domingo, 15 de junho de 2025
15.1 C
Pomerode
15.1 C
Pomerode
domingo, 15 de junho de 2025

Delegado Godoi fala sobre conclusão do caso de pedofilia em Pomerode

Somadas, penas podem se aproximar de 36 a 40 anos de prisão

Durante coletiva de imprensa realizada pela Polícia Civil na manhã dessa terça-feira, dia 10, na 3ª Delegacia Regional de Polícia de Blumenau, o delegado de Pomerode, Antonio Lucio Antunes Godoi, falou sobre a conclusão do caso de pedofilia ocorrido em Pomerode.

De acordo com ele, no dia 25 de fevereiro, um homem abordou uma criança, a segurou pelo braço e ofereceu leva-la para sua casa para lhe dar brinquedos e outros atrativos. A menor conseguiu fugir e avisar os pais, que ligaram para o 190. Diante disso, a Polícia Militar abordou o suspeito na rua e levou para a Delegacia de Polícia Civil para responder por tentativa de sequestro qualificado para fins libidinosos.

Ele foi colocado em liberdade com a utilização de tornozeleira eletrônica. O delegado pediu, então, a quebra do sigilo telefônico e, 10 dias depois, recebeu a informação de que havia fortes indícios de que o homem estaria abusando sexualmente de suas três sobrinhas, de 12, sete e oito anos, além de possuir no celular um vasto material de pornografia infantil. “Naquela situação, eu representei pela prisão preventiva dele e pela busca e apreensão na residência desse rapaz para que eu pudesse reunir mais elementos do que estava acontecendo”, destacou.

Foto: Laura Sfreddo

Em monitoramento em tempo real por meio da tornozeleira eletrônica, ele foi localizado e preso. Na residência, foram recolhidos mais materiais e fotos foram tiradas para servir como comparativo ao conteúdo de mídia que tinha sido encontrado.

Diante disso, a Polícia Civil decidiu dividir a investigação em três caminhos. “O primeiro deles foi o compartilhamento de todo esse material com o setor de inteligência da PC, em Santa Catarina e no Brasil inteiro. O segundo caminho que seguimos foi instaurar o inquérito policial para apurar esse abuso sexual intrafamiliar. Representamos pelo depoimento especial das crianças, solicitamos a apreciação de uma psicóloga policial que acompanhou e fez um parecer psicológico da situação, pedimos um relatório parcial para o pessoal da investigação e foi confirmado todos os vídeos que encontramos, em especial relacionados ao abuso sexual.”

Com isso, o material foi apresentado para os familiares, todos reconheceram as vítimas e o local foi identificado. Neste inquérito, ele foi indiciado por estupro de vulnerável. “As penas nesse inquérito são de oito a quinze anos, aumentada pela metade pela condição de parentesco e a continuidade delitiva que pode dar um aumento de 1/6 a 2/3”, pontuou.

Já o terceiro e último procedimento é relacionado a todo o material de pornografia infantil. “Ele comercializava os vídeos em que abusava dessas menores. Nesse procedimento, ele foi indiciado pela produção, oferecimento, troca e armazenamento de vídeo de sexo explícito e pornografia infantil. Nós representamos novamente pela prisão preventiva dele, foi a terceira deferida.” Ainda segundo o delegado, somadas, as penas se aproximam de 36 a 40 anos, a depender pelas máximas que podem chegar.

Vale destacar que, no interior da residência do investigado, foi encontrado um caderno com uma série de logins anotados. “Isso, para mim, é o mais importante do caso, essa era a forma como ele fazia a aproximação com essas crianças, através de aplicativos de celulares. Não são aplicativos criados para isso, mas dão margem para a aproximação de pessoas que praticam esse crime.”

Por fim, Godoi fala do sentimento em poder concluir mais uma investigação. “É com muita alegria que nos dirigimos a comunidade e mostramos que mais uma vez demos a resposta. Um simples caso, uma abordagem de rua em uma criança, nos fez chegar a uma rede de pedofilia nacional com diversas ramificações. Conseguimos comprovar o abuso intrafamiliar, com três vítimas, além dessa pornografia infantil que ele produzia, armazenava e distribuía. O que fica para nós, principalmente para a comunidade de Pomerode, é o alerta. Temos que tirar os olhos dos celulares e olhar mais para a nossa família, ao nosso redor, porque as crianças dão sinais quando estão sofrendo algum tipo de abuso.”

Proibido reproduzir esse conteúdo sem a devida citação da fonte jornalística.

Receba notícias direto no seu celular, através dos nossos grupos. Escolha a sua opção:

WhatsApp

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui