Há seis anos o futebol pomerodense não testemunhava uma grande final entre Vera Cruz e Floresta, maior clássico municipal e um dos mais emblemáticos da região. Essa rivalidade já tem muitos capítulos escritos e, para passear por alguns deles, o Testo Notícias convidou lendas dos dois clubes para relembrar a história e celebrar o respeito entre eles.
Pelo lado do Floresta estiveram presentes Vitor Goede, 80 anos, e Pinula (Lauro Volkmann), 67 anos. Já pelo Vera Cruz os representantes foram o Capitão (Alidor Struck), 91 anos, e Malu (Ilmar Marquardt), 63 anos.
Pinula conta que a primeira lembrança que possui vem da infância, de quando ouvia os pais, vizinhos e parentes comentarem durante toda semana quando uma partida entre as equipes se aproximava. “Eles diziam que Floresta e Vera Cruz era sempre um jogo duro, perigoso e de muita rivalidade”, pontua. Já como jogador, as lembranças são de como a disputa ficava dentro de campo e era decidida na bola.
Malu complementa que, naquela época, tanto o Vera Cruz quanto o Floresta tinham times com a maioria esmagadora dos jogadores sendo de Pomerode. Portanto, acabava que fora do campo eles estudavam ou trabalhavam juntos, enfim, conviviam em sociedade. “Por isso a rivalidade era ferrenha, mas sadia. A gente se cruzava praticamente a semana toda”, explica.
Capitão endossa a fala dos colegas e Vitor ainda acrescenta. “Em meados de 1960 existia sempre a grande rivalidade que movimentava toda a sociedade. E entre os jogadores isso também acontecia, até com brigas, mas apenas na hora do jogo. Depois, durante a semana, todos eram amigos, irmãos. Assim ia o futebol de Vera Cruz e Floresta.”

Jogos emblemáticos
Para Malu, uma das partidas que mais o marcou foi uma decisão entre Vera Cruz e Floresta disputada no Sesi. “Vencemos por 2 a 1, foi uma das últimas partidas que disputei pelo time. Pouco tempo depois, em um jogo contra o BEC, sofri uma entrada violenta e tive a bacia e o quadril fraturados, pondo fim à carreira de futebolista”, relembra.
Pinula conta que também estava em campo naquela final contra o Vera Cruz. “Infelizmente perdemos o jogo, mas é assim, só um pode ganhar.”
Já em 1977, outra partida memorável pela decisão do municipal, dessa vez com vitória do Floresta por 1 a 0. “Foi gratificante pelo time do Floresta que se comenta tanto, aquele de 1977. Como o Malu falou, apenas o goleiro era de fora, os outros todos daqui. Jogávamos futebol de salão nas segundas, quartas e sextas treinávamos no Floresta, passávamos a semana juntos”, pontua.
Expectativa para o próximo domingo
Para essas lendas do futebol pomerodense, o importante é que no próximo domingo a rivalidade fique dentro das quatro linhas do gramado e seja decidida pelos jogadores, na bola. Quanto a torcida, o desejo é que incentivem seus clubes, possam aproveitar uma tarde de bom futebol e que não haja nenhum tipo de confusão. É claro que cada um deles acredita na vitória do time de coração e torcerá muito por isso.
Palpites
E não poderíamos deixar de perguntar a eles qual era o palpite de cada um para o jogo de volta. Confira:
Vitor: Floresta 1 x 0 Vera Cruz
Malu: Vera Cruz 2 x 0 Floresta
Pinula: Floresta 2 x 1 Vera Cruz
Capitão: Vera Cruz 2 x 1 Floresta
Partida de ida
O domingo ensolarado foi um ingrediente a mais para que a torcida comparecesse ao Estádio Hermann Weege, reduto do Gigante da Avenida, para acompanhar os primeiros 90 minutos da grande final da Copa Pomerode de Futebol Adulto Federada 2023 – Taça Zee Rucci, que colocou frente a frente Floresta e Vera Cruz.
E o maior clássico pomerodense foi marcado pelo equilíbrio no placar, com as duas equipes ficando no 0 a 0. Agora, a decisão fica mesmo para o jogo da volta, que será disputado no Estádio Hermann Koch, casa do Vera Cruz. A partida está marcada para domingo, dia 02 de julho, às 15h.
Homenagens
Antes da bola rolar foi o momento de homenagear o ex-árbitro Klaus Alexander Utpadel, morto em um acidente de trânsito no ano de 2022. Os familiares presentes receberam uma placa e todos se emocionaram ao relembrar da figura tão conhecida pelos desportistas pomerodense.
Além disso, o único remanescente entre os fundadores do Floresta, Quito Blank, deu o pontapé inicial da partida.
Últimos preparativos para o confronto
O palco dos últimos 90 minutos dessa decisão será o Hermann Koch, em Testo Central. A diretoria do Vera Cruz se prepara para receber um grande número de torcedores, com expectativa de casa cheia. A exemplo do que aconteceu no Floresta, a portaria também trabalhará com contribuição espontânea e haverá sorteio de brindes para os presentes. Além de serviço de bar e cozinha.

Vera Cruz
O técnico do Vera Cruz, Adriano Burigo, revela que a estratégia dependerá de quais atletas tiverem condições de jogo para a final de domingo, uma vez que ainda há algumas dúvidas no elenco. “Como estaremos em casa, não podemos jogar retrancados, atrás. Mas a estratégia será definida conforme tivermos os jogadores à disposição”, salienta.
Para completar, ele explica que a equipe deve ter um ou dois desfalques, uma vez que alguns atletas se lesionaram ou sentiram dores na partida de ida. “Eles estão se recuperando e tentando estar à disposição do time. Porém, a certeza só virá no fim de semana”.
Adriano diz que os torcedores podem esperar um grande jogo. “Os torcedores podem esperar um grande jogo, a primeira partida teve poucas chances de gol para as duas equipes. Como essa é uma final de 180 minutos, como se diz no futebol, e o campeonato tem saldo de gol, as equipes procuram não deixar o adversário abrir resultado”. Agora, na partida de volta, é tudo ou nada para ambos os lados. “A torcida do Vera sempre se faz presente para apoiar o time, ainda assim, deixo um convite para que venham prestigiar a final”, complementa.
Floresta
O técnico do Floresta, Ivo Brehmer, enfatiza a dificuldade do jogo, principalmente por ser fora de casa, mas garante aos torcedores e diretoria do Gigante da Avenida que o time se doará ao máximo para buscar a vitória. “Nós vamos brigar, lutar e entregar tudo o que podemos dentro de campo para conquistar esse título, será um jogo muito difícil, mas estaremos de corpo e alma dentro de campo e o torcedor pode esperar muita luta.”
Em relação ao elenco, há a certeza de que o time não estará completo, já que um dos zagueiros do Floresta foi expulso no jogo de ida. “O foco da nossa preparação é recuperar os atletas que sentiram alguma coisa para que estejamos mais completos o possível. Alguns estavam voltando de lesão e outros se machucaram no domingo, mas estamos dedicados em fazer com que todos estejam aptos a jogarem e, com isso, conseguiremos montar a melhor estratégia para o jogo”, declara.
Por fim, ele deixa um convite para a população pomerodende: “Venham prestigiar, será casa cheia, jogo bom, legal de assistir e jogar, vale a pena assistir e torcer para o Floresta.”
Não perca nenhum detalhe da entrevista com as lendas do futebol pomerodense
Além das histórias descritas aqui, há muitas outras contadas pelos ex-jogadores e você pode conferir todas elas assistindo a versão completa do vídeo.