Prestes a completar 81 anos de vida, Pipa continua a exercer a profissão que aprendeu ainda jovem
Redação TN

Simplicidade: sempre acompanhado do chapéu, sua marca registrada, ele compartilha parte de sua experiência
Trajando seu inseparável chapéu, marca registrada nos seus mais de 80 anos de vida, Afonso Sievert, mais conhecido pelo apelido de Pipa, nos recebe para compartilhar um pouco de sua experiência profissional e do respeito e amor nutridos pelo trabalho e pelo bem fazer.
Sócio da Indústria de Madeiras Pomerode, localizada no bairro Testo Central, foi ainda na juventude que ele aprendeu o ofício, transformado no decorrer dos anos em uma parte de sua essência. Pipa conta ter passado a integrar o grupo de sócios da empresa no ano de 1963, na época ele ainda trabalhava na Karsten em horário comercial.
Foi 1966 que ele deixou o trabalho na empresa para se dedicar integralmente à serraria. No dia a dia, aprendeu tudo o que precisava para lidar com a rotina da empresa. “Eu não sabia dirigir carro, mas meu sócio disse que eu precisaria aprender a guiar um caminhão, então assim eu fiz e dirijo os veículos de carga até hoje”, relembra.
De lá para cá, foram pouquíssimas as oportunidades em que Pipa se ausentou dos afazeres na empresa, apenas quando precisou se recuperar de dois procedimentos cirúrgicos. Fora isso, é figura certa na sede do empreendimento, das 7h da manhã até o fim da tarde, quando encerra o expediente da equipe e fecha o portão.
Ele conta ter presenciado muitas mudanças no ramo da serraria no decorrer das décadas, a principal é o tipo de madeira utilizada. “Hoje trabalhamos essencialmente com pinus e eucalipto”. A evolução do empreendimento conquista por ele e pelos sócios Ingo Koch e Haroldo Siewert é para ele um motivo de muito orgulho.
Se no início a sede possuía apenas uma fração do terreno que hoje a abriga, com a consolidação no mercado outra parte foi adquirida e hoje dá vida a um amplo e sempre movimentado espaço.
Outra transformação acompanhada por ele é a dos próprios veículos utilizados para o trabalho. “Lá no início tínhamos um caminhão velho GMC, em 1968 compramos o primeiro caminhão novo, em 1970 adquirimos outro, e depois vieram o trator e a pick-up”, conta. Atualmente a empresa conta com quatro funcionários e mais os sócios que “todo dia estão aí na luta”.
Em todos os anos de profissão lidando com a madeira, apenas um acidente foi sofrido por ele, enquanto ainda trabalhava em outra empresa. “Era um dia em que não tinha expediente na empresa, então fui ajudar no corte das toras e acabei prensando parte da mão entre elas, quando puxei, perdi uma parte do dedo. Depois desse não houve mais acidentes”, relembra.
No dia 19 de maio, Pipa completará 81 anos de vida, mas se engana quem pensa que com a chegada da idade pretende utilizar seus dias para descansar. “A gente aprendeu desde novo, então é difícil não trabalhar. Dias de semana eu estou na serraria, sábados eu estou em casa ajeitando o jardim, a gente não para”, confessa.
Pipa diz ainda que talvez, no futuro, um dos filhos ou netos assuma sua parte do empreendimento, “mas tem que ver se eles desejam isso também”. Até que a hora de parar as atividades chegue, ele vai levando o dia a dia com muita dedicação.
Curiosidade
Para quem também desconhece a origem do apelido “Pipa”, ele explica ter nascido durante uma competição de futebol entre os setores da empresa Karsten. Na ocasião, cada membro da equipe recebeu um apelido; “um era taiá, o outro maneca e assim por diante, para mim ficou ‘pipa’ e pegou. Desde lá sou chamado assim, poucos me conhecem pelo nome Afonso”, diverte-se.
Imagens
Foto: Matheus Kurth/Arquivo Testo Notícias Foto: Matheus Kurth/Arquivo Testo Notícias Foto: Matheus Kurth/Arquivo Testo Notícias
Simplicidade: sempre acompanhado do chapéu, sua marca registrada, ele compartilha parte de sua experiênciaFoto: Matheus Kurth/Arquivo Testo Notícias
Habilidade: Pipa aprendeu o ofício ainda jovem e nunca mais parou