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50 anos de uma história regada pela tradição e amor ao futebol

C.E.R.C. Vasco da Gama completou cinco décadas em fevereiro de 2024

O nome Vasco da Gama não surgiu sem motivo. Muito pelo contrário, foi o amor pelo futebol que fez com que um grupo de amigos decidisse fundar um novo clube em Pomerode.

Diante do desejo, moradores do bairro Wunderwald se reuniram em 1974 para decidir o nome do clube. “Alguns queriam Palmeiras, mas não foi totalmente aceito. Aí surgiu Vasco da Gama, todos concordaram e assim ficou o nome da sociedade”, lembra o sócio-fundador, Heinz Koenig, de 67 anos.

No dia 5 de fevereiro daquele ano, foi realizada a primeira reunião ordinária para a fundação do Clube Vasco da Gama. Na oportunidade, estiveram presentes 52 moradores da localidade.

Além disso, o momento serviu para que fosse composto o conselho deliberativo e a primeira diretoria da sociedade, a qual foi eleita por aclamação e ficaria perante um ano. Alfons Jungton foi escolhido para ser o primeiro presidente, já que ele tinha condições de assumir o clube e também tinha conhecimento das partes burocráticas.

Lembranças: Sócio-fundador, Heinz Koenig conta sobre o início do Vasco da Gama. Foto: Jonathas Albuquerque/Testo Notícias

Com o tempo, entenderam que seria necessário fazer a terraplanagem do campo de futebol, que ficava em frente onde hoje está a sede da sociedade. Diante disso, Edevino Rahn (in memoriam), um dos sócios-fundadores, foi escolhido para realizar o pedido ao prefeito da época, Alvin Klotz (in memorim).

O filho de Edevino, Edegar Rahn, de 55 anos, era criança quando o clube foi fundado, mas se recorda de muitas experiências vividas pelo pai. “No começo, foi meio difícil conseguir as coisas. O prefeito era meio durão, quando ele dizia ‘sim’, aquilo seria feito, mas quando ele dizia não, não se fazia. Com o passar do tempo, meu pai, já ansioso, querendo que essa obra saísse, foi à procura do prefeito. Quando chegou, o Alvin já disse ‘eu sei o que o senhor quer, podes ir para casa que isso será feito’. Não demorou muito tempo e as máquinas vieram e fizeram a terraplanagem”, conta.

Um ano de conquistas

1975 foi o ano de ouro para o Clube Vasco da Gama. Primeiro, foi feito a divisão dos departamentos (sede social e futebol). Dessa forma, Edevino Rahn foi eleito o primeiro presidente da sede social.

Além disso, na época, o objetivo principal dos fundadores era construir a própria sede da sociedade. Para isso, foram de casa em casa em busca de sócios. Alguns deram dinheiro, outros deram toras de madeira para levantar a estrutura, já outros auxiliaram com a mão de obra.

História: Primeiro time de futebol do Vasquinho. Foto: Arquivo Clube Vasco da Gama

Para isso, no dia 2 de fevereiro, foi realizada a festa de lançamento da pedra fundamental. Participaram autoridades municipais, comerciantes, industriários, sócios e comunidade em geral. “O prefeito esteve presente para fazer a batida. Na época, ele comentou: ‘tomara que essa pedra não virasse mato, poque já vi muita coisa acontecer que nunca mais foi além’”, relata Edegar. “Eles colocaram a pedra, pegaram um martelinho, deram três marteladas e botaram dinheiro para ter dinheiro em caixa”, completou Heinz.

Em 12 de abril, a sede estava pronta e sendo inaugurada. “Aí meu pai foi procurar seu Alvin Klotz para prestigiar a inauguração, ele não acreditou que em dois meses eles construíram a sede social, disse que isso não podia. Mas, pelo o que sabemos, todos os sócios ajudaram para que o clube fosse para a frente e, em dois meses, conseguiram finalizar”, destaca Edegar.

No sangue: Filho de sócio-fundador, Edegar Rahn é comandante do clube há mais de 25 anos. Foto: Jonathas Albuquerque/Testo Notícias

Após a solenidade de inauguração, foi realizado o primeiro baile do Clube Vasco da Gama. “Na festa, tinha uma banda que veio da região da Vila Itoupava, Massaranduba, que era a Bandinha Avante, mas que hoje não existe mais”, recordou Heinz.

Organização sempre fez parte do clube. Por isso, no dia 12 de março, a diretoria se reuniu para definir as datas das festas para o ano de 1975. A primeira Festa de Rei do Tiro aconteceu no dia 14 de junho. “Como não tinha a competição, foi sugerido que o presidente, o vice-presidente e o primeiro tesoureiro fossem o primeiro reinado da primeira festa”, relatou Edegar.

Já no dia 27 de julho, foi organizada a festa da rainha. “Durante um dia, somente as competições foram realizadas. Depois, no dia 20 de setembro, aconteceu a primeira Festa da Rainha do Tiro no Clube Vasco da Gama. Por fim, no dia 16 de novembro, foi realizado a Festa de Rei do Tiro ao Pássaro.”

Mudanças de cargo

Edevino ficou como presidente do clube por 36 anos. Durante esse período, ele deixou o cargo somente um ano, em 1987, para Egon Rahn. Em 2010, Edevino decidiu abrir mão da responsabilidade, momento em que Marcos Küster entrou como presidente, permanecendo à frente até 2014. De 2014 a 2015, o Vasquinho teve Renomar Zibell como presidente, de 2016 a 2017, Anderson Clasen e, de 2018 a 2019, Edimar Kath.

Hoje, a responsabilidade está nas mãos do Armim Steinert, de 62 anos. “O ano certinho que eu entrei no C.E.R.C. Vasco da Gama eu não me lembro, foi por volta de 1985, eu e minha falecida esposa entramos ‘de penetra’, já que tínhamos amigos aqui. Desde o começo, fomos muito bem recebidos, o Edevino sempre foi um pai para nós aqui dentro”, conta Armim.

Antes de se tornar presidente, ele já esteve na diretoria no conselheiro fiscal. “Nós trabalhávamos muito, inclusive como garçom, não era fácil. Sextas-feiras chegamos aqui para lavar os copos, colocar as cervejas no freezer, era sempre puxado, como ainda é hoje em dia. Hoje, tem mais correria como presidente, tem que fazer a papelada, levar e pegar nos lugares, etc.”

No comando: Armim Steinert está como presidente do clube desde 2022. Foto: Jonathas Albuquerque/Testo Notícias

Sobre assumir o cargo que ocupa atualmente, Armim admite que não queria dar esse passo. No entanto, os colegas conversaram com ele e conseguiram fazê-lo aceitar o desafio. “Não é fácil ser presidente, mas eu tenho algumas mãos que me ajudam muito”, destaca.

A esposa de Armim faleceu há 11 anos e, agora, ele conta com uma nova companheira ao seu lado, a qual também se juntou ao clube. “Ela também está na diretoria junto comigo, é uma alegria tê-la me ajudando. O que eu não posso fazer no celular ela faz pra mim, por exemplo, e assim vamos indo, sempre firme e forte.”

Já Edegar, filho do sócio-fundador e ex-presidente do clube, ocupa há mais de 25 anos a função de comandante do C.E.R.C. Vasco da Gama. Como era criança quando a sociedade foi fundada, ele viu de perto o local crescendo e evoluindo.

Foi em meados de 1983 que decidiu se tornar sócio. “O meu pai era até meio rigoroso, naquela época ele já exigia que eu tinha que participar, entrar em um clube. Em 1992, eu assumi uma parte da diretoria e entrei para o conselho fiscal, em que permaneci por três anos. Depois, fiquei mais dois a três anos como diretor social.”

O convite para assumir uma nova função veio do próprio pai, já que o primeiro comandante do clube, que na época era chamado de capitão, adoeceu. “Em janeiro de 1998, tivemos uma festa. Eu estava como segundo cavalheiro, se não me engano, aí ele não pode ir, porque já estava doente. Naquele dia, meu pai fez o comando. Posteriormente, veio a sugestão que precisávamos de um novo comandante e meu pai sugeriu que eu tomasse à frente”, evidencia.

No primeiro momento, ficou meio ansioso e com medo, principalmente por ter que falar em público, o que admitia ser uma tarefa difícil. “No entanto, em abril de 1998, eu assumi como comandante e sigo até os dias atuais.”

Momentos que nunca serão esquecidos

No início do clube, Heinz revela que jogou no time de futebol do Vasquinho. “Eu era novo, aquela época era aspirante de titular. Mantivemos o time por vários anos e tivemos diversas conquistas. Infelizmente, no ano de 1997, o futebol precisou se encerrar no clube. Agora, temos competição de tiro, pássaro e caneco. Nunca fui rei, mas talvez um dia eu ainda seja. Cavalheiro eu fui várias vezes.”

Nesses 50 anos, o sócio-fundador relembra de muitos momentos marcantes que teve na sociedade. “No início, foi bem difícil, mas conseguimos encontrar pessoas que queriam se tornar sócias. Hoje, tem muitos sócios que já estão com a quarta geração no clube. Nas festas, quando eu era mais novo, dançava muito, mas não tenho mais condições de dançar. Eu não escolhia a música, dançava tudo”, brinca.

Heinz conta que nunca conseguiu estar na diretoria por morar um pouco mais longe da sede, mas afirma que sempre se dedicou ao máximo no que podia. “Passei por alguns problemas de saúde, mas nunca me afastei do clube. Por enquanto, ainda consigo ir, mas estou ficando velho. Espero que o Vasco da Gama ainda vá adiante por muitos anos e que tenham muitas festas”, enfatiza.

Lembrança: Heinz, Edegar e Armim segurando a primeira bandeira do clube. Foto: Jonathas Albuquerque/Testo Notícias

Com o passar dos anos, muitas coisas mudaram no clube, tanto questões físicas, como reformas, quanto de costumes. “Geralmente, naquela época, as festas eram nas residências. Hoje em dia, isso já não ocorre mais, o que dá até uma pequena saudade, porque as festas eram bem raízes, bem boas. Investimos bastante coisa no clube também, ele sempre cresceu e se expandiu”, explica Edegar.

Sobre os momentos que guarda na memória, o comandante pontua alguns. “Tivemos muitas emoções no tempo do futebol, quando o time participava dos campeonatos. A nossa torcida era fanática e tínhamos bastante coisa boa. Porém, o que mais me marcou era o prato chefe do Clube Vasco da Gama, que era o pastel feito aqui. As senhoras faziam a massa caseira e minha mãe fazia o recheio. Elas não conseguiam fazer tanto pastel quanto as pessoas pediam. Tinham sócios que não vinham pro baile, mas vinham só para buscar o pastel para comer em casa.”

Quando olha para trás, Edegar relembra os dias em que o salão enchia com as tradicionais festas. “Na época, os bailes e domingueiras estavam sempre cheios, vir até no Vasco e até em outros clubes era como as pessoas se ocupavam. Hoje em dia, mudou bastante, as pessoas não tem mais o tempo hábil. Vemos também que a juventude não participa mais tanto quanto antigamente, isso faz uma pequena falta. Dá para dizer que a nossa geração é quem está mantendo o clube”, revela.

Mudanças: Registro da sede do clube durante um torneio de futebol . Foto: Arquivo Clube Vasco da Gama

Para o presidente, os momentos mais divertidos são as festas e os eventos. “O que é mais interessante do que os amigos que você tem, que vem na festa, cada um vem, dá a mão? Isso é importante. Hoje em dia, sem amigos não somos nada.”

Hoje, o Vasco da Gama conta com as atividades esportivas de tiro pressão e tiro carabina. “Temos a festa de rei do tiro e rainha do tiro, depois em março temos rei e rainha do caneco, junho temos o Vogelstechen, setembro temos a festa dos fundadores, em que os homenageamos. No Dia dos Pais, também fazemos almoço”, destaca Armim.

Com relação ao futuro, o presidente conta que há ainda algumas modificações a serem feitas na sede do clube, como na pista e telhado. “Não podemos dar o passo maior do que a perna alcança, esse é o meu pensamento. Atualmente, temos cerca de 70 a 80 sócios. A ideia é tentar trazer a nova geração, estamos lutando para isso, mas não é fácil.”

Hora de celebrar

No dia 5 de fevereiro de 2024, o Clube Esportivo, Recreativo e Cultural Vasco da Gama completou 50 anos de história. Conquista que, no início, não era possível de imaginar se realizando. “Eu fico feliz por termos chegado a esse patamar, não imaginávamos, 50 anos é muito tempo. Para mim, é motivo de bastante alegria”, comemorou o comandante da sociedade.

Sobre tudo o que já passou no clube, Armim utiliza a palavra “alegria” para resumir as vivências. “Aqui, nós nos sentimos como em casa, é família, é festa, é a melhor coisa que tem. Estamos acostumados a estar no meio do pessoal. Eu espero que os sócios nos ajudem, a própria diretoria sozinha não pode fazer tudo se o sócio não ajudar. A união faz a força e vamos viver até onde dá”, finaliza o presidente.

Nossa história preservada através das nossas memórias

1980

Die Deutschschule Testo Central, die heutige städtische Grundschule Olavo Bilac, war die erste Schule in Pomerode. Sie wurde am 2. Oktober 1870 feierlich eingeweiht. Im Jahr 2020 feierte die Bildungseinrichtung 150 Jahre einer schönen Geschichte, die durch das Engagement unzähliger Menschen geschrieben wurde.

Acervo: Valério e Elisa Romig/Memórias de Pomerode

2024

A Escola Alemã Testo Central, hoje Escola Básica Municipal Olavo Bilac, foi a primeira escola de Pomerode. A inauguração formal ocorreu em 02 de outubro de 1870. Em 2020, a instituição comemorou 150 anos de uma bela história escrita por meio da dedicação de inúmeras pessoas.

Foto: Laura Sfreddo/Testo Notícias

Agradecimentos

Heinz Koenig • Edegar Rahn • Armim Steinert • Marcos Küster • Dirceu José Zimmer (tradução) • Valério e Elisa Romig/Memórias de Pomerode

Proibido reproduzir esse conteúdo sem a devida citação da fonte jornalística.

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