O deputado federal Pezenti (MDB-SC) soou o alarme em Brasília sobre o avanço descontrolado do javali no território brasileiro — uma ameaça real à sanidade animal e à economia nacional, especialmente para estados livres de febre aftosa como Santa Catarina. Em reunião com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e parlamentares integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pezenti cobrou providências imediatas do Governo Federal.
“Estamos diante de uma bomba-relógio sanitária. Santa Catarina está há mais de 30 anos livre da febre aftosa, e o Rio Grande do Sul, há 25. Mas se nada for feito para conter o javali, podemos perder esse status a qualquer momento. Parece que o governo ainda não se tocou da gravidade dessa situação”, alertou o parlamentar.
Pezenti criticou a atuação do Ibama, que, segundo ele, impõe excessiva burocracia que dificulta o controle da espécie invasora. “O Ibama precisa tratar disso sem qualquer ideologia envolvida. O javali se reproduz em ritmo acelerado, sem predadores naturais, e já compromete lavouras, propriedades e, agora, ameaça o rebanho nacional”, destacou.
O deputado também lamentou a demora do Exército para liberação de licenças. “Não dá para esperar um ano pra liberar a compra de uma arma. Tem guia de tráfego levando mais de quatro meses para sair. E enquanto isso, esse bicho está se reproduzindo numa velocidade que assusta. Só em 2025, precisaríamos abater ao menos um milhão de animais para manter o número atual. Isso é gravíssimo”, lamentou.
Durante o encontro com o ministro Fávaro, o deputado catarinense sugeriu a edição de uma Medida Provisória ou Decreto interministerial que agilize o controle da espécie e desburocratize a atuação dos caçadores autorizados. A sugestão inclui a participação de órgãos como o Exército, o Ministério da Justiça e o Ibama.
“A turma de Brasília precisa sair do ar condicionado e conhecer a realidade do Brasil lá na ponta. O governo não pode atrapalhar, não pode botar empecilho, tem que ajudar a desburocratizar a caça pra gente se livrar desse risco sanitário. O nosso país é o maior exportador de carne do mundo. Qualquer surto de febre aftosa ou peste suína seria devastador para o agro e para a economia nacional. Ou o Brasil acaba com o javali, ou o javali vai acabar com o Brasil”, pontuou Pezenti.
