Um sonho que precisou de muita dedicação para se tornar realidade. Abdicação, trabalho duro e superação não faltaram na criação e manutenção do Clube de Caça e Tiro Germano Tiedt, de Ribeirão Souto. Fundado em 3 de junho de 1953, a sociedade ganhou sua sede própria em 1961.
Na época, o terreno foi doado por Helmuth Just, um dos sócios-fundadores. “Eu me lembro que eu vinha da aula e ficava olhando eles trabalhando. Não tinha maquinário, então fizeram tudo de forma manual. Todos os sócios ajudaram de forma gratuita para levantar a nova sede”, relembra o atual vice-presidente do C.C.T e filho de um dos sócios-fundadores, Alcides Lach, de 71 anos, que presenciou de perto a construção.

Uma mão ajudou a outra e, assim, o local foi tomando forma. Todos, de alguma forma, fizeram parte daquele momento tão importante para a localidade de Ribeirão Souto. “Nossos pais e avós lutaram muito para conseguir levantar isso aqui, foi um trabalho muito árduo”, enfatiza Alcides.
Da mesma forma, o atual secretário do clube e filho de Helmuth, Miro Just, de 63 anos, se questiona. “Hoje, não é mais tão difícil quanto era antigamente. Antes, era tudo braçal… Essa gente lutou, não tinha maquinário, era tudo no braço. Como conseguiram erguer isso até hoje não consigo entender, mas a união fez a força.”
Participação efetiva
Quando Miro completou 18 anos, uma das primeiras coisas que fez foi se associar oficialmente ao Germano Tiedt. Logo, assumiu um papel efetivo na busca pelo crescimento da sociedade. “Desde pequeno, eu acompanhei meus pais, nunca deixei de participar. Conforme fui crescendo, eles me pediram para pegar um cargo. Primeiro, fiz parte do comitê, isso não sei há quanto anos, e sou secretario desde 1992.”
Além disso, ele também fez parte de momentos importantes do clube. “Eu participei da montagem do piso, fizemos tudo gratuito. Nós trabalhávamos na madeireira, vínhamos para cá à noite e montamos as madeiras.”

Da mesma forma, Alcides também se tornou sócio ao chegar na maior idade. “Depois, entrei junto na diretoria, mas foi bem mais para frente. A primeira diretoria que trabalhei foi em 1986, com o Nelson Just como presidente. Depois, fiquei uma época fora e, em 2002 ou 2003, por aí, entrei de novo com o Ademir como vice-presidente, onde continuo até hoje.”
Já o presidente do clube, Ademir Glau, de 61 anos, iniciou sua história com o C.C.T Germano Tiedt quando começou a namorar quem se tornaria sua futura esposa. “Eu comecei a frequentar a sociedade, ir nas assembleias, tinha uns 18 ou 19 anos. Em uma assembleia, o presidente da época, seu Nelson Just, convidou eu e mais dois colegas para ajudar nos eventos do clube”, explica.
Ademir ficou, então, no cargo de segundo secretário por dois anos. Depois, ocorreu a troca de presidência, assumindo o Waldir Glatz, o qual lhe convidou para ser tesoureiro. “Ele ficou 10 anos como presidente e eu 10 anos como tesoureiro. Após isso, o Waldir pediu para sair e eu assumi a presidência em 2000, permanecendo até agora.”
Para ele, iniciar o período à frente do clube não foi uma tarefa difícil. Como o pai foi presidente do Progresso e do Vale do Selke, aprendeu de perto como administrar uma sociedade.
Em pequenos passos, grandes conquistas
Quando Ademir assumiu o cargo de segundo tesoureiro, a situação do C.C.T não estava boa. Sua sogra, a responsável pela cozinha, precisava preparar as comidas em casa e trazer ao Germano Tiedt, já que não tinha louças e utensílios necessários no clube. “Depois, quando passei para o cargo de tesoureiro, trabalhamos mais em cima disso, conseguimos melhorar bastante nesses 10 anos”, conta.
Ao iniciar como presidente, os únicos eventos que o clube promovia eram de bailes e festas de rei. Com o tempo, entendeu que só isso não seria o suficiente para fazer com que a sociedade crescesse. “Aí começamos a fazer cucada e pastelada. Em um sábado, eu e minha esposa fomos na casa da Hanna-lora Dahlke, que era quem mais trabalhava com esses eventos, e combinamos de fazer em um fim de semana. Nós tínhamos forno a lenha, tudo pequeno e precário, mas conseguimos fazer, deu certo. Depois, fizemos mais uma, mesmo com a pouca estrutura.”

Um tempo depois, decidiram que precisavam investir se quisessem continuar. Com isso, adquiriram três fornos grandes, possibilitando fazer cerca de quatro ou cinco cucadas e pasteladas por ano. “Entrou um bom dinheiro e conseguimos melhorar. Posteriormente, começamos com os eventos para terceiros. Nós achávamos que fazer um ou dois eventos por mês seria ótimo. Nos primeiros anos, não fazíamos muito, mas depois fomos crescendo cada vez mais”, lembra.
Mas engana-se quem pensa que as melhorias pararam por aí. Quando conquistava um objetivo, Ademir sempre estava com outros no horizonte. “Desde o começo, eu sempre planejei as mudanças do clube dois anos para frente. Quando fizemos 60 anos, por exemplo, eu disse que o nosso maior objetivo era aumentar o estacionamento, então compramos um terreno nos fundos do clube. Depois que isso estava pronto, focamos em melhorar a cozinha, o terreno e o galpão.”

Além disso, a diretoria percebeu que a parte dos fundos já não estava mais tão boa e decidiu construir um galpão nos fundos da sociedade. “Recebemos orçamentos e fechamos o negócio. Pagamos uma ou duas prestações e veio a pandemia, fechando tudo. O problema estava aí, as contas estavam para pagar, mas a empresa que contratamos conversou conosco e disse para não nos preocuparmos e pagarmos como podíamos.”
Com o novo desafio, o Clube de Caça e Tiro Germano Tiedt precisou retornar às suas raízes e voltar a organizar cucadas e pasteladas. “Depois, a vigilância começou a liberar e, em pouco tempo, conseguimos finalizar o galpão e os eventos retornaram com tudo. Ano passado, já tínhamos muitos eventos, mas esse ano nos surpreendemos”, evidencia o presidente.
Sobre a evolução que a sociedade teve ao longo dos anos, Ademir admite: “Na verdade, desde quando eu comecei até hoje, talvez a única coisa que ficou é o telhado. De resto, nós mudamos tudo, as pistas, laterais, mesa, cadeira… Não tem mais nada do velho, só ficaram algumas fotos”, brinca.
Nova geração no esporte
Com o novo galpão, foi possível separar a parte de baixo para o clube e o segundo piso ficou direcionado para as competições de tiro que, de acordo com o presidente, conta com uma ótima equipe. “Em 2019, eu montei uma diretoria jovem para administrar o tiro e essa foi uma das melhores coisas que fizemos. Conseguimos uns 30 a 35 associados novos. A equipe é jovem e, se continuarmos desse jeito, temos uma equipe boa durante muitos anos. Estamos ficando quase sempre em segundo lugar, mas uma hora o ouro chega”, expõe Ademir.
A ideia é que essas sementes plantadas agora possam dar frutos no futuro. “Quem sabe, daqui a alguns anos, eles também possam assumir o clube. Desde que entramos na diretoria, nós praticamente só trabalhamos. Já está na hora de pararmos e voltarmos a frequentar o clube”, completa.
Para Miro, atirador desde que se conhece por gente, não tem preço poder ver o esporte passar por gerações. “Eu atiro desde os meus 18 anos, não tem uma festa de tiro que não estou presente. Meus netos já estão atirando, estou muito feliz com isso.”
Já os filhos de Alcides estão como responsáveis do tiro e, por isso, compartilha do mesmo sentimento de Miro. “Sinto muito orgulho disso, de sempre a família continuar pegando, as gerações estão assumindo e deixando a sociedade funcionando. Tomara que continuem assim, nós precisávamos ter mais gente nova entrando como sócios, mas é difícil”, declara.

Amor passado de pai para filho
Helmuth Just, doador do terreno da atual sede, teve sete filhos, cinco homens e duas mulheres, sendo uma já falecida. Todos eles seguiram o conselho do pai e mantiveram vivo o amor pelo clube. “Ele deu o terreno, ajudou em tudo e depois ele disse ‘quando vocês crescerem, vocês continuem da maneira que está agora’. Todos nós continuamos o que ele deixou”, evidencia Miro.
Na diretoria, a participação da família é mais visível ainda. Fora o atual presidente, Ademir Glau (casado com a filha de Helmuth), e o vice-presidente, Alcides Lach, os outros integrantes são todos Just: Rosiane Just (tesoureira), Dirlei Just (vice-tesoureiro), Miro Just (secretário) e Ingomar Just (vice-secretário).
“Nossa família está inteira aqui, isso eu posso falar. Muitos falam que se um dia a gente não estiver mais, não sabem como isso vai ficar. Mas tomara que venha gente que se interesse, porque estamos no caminho certo. Para sempre nada é, mas é uma alegria estar aqui ainda, participando de tudo o que está acontecendo”, completa o secretário.
Para Ademir, o questionamento sobre o futuro é uma preocupação de todos os presidentes e diretorias dos clubes de caça e tiro. “Hoje, temos em torno de 75 sócios. Não é um número alto, mas é o que conseguimos ter. Acredito que os maiores desafios do clube a gente já tenhamos passado, como o galpão, o terreno e, agora, a pista de dança. Mas precisamos de uma nova diretoria e conseguir trazer pessoas jovens.”

Sobre os mais de 20 anos estando à frente da sociedade, ele destaca ser uma grande responsabilidade e desafio. “Fazemos muitas amizades. É legal, mas também é cansativo, tem os dois lados. Hoje, ainda é bem mais fácil do que antigamente, quando não se tinha estrutura nenhuma e faltava dinheiro”, finaliza.
Nossa história preservada através das nossas memórias
1975
Fast sechs Jahrzehnte lang konnten die Einwohner von Pomerode die Vorteile von Lojas Karsten (Karstenladen) nutzen, der sich mitten im Herzen der Stadt in Betrieb befand. Das Geschäft war bekannt für den Verkauf verschiedener Artikel wie Möbel, Haushaltsgeräte, Fahrräder, Teppiche, Fernseher, Plattenspieler und Tonbänder/Kassetten. 1938 wurde das Geschäft in dem Gebäude links (inzwischen abgerissen) eröffnet und 20 Jahre später auf das Gebäude, in welchem sich derzeit die Caixa Econômica Federal befindet, erweitert.

2023
Durante quase seis décadas, os pomerodenses puderam aproveitar as Lojas Karsten, que funcionava bem no coração da cidade. O comércio era muito conhecido por vender diversos itens, como móveis, eletrodomésticos, bicicletas, tapetes, televisores, toca discos e fitas. A loja inaugurou em 1952 no prédio à esquerda (já demolido) e, 20 anos depois, foi expandida para o prédio em que atualmente é ocupado pela Caixa Econômica Federal.

Agradecimentos
Dirceu José Zimmer (tradução) • Ademir Glau • Alcides Lach • Miro Just • Bino Mayer (Fotos Antigas Pomerode) • Lothar Ivo Karsten • John Luiz Karsten