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Professor aposentado lembra o acordo para cuidar do cemitério

O professor aposentado Valmor Kamchen presidia a Paróquia Evangélica de Rio do Testo que atualmente foi subdividida em diversas paróquias lembra bem como foi o acordo entre a paróquia, parentes, dos imigrantes e prefeitura. Valmor não sabe dizer exatamente o ano, mas entre 1983 e 1988 quando era presidente da paróquia do Rio do Testo foram chamados os familiares que tivessem algum laço de parentesco e foi feito um projeto de preservação do cemitério que representa a história de alguns dos primeiros imigrantes. A matéria publicada na edição anterior denuncia o estado de abandono do cemitério dos Imigrantes no centro, praticamente destruído.

“A ideia era fazer um memorial e afixar as lápides e ainda contar um pouco da história da imigração”

“Na ocasião as lápides foram guardadas e alguns familiares colocaram a lápide em outros cemitérios junto nas sepultura das famílias. Mas a ideia era fazer um memorial e afixar as lápides e ainda contar um pouco da história da imigração”.

Valmor lembra que o prefeito da época, Eugênio Zimmer, não aceitou fazer o memorial. Foi formada então uma comissão entre prefeitura, parentes e igreja para cuidar do local. Até o responsável do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN, Dalmo Vieira Filho, esteve na cidade. Valmor conta que ele foi favorável de preservar somente as sepulturas que estavam intactas. “Muitos túmulos depois da limpeza estavam bem preservados. Mas em uma das limpezas a comissão resolveu cortar as árvores, pinheiros plantados, cujas raízes afetaram os túmulos. Para o professor, nem ossada existe mais, pois com o terreno argiloso e passados tantos anos o corpo entrou totalmente em decomposição.

Ele explica que com relação aos falecimentos e respectivos sepultamentos da época, foram criados espaços para os cemitérios comunitários, pois não existia nenhum cemitério público em Pomerode. “Dr. Blumenau destinava lotes de terra para a implantação de cemitérios, não para todas as comunidades pois, nestes locais um colonizador doava uma área para o mesmo. A comunidade se organizava e em cada local onde hoje existe um cemitério (não público) era (ou é) a própria comunidade do cemitério, responsável pela manutenção do mesmo”. Esta comunidade possuía organização própria, com o seu regimento e diretoria constituída e é a mesma que coordenava a limpeza e manutenção do campo de paz. “Sabe-se que cemitérios, por falta de espaço para mais sepultamentos e também pela morte dos familiares responsáveis pelos sepultados, acabaram abandonados. Comenta-se muito do Cemitério do Centro, mas há ainda o Cemitério de Testo Alto, próximo à Igreja Luterana, que também está em total abandono”.

Atualmente as seguintes comunidades possuem cemitério em funcionamento: Na Rega Alta, colina nos fundos da Igreja Luterana; Rega I, Testo Rega, um próximo ao outro; Testo Alto, próximo à Escola Municipal Dr. Bonifácio Cunha; Testo Alto, cemitério mais recente, antes do Supermercado do Belz; Pomerode Fundos, na Rua Vidal Ferreira; na Rua Dr. Wunderwald, próximo ao Vasquinho; no Ribeirão Herdt; Testo Central Alto; Testo Central, anexo à Igreja Luterana; e no Vale do Selke, anexo à Igreja Ecumênica. A maioria destas comunidades de cemitério são luteranas, mas diversas são ecumênicas, ou seja, os membros pertencem a diversas denominações religiosas. De acordo com o professor, somente são sepultados nestes cemitérios os membros das comunidades, pois são eles que pagam e contribuem para a limpeza e manutenção dos mesmos e com direito à sepultura. Assim, somente membros da comunidade de cemitério ser sepultados na localidade, geraram muitas críticas à própria Igreja Luterana, principalmente quando falecia alguém que não pertencia à comunidade de cemitério e o mesmo era enterrado em outro local ou às vezes até em outro município. A Igreja, no entanto, não interferia nestas comunidades, pois as mesmas tinham as suas diretorias e com os seus próprios regulamentos.

Com a criação do Cemitério Municipal esta situação foi resolvida: quem não é membro de nenhuma comunidade de cemitério é sepultado no mesmo.

Valmor sugeriu que a Fundação Cultural, em parceria com as comunidades de cemitério, assuma estes espaços, procure restaurar o que ainda é possível, mas não só isto, fazer um levantamento em todos os cemitérios existentes e identificar os túmulos com o nome de imigrantes. “Não digo primeiros, pois os primeiros falecidos talvez não fizeram parte da primeira leva de Pomeranos que aqui se estabeleceram. Vamos encontrar muitos nomes cujas famílias hoje não mais existem em Pomerode, ou porque migraram para outra localidade. Pomerode precisa urgente deste resgate histórico”, destacou o professor.

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