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Anos de ascensão e sucesso no esporte

Rolf Engel fala sobre carreira como ciclista e experiências vividas como atleta

Desde criança, o espírito de atleta existia dentro de Rolf Engel. Por isso, quando começou a estudar no Colégio Doutor Blumenau, já praticava futebol de salão, participando de campeonatos e conquistando algumas medalhas. No entanto, foi somente em 1975, quando tinha em torno de 15 anos, que Rolf conheceu o esporte que mudaria sua vida: o ciclismo.

Com uma bicicleta antiga, ele participou de algumas provas da modalidade e, com a criação da CME de Pomerode, em março de 1977, foi formada uma equipe de ciclismo da cidade, da qual Rolf fez parte. “No início, foi um pouco difícil, porque ainda não tínhamos conhecimento e o equipamento adequado. Utilizávamos as bicicletas mais simples. Depois, a turma de patrocinadores se uniu e comprou bicicletas importadas para nós. Quando todos estavam quase no mesmo nível, começamos a disputar os campeonatos. Depois de algumas provas, conseguimos experiência e fomos evoluindo e melhorando”, relembra.

Ele explica que, em 1977, foram poucas as competições, mas que o ano seguinte “foi o auge”. Em 1978, a equipe de ciclismo de Pomerode competiu nos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), realizados em Caçador, e saíram de lá campeões. “Também me tornei campeão catarinense de velocidade, nos 25km individuais, em 75km por equipe e em equipe geral”, destaca.

Em 1979, a equipe se sagrou vice-campeão dos Jasc e, em 1980, conquistou o terceiro lugar na competição. “Em 79, tivemos um índice bom. Eu e o Hans Fischer (in memoriam) fomos chamados para competir na seleção catarinense.” A notícia, segundo ele, chegou logo após saírem de uma prova em Florianópolis. “Ficamos uma semana correndo por lá e, depois, fomos para São Paulo disputar as eliminatórias para os Jogos Olímpicos em Moscou. Na seletiva, as provas principais foram em Interlagos e no Velódromo. O Hans conseguiu o objetivo, já eu não tive a classificação.”

Mesmo assim, não consegue mensurar a experiência que adquiriu nessa oportunidade. Inclusive, uma das coisas que mais gostou foi conhecer as cidades e a região nos momentos livres. “Principalmente São Paulo, lá para Santos, São Vicente… Fomos no Instituto Butantan, no Ibirapuera, na cidade universitária, visitamos o maior prédio de São Paulo na época, o Edifício Itália. Quando não tínhamos treino, o pessoal nos pegava para passear”, conta. No entanto, o que mais lhe marcou durante esses anos como atleta foi poder andar de avião. “A primeira vez que andei foi quando fui pra São Paulo. Não tive medo, a viagem foi ótima e muito boa.”

Dia a dia

Quando era atleta, Rolf também trabalhava na Netzsch do Brasil. Os treinos eram nas terças e quintas-feiras à tarde. Ele explica que, quando chovia, iam na casa do técnico, Egon Viebranz. “Ele preparava um equipamento com rolos para treinarmos parados. Hoje, o pessoal ainda usa isso para fazer o aquecimento. Egon, além de treinador, era também o nosso mecânico, ele tinha uma oficina de bicicleta.”

Os treinos, então, eram adaptados às necessidades de cada dia. Como, na época, poucas ruas e rodovias eram asfaltadas, quando sabiam que disputariam uma corrida no plano, as terças e quintas eram destinadas a correr de Pomerode até no trevo do Badenfurt. “Fazíamos umas quatro idas e voltas, cada uma dava 34km, ficávamos uma tarde nisso”, destaca.

Já quando era prova de montanha, a equipe treinava na região de Testo Alto. “Normalmente, se a corrida era de 70 a 80km, fazíamos 100 ou 120km, para ter um extra. Às vezes, também subíamos para outras cidades, como Ascurra e Apiúna.” Sobre os diferentes tipos de prova, Rolf relembra as preferidas por ele: “Eu gostava de resistência, 100 a 120km, provas maiores, e subidas de morro. O Hans Fischer era mais o sprinter, que é o plano e de arrancada, com 1.000 metros.”

Aposentadoria das pistas

Como atleta, Rolf se aposentou em 1982, logo após os Jasc, por assuntos particulares. Além de competir em São Paulo, também conheceu muitas outras cidades por causa do esporte, como Chapecó, Joinville, Campo Alegre, São Bento, Brusque e Ibirama, uma das coisas que admite ter sentido falta depois de parar. “Sinto saudade dos lugares que conheci, fizemos muitas amizades nesses anos”, afirma.

Depois que parou, continuou trabalhando na Netzsch do Brasil. Em 1987, começou a trabalhar na Karsten, ficando 10 anos em cada empresa. Depois, trabalhou na Pommerglass Vidros até se aposentar. Em 1982, conheceu sua esposa, com quem teve um filho e foi promovido a avô.

Em 2018, precisou passar por uma cirurgia cardíaca e, de acordo com o médico que lhe atendeu, não teria sobrevivido se não fosse pelo coração de atleta que tem. “Foi bastante difícil, mas estou me recuperando”, confessa. 

40 anos após ter corrido profissionalmente pela última vez, Rolf olha para a coleção contendo suas medalhas, troféus, faixas do número que competiu e uniformes e somente um sentimento vem à tona: orgulho. “Comecei essa coleção desde a primeira prova. Coloquei todas as revistas e jornais em que apareci em um caderno, isso vale ouro.”

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