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Família de Pomerode compartilha desafios e aprendizados da luta contra a leucemia

Especialista fala sobre a importância do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento

O jovem Jessé Jantara, de 18 anos, morador de Pomerode, é um exemplo de superação na luta contra o câncer infantojuvenil. Jessé foi diagnosticado com leucemia aos 17 anos, após apresentar sintomas como cansaço excessivo, falta de apetite, fadiga e palidez. Sua mãe, Maria Joana Tomaz de Lima Jantara, conta que os médicos confirmaram o diagnóstico após ele apresentar picos de febre alta.

O diagnóstico de leucemia foi um choque para a família, especialmente porque o avô de Jessé também havia falecido devido à mesma doença. Maria Joana compartilha: “Tivemos muito medo, mas sempre pensávamos que tudo daria certo, que seria mais uma batalha que nos deixaria mais fortes.”

Família: Jessé recebe o apoio e o carinho dos familiares durante o tratamento contra a leucemia. FotoS: Arquivo pessoal (Esquerda) e Hospital Santo Antônio/Divulgação (Direita)

O tratamento de Jessé incluiu quimioterapia intravenosa e, atualmente, ele está na fase de manutenção da leucemia. Maria Joana destaca que o tratamento tem sido bem-sucedido.

No entanto, o impacto na vida de Jessé foi profundo. Durante o tratamento, ele teve que se afastar da escola e não pôde frequentar o último ano do Ensino Médio, o tradicional “terceirão”, um período especialmente difícil. “Ele precisou se afastar da escola e não pôde mais ter tanto contato com os amigos. Além disso, ouvir o diagnóstico de que você tem câncer é algo muito difícil de lidar”.

O momento mais crítico, porém, aconteceu em dezembro de 2024, quando Jessé precisou ser internado na UTI devido a fortes dores nas pernas. Durante a internação, ele teve uma infecção generalizada e uma parada cardiorrespiratória. “Foi um milagre ele ter sobrevivido”, relembra a mãe, emocionada. Jessé ficou entubado por seis dias, enfrentando complicações graves.

Apesar de todas as dificuldades, Maria Joana e Jessé têm uma mensagem clara para todas as famílias que enfrentam o câncer infantojuvenil: “Nada é fácil, a luta vai ser grande, mas não vai ser para sempre. Desistir nunca foi uma opção.”

Conscientização e diagnóstico precoce são essenciais para o sucesso do tratamento

O câncer infantojuvenil é uma condição que, embora rara, afeta milhares de crianças e adolescentes no Brasil, e a conscientização sobre a doença é fundamental para garantir que os tratamentos sejam realizados com o maior sucesso possível. A Dra. Marcela de Moraes Barros Sousa, Coordenadora do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital Santo Antônio, em Blumenau, destaca que aumentar a conscientização sobre o câncer infantil é essencial, pois ajuda pais, responsáveis e profissionais de saúde a identificarem os sinais da doença de forma mais rápida. “Quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, maiores são as chances de tratamento eficaz e cura”, explica a médica. Além disso, ela enfatiza que a disseminação de informações sobre a doença contribui para reduzir mitos e medos, incentivando a busca por atendimento médico adequado. A conscientização também pode levar a melhorias no acesso ao tratamento e promover investimentos em pesquisas que beneficiem as famílias afetadas.

Tipos comuns de câncer infantojuvenil e diferenças em relação ao câncer em adultos

Os tipos mais comuns de câncer infantil e juvenil são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas. A Dra. Marcela ressalta que, diferentemente do câncer em adultos, que frequentemente está relacionado a fatores ambientais e hábitos de vida, o câncer infantojuvenil não possui uma forma clara de prevenção. “O mais importante, portanto, é o diagnóstico precoce”, afirma.

Sinais e sintomas iniciais: o que os pais devem observar

A Dra. Marcela recomenda que os pais fiquem atentos a sintomas como palidez, cansaço excessivo, febre persistente, perda de peso inexplicada, dor óssea, hematomas sem explicação, aumento do volume abdominal e dores de cabeça frequentes com vômitos matinais. Esses sinais podem ser indicativos de câncer e devem ser avaliados por um médico.

Os sintomas do câncer infantojuvenil muitas vezes se confundem com outras doenças comuns da infância e adolescência, o que pode gerar confusão. “É importante procurar um especialista quando esses sintomas persistirem por mais de sete dias”, orienta Dra. Marcela. Ela também ressalta que o médico deve agir rapidamente, encaminhando a criança ou adolescente para um hospital especializado para que o oncologista pediátrico possa confirmar o diagnóstico e definir o tratamento.

Especialista: Dra. Marcela de Moraes Barros Sousa fala sobre a importância do tratamento precoce. Foto: Hospital Santo Antônio/Divulgação

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