Há três semanas o pequeno Matteo tem experimentado muitas novidades durante as sessões de equoterapia. Há um ano, os pais Larissa e Jean Fernando Turinelli aguardavam ansiosos para que o filho pudesse iniciar com a terapia semanal. “O Matteo fica calmo porque o cavalo é calmo, em casa ele está mais carinhoso e fica super animado toda vez que falamos que é dia de sessão”, afirma.
Larissa conta que percebeu que algo era diferente com Matteo quando ele ainda era um bebê. Com alguns meses ele já apresentava pequenos sinais de Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O Matteo se balançava pra frente e pra trás, tinha movimentos repetitivos com as mãos e nunca me olhava nos olhos quando eu o amamentava”, relembra a mãe.
Os pais, então, procuraram auxílio médico para garantir um diagnóstico precoce e, assim, ofertar uma melhor qualidade de vida ao filho. O menino faz diversos acompanhamentos com terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, natação e também frequenta a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). “Desde o ano passado, quando o diagnóstico foi confirmado, a gente trabalha o tempo todo com ele.”
Na busca constante para oferecer sempre o melhor para o filho, Larissa e Jean descobriram a equoterapia. Mas não imaginavam que as sessões pudessem ser ofertadas em Pomerode. “Eu ainda disse para o Jean que Pomerode não deveria ter, por ser uma cidade pequena. Foi quando encontramos o Haras na internet e eu entrei em contato com a Vivian. Fizemos a inscrição em 2022 e no início deste ano nos chamaram para iniciar, ficamos muito felizes”, garante.
Matteo é uma das 15 crianças beneficiadas com um projeto, carregado de carinho e amor, que foi idealizado Roberto Reichert em 2018. “Meu sogro já tinha a proposta antes, mas por várias situações não conseguiu colocá-la em prática. E, naquele ano, iniciamos com três crianças, hoje atendemos 15”, declara a equitadora e coordenadora do projeto, Vivian Hildebrandt.
Cada criança tem sessões semanais que ocorrem de forma gratuita no Rancho R2R, localizado no Ribeirão Souto. “É gratuito para as crianças, mas os profissionais são pagos pela Associação de Equoterapia de Pomerode, que é filiada à Associação Nacional de Equoterapia. O que importa é que o trabalho seja bem feito, o nosso pagamento é ver o sorriso dessas crianças e a melhora de cada uma delas”, assegura.
Segundo a coordenadora, a procura pela equoterapia é grande e já pensam em ampliar a oferta de horários para as sessões semanais, mas esbarram na questão estrutural. “A pista é compartilhada com outras atividades do Rancho, precisaríamos de outro local, focado na equoterapia, para que as novas sessões ocorressem.”
Vivian explica que a evolução é bastante significativa para todas as crianças que passaram pelo projeto. “A melhora é significativa principalmente na questão física para aqueles que apresentam problemas de coordenação motora. Mas percebemos também o benefício no quesito psicológico, porque o próprio cavalo auxilia nessa troca de emoções.”

Sessões com respeito e muito amor
Nas sessões de equoterapia são os cavalos os grandes aliados dos profissionais para que as atividades sejam realizadas pela criança. É uma troca, de carinho, respeito e confiança. “O cavalo ajuda na parte motora, o que é extremamente importante, e também na cognitiva, para fazermos a socialização. Então, todo o método é lúdico para estimularmos a criança nesse sentido e não tornar monótona a sessão”, expõe a fisioterapeuta Fabiana Bertagnolli.
O cavalo, segundo a psicóloga, Milene Faht, é o único animal que imita o andar humano. “Então, crianças que não andam ou que têm dificuldades, têm muitas vantagens com essa terapia. Só o fato de estar no cavalo já é uma terapia para elas.”
De acordo com Vivian, todos os animais usados para a equoterapia passam também por um treinamento. “Eles são escolhidos pelo temperamento e, na pista, durante os treinamentos, conhecem todos os brinquedos, e fazem algumas aulas teste, usando todos os equipamentos que a gente tem para ver todas as possíveis reações.”
O cavalo Solito, da raça crioula, tem sido o companheiro de Matteo durante as sessões. Ele iniciou na equoterapia há quatro anos e, ao lado de Erva Doce e Emoção, tem a missão de promover ganhos em nível de coordenação motora, socialização, autoconfiança e autoestima. “Começamos a equoterapia com a Erva Doce, que ainda está trabalhando, depois chegou o Solito e há três anos temos a ajuda também da Emoção. O nosso sentimento de gratidão é imenso, mesmo sendo apenas 40 minutos com cada criança por semana, ter tanto resultado para nós é uma satisfação imensa”, complementa Vivian.
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