A paixão do aposentado Ingo Horongoso, de 62 anos, por reformar as coisas começou quando ele ainda era jovem. Na época, tinha 14 anos e já mexia com a parte de lataria e pintura de lambretas em casa mesmo. “Sempre gostei de mexer com lata, mesmo depois de começar a trabalhar em uma grande empresa de Pomerode. Por lá fui torneiro mecânico por 37 anos, até me aposentar”, conta.
O primeiro projeto de restauro de um carro antigo do qual Ingo lembra, foi de um Opala. “Depois foi a vez de um Fusca, um Chevette e assim fui indo. Reformei vários carros e restaurei outros também. Eu dividia meu tempo entre o trabalho na empresa e as horas na oficina, em casa”, relembra.
Verdadeiro apaixonado por essas raridades, Ingo diz que perdeu a conta de quantas lambretas restaurou ao longo da vida, mas garante que cada uma foi especial e cheia de desafios. “Também restaurei uma motocicleta da marca Jawa para o meu irmão. Uma restauração completa demora entre quatro e cinco anos.”
Um trabalho que começa muito antes de colocar a mão na massa, na busca pelas peças que serão usadas no projeto. “As peças a gente vai buscando em vários lugares, na internet, nos encontros que participamos e no boca a boca, é o tal de vai procurando até achar. As mais difíceis de encontrar são as usadas nas lambretas”, garante o aposentado.
Segundo Ingo, há muitas diferenças em cada restauro e que podem ser ainda maiores de acordo com o modelo, o local e o ano de fabricação. “Para muita coisa nós conseguimos peças novas, principalmente as que são produzidas nos Estados Unidos. Os mais difíceis são os veículos brasileiros, que saíram de fabricação e que já não encontramos mais as peças”, explica.
Muitos dos restauros feitos pelo aposentado foram parar nas mãos de colecionadores e outros apaixonados por antigos em cidades da região e até na Alemanha. Atualmente, Ingo está se dedicando a restaurar lambretas e veículos que adquiriu. Verdadeiras raridades que fazem parte da coleção do aposentado. “Algumas são meus xodós, não troco e não vendo por nada.”
Para ele, restaurar antigos não é apenas um trabalho, mas algo do qual não vive sem, um ofício que não pretende largar tão cedo. “Gosto do resultado de todas, desse trabalho com lataria, aqui tem que sair perfeito e nos mínimos detalhes. Até que eu conseguir trabalhar, mexer nas coisas, não pretendo parar”, reforça.
Desfiles típicos
Das relíquias que Ingo mantém em casa, uma é figura conhecida de quem já assistiu a um desfile típico da Festa Pomerana. Isso porque Ingo faz parte de um grupo que encanta a todos pelo barulho e beleza das lambretas. “Comecei a desfilar em 2006, é uma alegria e um divertimento muito grande.”
Ingo afirma que muitas pessoas ficavam simplesmente encantadas quando viam as lambretas desfilando e não raro pediam para bater fotos. Com saudosismo, agora, aguarda o retorno da Pomerana. Enquanto isso, prepara os últimos detalhes da lambreta que será usada durante o desfile da Kolonistenfest, promovido pela Sociedade Aliança e programado para o domingo, 17 de julho. “Já está quase tudo pronto e todo o grupo estava com saudades de participar desses desfiles.”
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