Um esporte que traz benefícios para o corpo e a mente. O karatê é uma atividade que ajuda a fortalecer músculos e ossos, além de aumentar a resistência e trabalhar a coordenação motora.
Esses são alguns fatores que Arthur Henrique Greuel, de 11 anos, vem desenvolvendo ao longo dos anos que pratica o esporte. Recentemente, ele ganhou destaque por ser o primeiro atleta PcD de Pomerode a participar da 1ª Etapa do Campeonato Estadual Série A de Karatê.

Filho de Márcia Gaedtke Greuel e Diether Werner Greuel, Arthur possui paralisia cerebral espástica. A condição acaba dando rigidez nos seus membros inferiores, dificultando a locomoção. Mas isso não o impediu de praticar o esporte que desejava.
Ele já tinha a vontade de aprender karatê ao ver a modalidade na televisão. Além disso, o seu professor de Educação Física, Erick Loth, havia mencionado que seria bom para o Arthur praticar o esporte. “Tomamos a decisão de colocar nosso filho nas aulas para melhorar sua condição motora e o karatê se encaixou bem naquilo que estávamos procurando para ele”, comenta o pai.
Desde as primeiras aulas, em 2023, Arthur já gostava de assistir os treinos. “Eu sentia vontade de treinar junto e, depois, fui me encaixando e fiz amizades. A adaptação foi melhor do que eu imaginava”, revela o atleta.
Segundo Diether, no começo, o filho estava um pouco ansioso devido à troca de faixas, mas sempre foi orientado que tudo ocorre no tempo certo. Além disso, ele tem uma facilidade em se entrosar com os colegas e possui uma grande força de vontade para fazer o que gosta.
O pai ainda conta que um dos desafios enfrentados por Arthur foi a comparação com os demais alunos. “A gente sabe que cada um tem as suas limitações, então aconselhamos ele a se comparar consigo mesmo e não com os outros. Diante disso, o Arthur vem sempre buscando melhorar e conquistar cada vez mais resultados.”
O karatê é uma atividade que proporciona uma resistência e melhor condição física para o atleta. Além disso, o esporte também tem agregado na disciplina de Arthur, de acordo com Diether.
Arthur explica como a prática ajudou no seu desenvolvimento. “Melhorou minha força, perseverança e autoestima. Agregou em um pouco de tudo, mas, principalmente, na minha condição motora, me auxiliando a ser mais independente nesse requisito”, revela.

O atleta conquistou o primeiro lugar em KATA Individual, na categoria PcD – Deficientes Físicos durante o Campeonato Estadual. “Eu senti uma felicidade extrema por ter participado e ganhado. Foi muito empolgante ver as pessoas lutando, pois, sonho em um dia chegar lá e sei que, com muita fé, eu vou conseguir”, comenta.
Para o pai, ver o filho nos treinos, adquirindo mais disciplina com o esporte já é uma grande vitória. “A participação dele na categoria PcD foi um incentivo do professor Erick e Siegfried Goldacker. E para mim e minha esposa, foi muito gratificante e emocionante.”
Para o futuro, Arthur pretende continuar praticando o karatê, pois sente que encontrou algo em que se encaixa. “Eu acho que me sinto mais parte disso do que qualquer outra coisa que eu já fiz. Sinto que meu corpo e minha mente se adaptaram ao esporte, além da minha autoconfiança ter melhorado”. O atleta ainda destaca que quer conquistar outras faixas, aprender coisas novas e ir para mais campeonatos.
Por fim, ele deixa um agradecimento à toda a família e para quem o apoiou em todos os momentos difíceis. “Eu sofri bullying por conta da minha condição, mas sempre tive alguém ao meu lado e isso me ajudou muito.”
Além disso, Arthur pede para que a população comece a ver as pessoas PCDs com outros olhos. “Muitas vezes, quem tem uma deficiência é visto como alguém incapaz ou defasado. Mas, ao longo da minha vida, eu vou provar o contrário. Isso eu prometo!”

Um nascimento antecipado
Diether explica que Arthur nasceu prematuro, com apenas 27 semanas de gestação, pesando 1,185 quilos. “Ele ficou 44 dias na UTI e mais uma semana no quarto. Tivemos todos os extremos cuidados no primeiro ano, mas percebemos que ele não estava engatinhando nem dando os primeiros passos.”
Diante disso, o neurologista solicitou alguns exames e os pais receberam o diagnóstico de Arthur. Desta forma, Diether e a esposa buscaram fisioterapia e recursos para que o filho tivesse uma qualidade de vida cada vez melhor.
Compartilhando essa trajetória, o pai deixa uma mensagem aos leitores sobre persistência e determinação. “Nunca devemos desistir! Nós jamais pensamos em desistir do nosso filho e temos muita gratidão a Deus pela vida do Arthur. Ele é nosso maior presente, sempre nos dando força para seguir em frente.”