Estudantes de Pomerode criam aplicativo para ajudar pessoas com sintomas de ansiedade e depressão

Adequações: reuniões para criação e alinhamento.
Quais sentimentos têm tomado conta do seu cotidiano? O que fazer em relação a eles? Essas são perguntas feitas ultimamente por muitas pessoas a si mesmas e, infelizmente, para uma grande parcela da população, as bruscas mudanças de rotina e as incertezas enfrentadas em 2020 trouxeram consigo sintomas de ansiedade e depressão.
Preocupados com a nova realidade, os alunos da disciplina de robótica, do Centro Educacional Nossa Senhora de Fátima, de Pomerode, decidiram criar o aplicativo “Sua mente importa”, para levar informação, ajudar e estabelecer uma relação de empatia com quem está enfrentando dificuldades no campo da saúde emocional.
A professora da disciplina, Paola Stéfany Maass de Souza, conta que os alunos estavam participando de uma competição para a qual precisavam elaborar um projeto. “Como professora de robótica incentivei para que criassem algo material, como um robô assistente ou algo nesse sentido, porém, eles estavam muito preocupados com o bem-estar emocional das pessoas. Percebiam as dificuldades em seus próprios cotidianos, com familiares, amigos e conhecidos, além de tomar conhecimento delas por meio de pesquisas. Dessa forma, resolveram criar algo que pudesse ajudar”.
A equipe acabou não se classificando para a fase final da competição, mas decidiu levar o projeto adiante. Os alunos Gabriel Henrique Rahn, Felipe Eduardo Keske, Guilherme Luiz Buzzi, Isabela Rizzotto da Silva, Júlia Fernandes Torres, Júlia Maria Balarim Ceigol e Nathalia Zamprogna pesquisaram muito sobre o tema, fizeram questionamentos à psicóloga escolar, buscaram ajuda com a professora de Educação Física e foram desenvolvendo todo o trabalho de forma remota, já que as aulas presenciais estavam suspensas. O projeto em si nasceu em meados de julho, seu desenvolvimento efetivo aconteceu nos meses de setembro e outubro. Agora o aplicativo já está disponível para ser baixado gratuitamente.
Para Paola, o resultado foi muito além do esperado. “Foi surpreendentemente maravilhoso. Eles contaram sim com orientação, mas assumiram todos os passos do projeto e, de forma autônoma, deram vida a ele”. Além da professora, os próprios estudantes ficaram surpresos com o resultado. Guilherme, de 15 anos, conta nunca ter imaginado ser capaz de aprender a desenvolver um aplicativo em tão pouco tempo. “Ainda mais um que vai ajudar muitas pessoas”. Ele deseja que o projeto consiga oferecer ajuda e apresentar ideias para melhorar a vida das pessoas.
Para Isabella, de 15 anos, foi gratificante ver o trabalho se tornando realidade. “Nós não saberíamos e teríamos como ajudar todo mundo [que está passando por dificuldades]. Mas o aplicativo é uma forma, mesmo que indiretamente, de ajudar essas pessoas. Espero que elas se sintam acolhidas, entendam que são muito importantes e que nós nos preocupamos muito com a saúde mental de todos”, destaca.
Matheus Kurth /Dedicação: Toda a produção foi realizada de forma remota, utilizando o Teams.
Júlia Torres, também de 15 anos, comemora o fato de que a ideia inicial tenha sido posta em prática e ofereça a possibilidade de auxiliar a quem precisa. “Espero que ajude as pessoas a perceberem que não estão sozinhas e que está tudo bem não se sentir bem a todo momento”, pondera.
Para Júlia Balarim, de 15 anos, é importante criar nas pessoas a percepção de que a internet e os aplicativos desenvolvidos podem ajudar de variadas formas. “A internet também é algo capaz de elevar a sua alma. Mesmo de longe, podemos ajudar as pessoas”, reflete.
Fazer a diferença para quem mais precisa é o desejo que une o grupo. Nathalia, de 14 anos, deixa isso bem claro. “Foi ótimo fazer parte do desenvolvimento desse projeto que, com certeza, ajudará diversas pessoas que estão passando por qualquer dificuldade. Espero que elas se sintam bem e que isso faça diferença na vida delas”, pontua.
A entrega e dedicação de toda a equipe foi o ponto destacado por Gabriel, de 16 anos. “Não pensei que seríamos capazes de fazer algo desta magnitude em questão de dois meses. Foi impressionante ver que a turma estava sempre disposta a fazer o que tinha de ser feito, independente dos custos e sacrifícios necessários. Estou extremamente orgulhoso com o resultado de nosso esforço”. Ele ainda complementa. “Penso que o aplicativo é uma ferramenta que ajudará as pessoas tanto mental quanto fisicamente, tendo em vista sempre o bem-estar do usuário”.
A coordenadora pedagógica, Mariangela da Silva, salienta o quanto as ações como essa podem impactar nos mais diversos sentidos. “Acredito que a reflexão para todo esse momento e o envolvimento dos alunos no desenvolvimento do aplicativo mostra a importância e preocupação com a saúde física e emocional da população em decorrência da Covid-19”.
Aplicativo
Para saber mais sobre o tema, os alunos procuraram pela ajuda da psicóloga escolar, Roberta Trierveiler Krueger (CRP 12/03862). “O objetivo desde o início foi o de auxiliar a população em geral a perceber alguns sinais de ansiedade e depressão e orientar o que fazer com relação a isso”, explica ela.
Os alunos criaram então um questionário, diferenciado para três faixas etárias: crianças; adolescentes e adultos; e idosos. O objetivo é que a pessoa pare e pense sobre como está sendo o seu dia a dia, e se perceba nesse contexto. Com base nas respostas, o usuário segue para outra aba do aplicativo, a de “recomendações”. Há então um texto informativo, que leva em conta as respostas das pessoas e oferece algumas orientações. Também há um ambiente denominado atividades, que orienta sobre alguns exercícios físicos simples e que podem contribuir com a melhoria da qualidade de vida.
Outro ambiente do aplicativo disponibiliza vídeos com o relato de pessoas que já passaram por ansiedade ou depressão, textos informativos, endereços de sites e indicações de perfis que ofereçam ajuda ou orientações de forma gratuita.
Para baixar
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Imagens
Foto: Divulgação
Adequações: reuniões para criação e alinhamento.Foto: Matheus Kurth
Dedicação: Toda a produção foi realizada de forma remota, utilizando o Teams.