aqui na nossa região. […] Evitar que um paciente fique cego de um olho nos traz muita satisfação e reforça a importância da nossa dedicação para alcançarmos o objetivo de contribuir para a melhora da qualidade de vida das pessoas.”
Para a diretora do HMRT, Daiane Aline Uller, a realização do transplante de córnea foi um momento de profundo significado para toda a equipe do hospital. “Experimentamos uma mistura de emoções, desde o orgulho pelo trabalho árduo até a satisfação em oferecer uma nova esperança aos pacientes, contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e cumprindo nossa missão com gratidão”, conta.
Avanço
O hospital está habilitado para efetuar o procedimento desde setembro de 2023. No entanto, a jornada para que o HMRT pudesse dar mais esse avanço foi marcada por desafios e perseverança. “Desde 2021, iniciamos a construção da documentação e os encaminhamentos à Secretaria de Estado da Saúde. Montamos uma Comissão de Captação de Órgãos e Transplantes, composta por diversos profissionais, que se reúne mensalmente para acompanhar e discutir o progresso do trabalho”, explica a diretora.
Após participarem de diversas capacitações teóricas e práticas, adquirem todo o material necessário para realizar a captação e retirada das córneas caso ocorram doadores na instituição e todo material cirúrgico necessário para o transplante ocular, a notícia da habilitação chegou em 2023. “Acreditamos que essa conquista beneficiará enormemente a população, proporcionando acesso a tratamentos avançados e melhorando significativamente a saúde de muitos pacientes, representando uma melhoria significativa na qualidade de vida.”
De acordo com a Dra. Larissa, o transplante de córnea consta em remover a parte doente da córnea do paciente e colocar uma córnea saudável de um doador no lugar. “A córnea doada é retirada de uma pessoa que veio a óbito e que a família autorizou a doação de órgãos e tecidos. Atualmente, é possível fazer a troca somente da camada doente da córnea, seja anterior ou posterior (chamados de transplantes lamelares, onde somente uma lamela da córnea é transplantada) ou da córnea total. A cirurgia de transplante pode durar de uma a duas horas, dependendo da patologia e da técnica cirúrgica escolhida para a solução de cada caso.”
