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De uma brincadeira de infância, a escolha para a vida

Lurdes Hornburg cresceu com plantas ao seu redor e encontrou nas suculentas a luz para seus dias

Para alguns, passar pela infância sem ter uma grande diversidade de brinquedos ao redor pode parecer triste. No entanto, para a empreendedora Lurdes Freitas Teixeira Hornburg, de 45 anos, essa foi uma oportunidade para impulsionar sua criatividade.

Como a família de Lurdes não tinha a possibilidade de adquirir muitos brinquedos, ela encontrou nas flores um refúgio para a criatividade e afeição. Quando criança, cuidava das belezas naturais que encontrava no jardim de casa. “Fui levando isso para a vida, conversando com elas, dando bom dia e boa noite. É maravilhoso, toda planta tem energia e isso que fazemos é uma boa troca de energia, tanto de mim para elas quanto a delas para mim… Isso faz com que elas venham bonitas”, explica.

Já adulta, a empreendedora precisou escolher um tipo de planta para se especializar e foi aí que seu amor pelas suculentas começou. Após passar por uma grande decepção, Lurdes vivenciou momentos de muita tristeza, o que quase avançou para uma depressão. Porém, foi em um dia qualquer e inesperado que ela percebeu uma luz para sua vida. “Fui com minha amiga buscar plantas em um viveiro e, quando entrei em uma estufa gigante de suculentas, me senti igual uma criança em loja de doces. Eu disse ‘meu Deus, é isso que eu quero para a minha vida’. Saí de lá com uma caixa grande de plantas, escolhi todas as que eu queria e levei”, lembra.

Quando chegou em casa, sentou em um banco com vista para seu terreno e começou a imaginar tudo que poderia fazer no espaço. Dali em diante, não parou mais. “Me dediquei a fundo a pesquisar, a estudar, a saber cuidar de cada espécie e variedade, porque tem umas que gostam mais de sombras, outras de sol, outras que não gostam de muita água e, assim, vamos adaptando e aprendendo cada vez mais.”

Com o tempo e a experiência, sua residência, localizada na Rua Testo Alto, virou um paraíso de suculentas e destino de muitos turistas que visitam Pomerode. É impossível chegar ao local, que é aberto ao público, e não sentir a calmaria e leveza transmitidas.

E é com cores e encantos que o jardim de Lurdes ganhou um espaço na premiada Rota do Enxaimel. “Fui convidada para fazer parte da Associação Rota do Enxaimel. Como já tinha esse espaço lindo aqui, vi uma excelente oportunidade e pensei: por que não levar um pouco de beleza, carinho e amor à vida das pessoas? Porque é isso que eu digo a elas quando entrego as minhas plantas, digo que estou entregando meus filhos, porque é isso que elas são para mim”, declara.

O local é aberto para visita gratuita todos os dias da semana, das 10h às 17h, e, quando Lurdes não está, quem recepciona os visitantes é Valdir Rahn, marido da empreendedora. No “paraíso” chamado de Lunabela, é possível adquirir suculentas ou mesmo só apreciar a beleza e passar o tempo. Já os que desejarem uma explicação mais detalhada sobre as plantas e seu cultivo, precisam marcar um horário com Lurdes pelo telefone e WhatsApp (47) 99195-4330. “É muito bom que as pessoas conheçam e saibam que é acessível para todos, não precisa ter medo, é só vir.”

Para quem está querendo receber alguma dica de como cuidar de suculentas, Lurdes deixa a recomendação: “A suculenta veio do deserto, ou seja, é uma planta resistente, então não tem que ter muito mimimi com ela. Sobre dar água, eu rego a cada 15 dias por estarmos em um ambiente muito úmido. Mas, se você estiver em uma cidade com clima mais seco e o vaso for pequeno, regue uma vez por semana, molha bem e esquece dela, deixa ela quietinha no canto e não muda de lugar. Ela se adapta a um espaço, a um ambiente e, se você ficar mudando, ela se estressa e morre”, orienta.

Das diversas histórias que já ouviu e presenciou ao conversar com os turistas e moradores de Pomerode, uma a marcou de forma muito especial. No começo de 2022, ela recebeu em seu jardim uma senhora que lhe disse: “Lurdes, as suculentas me tiraram do fundo do poço”.

Sem saber do que se tratava, esperou para que a visitante continuasse contanto sobre o acontecimento. “Eu estava com depressão e meu marido me deu algumas plantas. Eu estava deitada, dormindo e não saía pra nada, mas ele disse que eu teria que regar aquelas plantinhas para elas não morrerem”, contou a senhora. “Ela se obrigava a sair da cama para regar as plantas para que não morressem e, com isso, ela saiu da depressão. As plantinhas foram crescendo, foram dando mudinhas, ela foi gostando de ver aquilo, foi fazendo outras mudas e, quando viu, não precisava mais da cama. Ao invés dela salvar aquelas plantas, ela disse que as plantinhas salvaram ela”, contextualiza Lurdes.

Diante disso, quando a senhora entrou em seu espaço e viu como as suculentas podem ser utilizadas, a grande variação de arranjos e ideias, começou a chorar e perguntou para a empreendedora se poderia lhe dar um abraço. “Isso é muito gratificante para a gente que tem um espaço assim, é muito mais do que dinheiro, vale muito a pena fazer a felicidade de alguém.”

Proibido reproduzir esse conteúdo sem a devida citação da fonte jornalística.

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