Por redação TN

As promessas não cumpridas são a matéria-prima primordial para a confecção da sub-base das obras de duplicação da BR-470. Uma camada acima, a base segue formada por adiamentos infinitos de prazos para conclusão mais maleáveis que elástico frouxo. Enquanto isso, a camada asfáltica vai sendo levada pelo vento do orçamento liberado a conta-gotas.
Na prática, o que se vê é uma infinidade de pequenos trechos pavimentados, aqui e ali, com pouco ou quase nada liberado para tráfego em, pasmem, sete anos de obras. O orçamento anunciado pelo governo federal para esse ano é de pouco mais de R$ 59 milhões, menos de 10% do necessário para concluir os trabalhos. Para se ter uma ideia, apenas a obra do Complexo Viário da Mafisa, concluída em agosto de 2020, custou R$ 40 milhões. Dito isso, faça as contas de quanto pode ser feito com o orçamento disponível para 2021.
Eis então que o governo de Santa Catarina sinaliza a intenção de investir recursos estaduais na obra, R$ 200 milhões para ser mais exato. Momento em que um levante contrário surge, argumentando que o estado tem é que investir nas SCs. Voltamos então à pergunta inicial: em que mundo eles vivem?
A BR-470 é o principal corredor para escoamento de toda a produção do Vale do Itajaí. Fora o fato de ser prioritariamente através dela que os turistas acessam nossa região. A análise a ser feita aqui é: quanto dinheiro nosso estado está perdendo por ela não estar ainda duplicada? Isso mesmo, somos nós que perdemos, não Brasília. Portanto, problema nosso, não deles. Problema mais nosso ainda é o alto número de vidas já perdidas em razão das más condições da rodovia.
Não podemos nos dar ao luxo de esperar! Não importa se o recurso vem do governo do estado ou do federal, quem depende dessa rodovia, economicamente ou para se locomover, sabe que ela é “A” prioridade. Quem disser o contrário, vive em um mundo paralelo em que o pacto federativo funciona e podemos nos dar ao luxo de esperar por Brasília para resolver problemas que perduram por décadas.
Quanto à argumentação de que Santa Catarina deve investir na malha viária de sua alçada, o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Thiago Vieira, afirmou que não faltam recursos para essas. Precisamos sim cobrar que eles sejam investidos, mas uma coisa não exclui a outra.
Os R$ 200 milhões serão muito bem vindos, quem discordar e apresentar argumentos contundentes, pode também distribuir as passagens para o universo paralelo em que habita.