O Papai Noel, personagem que encanta crianças e adultos na época do Natal é vivido há exatamente 30 anos pelo professor das séries iniciais, Werner Dallmann, 54 anos. No início, em 1982, ele percorria as ruas da cidade em cima de um Jeep, hoje já possui um trenó. Naquele ano, ele fez o personagem para animar o Natal, contratado pela Prefeitura, cargo que mantém até os dias de hoje. Mas, não é só ele que se veste de Papai Noel na família Dallmann. Tudo começou, na verdade, com a esposa, Anali, que se vestia assim para animar o Natal em casa. O filho Marcos Dallmann, também gostou da brincadeira e se transformaram na família Noel. Somente o outro filho não quis se transformar no Bom Velhinho, nesta época do ano, mas Edielson ajuda como motorista.
Werner é o Papai Noel oficial do município, mas é convidado para animar as festas nas empresas, nas residências, o que faz com muita alegria. Diz que tudo é voluntário e aceita o que quiserem doar. Certa véspera de Natal visitou 28 casas na mesma noite. Ele garante que este ano a lista já inclui 20 casas que contarão com a visita do Papai Noel. A maratona natalina já começa no dia 24 pela manhã. O Natal da família é feito por último. “Uma vez fomos fazer a reunião com os familiares às 3 horas, quando acabaram as visitas nas famílias da cidade”. Normalmente, ele chega deixa os presentes e uma mensagem, cerca de 10 minutos em cada casa.
Durante estes anos, muitas histórias engraçadas e tristes foram vividas por Werner. Ao lembrar se emociona: “Dentro da fantasia já chorei muito!”.Ele conta que uma senhora, na véspera do Natal pediu para que acompanhasse em uma entrega de chester, cerca de 10, para pessoas carentes. Uma das crianças que recebeu o presente gritou para a mãe: Olha mãe vamos comer carne pela primeira vez este ano. A senhora se comoveu e mandou o Papai Noel dar mais um chester, conta Werner.
Ele diz que a Terceira Idade dá muito valor para o personagem. “Quando passamos na rua eles aplaudem, tiram o chapéu e também fazem seus pedidos”.
Uma vez uma criança fez um pedido que deixou Werner sem ter o que dizer por um tempo. “O menino de três aninhos sentou no meu colo e disse: Papai Noel você pode me dar um irmãozinho? Eu sorri. Já entreguei de tudo, de carro zero a um quilo de arroz, mas a bicicleta é ainda o presente mais pedido”.

Certa vez, ficou quase cego de tantos flashs. “Com a entrega de presentes para crianças em uma instituição, todos os pais queriam tirar foto das mais de 100 crianças com o Papai Noel. Resultado: só enxergava pontos pretos de tantos flashs”, contou sorrindo.
O trajeto até as residências, muitas vezes não são fáceis. No início, quando começaram a usar o trenó, eram duas renas enormes e pesadas. Viviam quebrando o trenó que ficava empinado. “Para continuar com as entregas a solução foi colocar um gelo baiano na frente para o trenó não empinar”.
Werner valorizou o trabalho dos motoristas, que sempre desempenharam uma importante tarefa. Lembrou-se do primeiro, Domingos de Oliveira, e de outros como: Ortvin Teske, Ildo Dumes, Celso Maas, Milton Konell, Nélio Clair Borchardt, Lindolfo Dumes, Lothar Denchen e Irineu Bloedorn.
Mas a mais triste história que teve que presenciar foi um acidente, em 2003, em Testo Rega, com uma criança de cerca de 11 anos. Vestido a caráter, ele ia animar uma festa. Ao ver a criança caída no chão, após um acidente de moto e um carro, não pensou duas vezes. Parou o carro, e como fez curso de primeiros socorros, tentou ajudar. Ligou para os Bombeiros e começou a conversar com o menino, que teve uma das pernas arrancada com o impacto da batida. Werner ficou ali, todo o tempo com o menino, tentando acalmá-lo e dizendo que ele poderia confiar no Papai Noel, pois ele ficaria bem. Os Bombeiros Voluntários chegaram pouco tempo depois e levaram o garoto para o hospital. “Fui visitá-lo e sempre mantivemos contato com a família daquele menino que hoje já é um homem. Nunca esqueço aquele fato marcante para mim”. Werner gosta muito de ser o Papai Noel. “É um trabalho muito gratificante. Nem encontro palavras para dizer o quanto fazer isso é gratificante para mim e minha família. Também sei que o pomerodense dá muito valor ao Papai Noel”. A última pergunta: Papai Noel existe? Werner: “sim, no coração de quem acredita!”.