No sábado, dia 22, ocorreu um evento em comemoração aos 30 anos de história da Moleca e Moleque Bom de Bola, em Pomerode. A festa ocorreu no Clube 25 de Julho, no bairro Testo Rega, e reuniu pais, alunos e antigos atletas do projeto, além de profissionais da área de educação.
O Moleca/Moleque Bom de Bola é um campeonato escolar que promove o esporte, a educação e o desenvolvimento de alunos das escolas. O treinador Luiz Carlos Xavier, mais conhecido como professor Lula, conta que o projeto iniciou em 1993. “A garotada não tinha muitas opções de atividade, e as que existiam eram só para meninos. Então, fui trabalhar como professor de Educação Física na Escola Básica Municipal Almirante Barroso, a qual era mais no interior, e começamos a fazer um trabalho lá”, relembra.
Na época, muitos alunos de 13 ou 14 anos saíam das escolas. Diante desta situação, a Secretaria de Educação e a Fesporte criaram o Moleque Bom de Bola como uma forma de mantê-los estudando.
Segundo Lula, as escolas de Pomerode tiveram muito sucesso nesses 30 anos. “Esse projeto é uma história muito bonita. Os alunos podem interagir com outras cidades, vir para os treinos, fazer amistosos… Ver a alegria da molecada é muito bom.”
Além disso, ele destaca que o Moleque Bom de Bola faz parte do crescimento e da educação de meninos e meninas. Um exemplo disso, são alguns atletas que passaram pelo projeto e, posteriormente, tiveram a possibilidade de jogar futebol em times como o Grêmio e o Internacional.
Um projeto que marcou vidas
Desde 1993, o Moleca/Moleque Bom de Bola vem marcando a vida de jovens atletas apaixonados pelo esporte. Cleverson Medeiros, conhecido como Sagu, participou do projeto nos anos de 1998 e 1999. “Quando entrei no Moleque, eu treinava com o professor Lula e fomos campeões nos dois anos”, comenta.

Além disso, a equipe também venceu os Joguinhos de Santa Catarina em Brusque e ficou vice-campeã na competição, em 1999, em Canoinhas.
Cleverson destaca que o Moleque Bom de Bola foi algo muito importante que aconteceu em sua vida. “Eu perdi meus pais muito cedo e quem me ajudou foi o professor Lula e o antigo diretor da Escola Almirante Barroso, Alírio Dahlke, que faleceu alguns anos atrás.”
O ex-aluno ainda está presente no futebol. Desde 2000, ele ajuda Lula a apitar o jogo do Moleque Bom de Bola na festa da escola.
Cleverson acrescenta que o projeto foi algo que lhe marcou muito e é grato ao Lula e ao Moleque pela pessoa que se tornou atualmente. Ele também agradece ao antigo diretor por sempre o incentivar e apoiar as crianças no futebol. “O Alírio nos buscava em um fusca amarelo e nos levava até Massaranduba para jogarmos, pagava cachorro-quente, nos dava chuteiras… Foi um alicerce e nos alavancou, juntamente com o Lula”, finaliza.
Além dos meninos, as meninas também puderam treinar e se dedicar ao esporte com a Moleca. Karine Aparecida Kegler, de 22 anos, começou a treinar com o professor Lula aos seis anos e aos 11 começou a participar do projeto.

Ela frisa que esse período foi de grande aprendizado. “A Moleca me desenvolveu muito como pessoa e me ajudou a ser a profissional que sou atualmente, pois exige muita resiliência e união entre os times”, afirma.
Durante sua jornada no projeto, Karine conquistou cinco títulos, juntamente com o time feminino do Almirante Barroso, e chegou a ir até para o regional. A ex-aluna revela que olha para trás, sente saudades de estar no campo e vê como o esporte muda a vida das pessoas.
Por fim, ela destaca que o Lula é como um segundo pai em sua trajetória. “Desde quando eu era muito nova, ele me abraçou como sempre abraça todos os pequenos. O Lula é uma pessoa e um profissional incrível, então hoje eu tenho muito orgulho de ter tido ele como professor e de tê-lo como um amigo.”