Na tarde de quinta-feira, dia 30, Pomerode recebeu uma triste notícia. Hermann Teichmann, filho de Erwin Curt Teichmann, morreu aos 83 anos. Ele deixa a esposa Sanda Meri, os filhos Karl, Katrin, Ana Mari e Cristine, um genro, duas noras, nove netos e três bisnetos. O velório está sendo realizado na Capela Luterana do Centro. A despedida será às 15h dessa sexta-feira, dia 1º, e o sepultamento acontecerá no Cemitério Municipal.
Hermann nasceu no dia 9 de novembro de 1938 em Pomerode. Como o pai se destacou como um dos mais conceituados escultores de Santa Catarina e do Brasil, o filho seguiu o mesmo caminho. Trabalhou como modelador na Porcelana Schmidt e, depois, passou a desenhar e entalhar móveis, oportunidade em que fez a instalação de capelas e começou a esculpir crucifixos.
Mais tarde, esculpiu trabalhos em estilo neo-clássico, adotando essa linha para a criação de motivos do Vale do Itajaí, como: cavalos, colonos, pescadores e madonas. Fez sua primeira exposição individual em 1987 no então Departamento de Turismo de Pomerode. Assim como o pai, Hermann tem obras espalhadas em diversos estados do Brasil, assim como na Alemanha, Suíça, Austrália e Estados Unidos.
Em 2018, Hermann Teichmann foi um dos personagens principais do caderno especial Mestres de Ofício, produzido pelo Testo Notícias. Confira:
Uma vida esculpida
O primeiro contato de Hermann Teichmann com a madeira foi quando ele tinha seus 13, 14 anos. “Comecei a trabalhar com isso fazendo portas laterais de uma igreja de Itajaí. Nós a entalhamos”, conta ele.
Por dez anos, trabalhou em uma fábrica de porcelanas, onde era modelador. E, por mais dez anos, trabalhou em uma indústria de móveis, onde se aproximou ainda mais da madeira. “Depois que comecei a desenhar e fazer móveis, passei a me dedicar à escultura. Foi por causa de um padre, que me pediu pra fazer um crucifixo, que está em Jaraguá, na Ilha da Figueira, e ele tem dois metros de altura”, relembra o escultor.
“Eu trabalhava com móveis e depois fui pra escultura. É uma coisa que está no sangue, comecei a fazer isso e não parei mais”, explica.
Tendo seu pai como maior incentivador, Hermann reconhece que o ofício tem suas dificuldades. “Trabalhar com madeira é bem difícil, se você errou, não tem mais como arrumar. Você vai trabalhando devagar, você pega um bloco de madeira, que vai diminuindo, até se transformar numa escultura, naquilo que você pensou, desenhou, no que você quer fazer. E é difícil porque não se pode fazer a esmo, você tem que ter um planejamento pra fazer esse trabalho”, relata ele.
O artista possui trabalhos em vários locais do mundo, além de todos que estão espalhados pelo Brasil. “Tenho trabalhos na Europa! Um senhor chegou aqui e comprou um gaúcho montado num cavalo. Ele levou no colo até a Suíça, dentro do avião. Depois, voltou aqui com um pedaço de madeira dentro da mala, para que eu fizesse outra escultura pra ele”, relembra, satisfeito, o escultor.
Saudoso, olha para as obras, feliz por terem saído de suas mãos. “Guardo alguns trabalhos aqui em casa ainda, porque é bonito deixar um pouco pra recordação. Você olha pra obra e reconhece que é um trabalho que você fez”, finaliza.