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Governo reforça alerta sobre sementes misteriosas

258 pacotes apareceram em 24 estados e no DF

Foto: Divulgação
SC: Sementes recebidas pelo Gabriel Zapella.

A Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou na terça-feira, dia 6, que foram encontrados fungos, bactérias e a possibilidade da existência de pragas quarentenárias (que não existem no Brasil) em pacotes de sementes não solicitados que chegaram pelo aos brasileiros por meio do serviço postal e, posteriormente, foram encaminhados ao Ministério da Agricultura.

Até o momento, foi confirmado o recebimento de 258 pacotes em 24 estados e no Distrito Federal. Os únicos estados que ainda não registraram ocorrências do material foram o Maranhão e Amazonas.

Além disso, o órgão informou que toda a análise acerca do teor do material é feita no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em Goiás, que é referência no país.

Da pesquisa realizada até o momento, foram identificados três fungos diferentes em 25 amostras, dois pacotes com a presença de bactérias, uma amostra com a presença de ácaro vivo e quatro amostras com a possibilidade de pragas quarentenárias (como plantas daninhas).

Histórico

Para quem ainda não está ciente sobre o assunto, há algumas semanas diversas pessoas receberam sementes misteriosas vindas de países asiáticos, principalmente da China. Em algumas situações, um pacote que não havia sido solicitado é entregue junto com encomendas feitas em um site asiático. Mas, por vezes, o pacote chega na casa, com nome e endereço corretos, porém sem que o morador tenha feito nenhuma compra.

O primeiro caso reportado em Santa Catarina ocorreu em Jaraguá do Sul, dia 8 de setembro, com Gabriel Zapella. A caixa com sementes chegou junto com encomendas de um site popular da China. Um profissional da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) foi até a casa da família, recolheu o produto e encaminhou para o Ministério da Agricultura.

Mulher planta sementes

Em Itapetininga (SP), uma mulher plantou as sementes e afirma que a gata de estimação morreu depois de comer a folha da planta. Mariza Silveira diz ter recebido as sementes em um envelope antes das encomendas chegarem e plantou em um vaso.

Segundo ela, a gata começou a passar mal após comer a planta. Ela então o levou ao veterinário, que realizou diversos exames, porém nada de errado foi encontrado. O animal começou a emagrecer, inchar a barriga e ficou 15 dias passando mal até falecer. Entretanto, ainda não há confirmação de que a morte tenha relação com as sementes.

China nega

Em nota, a Embaixada Chinesa negou que os pacotes de sementes tenham vindo do país. Segundo eles, os Correios da China seguem rigorosamente as disposições da Universal Postal Union (UPU, em português União Postal Universal) e vetam o transporte postal de sementes.

Além disso, uma verificação preliminar constatou que as etiquetas de endereçamento apresentam indícios de fraude, com erros no código de rastreamento e em outros dados. Por fim, a Embaixada disse estar disposta a cooperar com a investigação das autoridades brasileiras.

Suspeita de fraude

Não é somente o Brasil que recebeu essas sementes. Países como Estados Unidos também registraram relatos de recebimento dos pacotes vindos da China. Em e-mail enviado a um órgão de imprensa nacional, as autoridades americanas dizem que os pacotes devem ser parte de um brushing scam, que se caracteriza por um envio de mercadorias não solicitadas com o objetivo de registrar compras falsas.

A prática ocorre principalmente em sites que operam no modelo de “marketplace”, ou seja, um site de compras que oferece produtos de lojas diferentes. Como obrigam os vendedores a registrar um código de rastreamento em cada pedido, eles são obrigados a enviar algum produto.

Com isso, utilizam o envio de itens baratos e leves para reduzir os custos de frete e da mercadoria. Ou seja, as sementes servem somente para não deixar o pacote vazio.

Alertas e orientações

Ainda não há confirmação de onde e por quê essas sementes estão sendo enviadas para diversos países. Por isso, a orientação que permanece é a de não jogar as sementes fora em um lixo comum, não plantar, não abrir o pacote e nem manusear.

Quem receber, deve entregar o material para uma das unidades do ministério em seu estado ou no órgão estadual de defesa agropecuária. Em Santa Catarina, um dos órgãos que está recebendo as sementes é a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).

Imagens

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