Em dezembro de 2022, um radialista atacou a ex-namorada, em Ipira, com uma tesoura e a atingiu no pescoço porque ela se recusou a reatar a relação. A mulher sobreviveu graças a uma cirurgia. O agressor foi julgado e condenado na semana passada pelo Tribunal do Júri com base na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Ele cumprirá 12 anos, cinco meses e 10 dias de reclusão por tentativa de homicídio triplamente qualificado.
O julgamento aconteceu no fórum de Capinzal. O Promotor de Justiça Douglas Dellazari apresentou as provas aos jurados durante uma hora e meia, e depois fez a réplica de uma hora para desarticular a tentativa da defesa de minimizar os efeitos do crime. As qualificadoras imputadas ao réu foram o motivo fútil, pois ele agiu simplesmente por não se conformar com o fim do relacionamento; o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, afinal ele a atacou de surpresa; e o feminicídio, pois o crime foi praticado contra mulher no contexto de violência doméstica e familiar.
“A vítima foi covardemente surpreendida pelo réu com um golpe de tesoura no momento em que deixava a residência, encontrando-se desprevenida para reagir de forma oportuna e eficaz contra o ataque inesperado. Além disso, a vítima não poderia imaginar a investida, em função do relacionamento preexistente e da confiança que depositava em seu ex-companheiro. Mais uma vez a sociedade responsabilizou o agressor e fez justiça à vítima, mostrando que esta comarca não tolera crimes contra a vida. Nosso desejo é que a condenação sirva de exemplo para que crimes dessa natureza não voltem a acontecer”, diz o Promotor de Justiça.
Relembre o caso
Os fatos aconteceram na noite de 9 de dezembro de 2022. Segundo a denúncia, o radialista não se conformou com o fim do namoro de um ano e foi à casa da vítima para tentar reatar a relação, mas ouviu um não.
Enquanto o radialista fugia do local, ela se esforçava para chegar até a rua e pedir ajuda aos vizinhos. A cirurgia aconteceu no Hospital São Francisco, em Concórdia, em caráter de urgência, para a remoção de coágulos e drenagem de hematomas. A equipe médica constatou, ainda, perfuração no esôfago da vítima. Foram necessários quatro dias de internação na Unidade de Tratamento Intensivo para a recuperação.
O radialista se entregou para a Polícia dias depois do crime e permaneceu preso preventivamente até a data do julgamento. Após a leitura da sentença, ele foi reconduzido ao Presídio Regional de Joaçaba para o cumprimento da pena.