quinta-feira, 12 de junho de 2025
18 C
Pomerode
18 C
Pomerode
quinta-feira, 12 de junho de 2025

Uma vida de melodias que encantam a plateia

Egon Fiebrantz leva no coração o amor pelo bandoneon e pela bateria

Por Redação TN

Foto: Matheus kurth/ Testo Notícias
Concentração: Egon focou no bandoneon depois de se aposentar como baterista.

A proximidade com a música surgiu na infância, quando morava na cidade de Timbó, mas foi na adolescência que Egon Fiebrantz, de 76 anos, pegou um instrumento musical nas mãos pela primeira vez. Por influência do tio, aprendeu a tocar bandoneon com 15 anos, juntamente com seus irmãos. “Ele morava perto da gente e vinha lá para nos explicar as coisas. Nas folgas do trabalho na roça, a gente tocava para treinar”, explica.

Pouco tempo depois outro instrumento musical, a bateria, conquistou seu coração e, com isso, se esforçou para aprender tudo do zero. A partir daí, participou da primeira banda, composta pelos irmãos e primos. Depois disso, teve participação em alguns grupos até se casar com a esposa, Regina Fiebrantz, e se mudar para Pomerode. Na nova cidade, participou do conjunto musical no qual tocou por 13 anos.

No entanto, infelizmente, em um determinado momento da vida, Egon teve um problema na perna e, como consequência, doía quando ficava muito tempo de pé. Diante do empecilho, o músico decidiu encerrar a carreira como baterista e focou os talentos no bandoneon. Fazia muito tempo que não tocava efetivamente o instrumento, mas a retomada foi simples. “Se você aprende primeiro, não tem como desaprender ou esquecer”, relata.

Depois de alguns anos, o músico teve mais um desafio a vencer, agora tocando bandoneon: ele teve o dedo indicador da mão esquerda amputado. “E ainda me falta um dedo”, surpreende-se. O acidente ocorreu enquanto Egon estava colando o piso de tacos no chão e um deles não encaixava, foi quando pegou a serra para cortá-lo e acabou atingindo boa parte do dedo no processo. “Quando aconteceu, pensei que ele não ia mais tocar e chorei”, conta a esposa.


Matheus kurth/ Testo Notícias/Cumplicidade: Egon e Regina estão casados há quase 54 anos.

Devido ao indicador ser o principal dedo para tocar bandoneon, teve que aprender a se adaptar. Novamente, o músico se mostrou preparado o suficiente para superar desafios e relata que não foi difícil reaprender. No entanto, algumas músicas precisaram ficar fora do repertório a partir de então.

Durante os anos de carreira musical, passou por bandas, fez amizades e ganhou experiências. Já tocou em diversos aniversários e em salões nas festas aos domingos e, para isso, a companhia da esposa se tornou fundamental. Mesmo após quase 54 anos de casados, Regina gosta de estar presentes nas apresentações. “Não tem por que ficar sozinha em casa, então sempre vou junto e me divirto”, conta. “Quantos domingos a gente ia junto almoçar, ele tocava e eu comia”, revela ela, em risos.

Egon também se apresentou por anos consecutivos na Osterfest, mesmo que em 2020 tenha tocado somente em três dias, pois posteriormente a festa foi cancelada devido à pandemia da Covid-19. Além disso, ele fez aparições na Festa Pomerana e já participou da Küchenmarsch.

Em relação a todos esses anos como músico, ele admite que gosta muito de sua profissão e que está sentindo saudades nesse momento. “Isso faz uma falta e, como não estou tocando muito, tem que cuidar, porque o bandoneon estraga. Às vezes eu pego, mas é pouca coisa, de meio dia e de noite um pouquinho.”

De uma música para outra, com o pé direito marcando o compasso e o sorriso estampado no rosto, é dessa forma que Egon leva a vida há mais de 60 anos: com muita melodia, leveza e alegria. 

Proibido reproduzir esse conteúdo sem a devida citação da fonte jornalística.

Receba notícias direto no seu celular, através dos nossos grupos. Escolha a sua opção:

WhatsApp

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui