Dr. Omar Manne, um médico que dedicou mais de três décadas à sua profissão, iniciou sua trajetória com uma escolha que combinava vocação e paixão. Nascido em 1959, foi já na graduação, durante uma conversa com uma professora do curso de história que ele percebeu sua paixão por atuar em situações de emergência, o que o levou a optar pela medicina. “Eu estava cursando história e gostava, mas tinha dúvidas se aquela era realmente a profissão que eu queria seguir.”
Ele começou a vida como soldado do Exército Brasileiro, mas o desejo de ajudar pessoas levou-o a trocar a carreira militar pela medicina. Após se formar em 1986, Dr. Omar serviu como oficial temporário no Exército e, mais tarde, como médico clínico geral.
Em 1990, retornou ao Exército como primeiro tenente aluno, especializando-se em medicina militar e paraquedismo de combate. “A experiência no Exército me proporcionou vivências únicas e desafiadoras”, declara.
Quando chegou a Pomerode, no início da década de 1990, logo se encantou pela cidade. E não demorou muito para começar a atuar na área da saúde na região, além de dar plantões nos hospitais Santo Antônio e Santa Isabel, em Blumenau. “Quando conheci a cidade, logo me apaixonei por ela. Em 1992, comecei a trabalhar em plantões por aqui, e a fazer escalas quando faltava algum profissional na Prefeitura.”
O médico é reconhecido por sempre ter atendido seus pacientes com um sorriso, tratando-os como amigos, o que o tornou uma figura querida na comunidade. Durante a pandemia, um tempo desafiador para todos os profissionais da saúde, Dr. Omar optou por colocar a vida humana em primeiro lugar, defendendo e aplicando o tratamento precoce. “A minha opção na época foi exatamente botar a vida do ser humano em primeiro lugar e não me arrependo disso.”
Recentemente, Dr. Omar se aposentou, após uma carreira dedicada à medicina e ao serviço comunitário em Pomerode. “Agora eu vou poder aproveitar a vida, sem preocupações. Mas não afasto a possibilidade, se um dia estiver com muita saudade de trabalhar como médico, de atuar como voluntário”, garante.
E a proposta para a aposentadoria inclui um estilo de vida mais tranquilo em Urubici, na Serra Catarinense, onde ele e a esposa, Kátia Otte Manne, já possuem um sítio, com uma bela casinha de madeira, em uma área rural chamada Vacas Gordas, a 17 quilômetros do centro da cidade. “Vou sentir saudade dos meus pacientes e amigos, mas estou pronto para descansar e aproveitar a natureza”, afirma.
A mudança está prevista para o fim de novembro, após o acerto de alguns detalhes na cidade que moram há tantos anos. O casal planeja comemorar o aniversário do médico em meio à paisagem exuberante da localidade que escolheu como refúgio.
Para todas as pessoas queridas em Pomerode, Dr. Omar deixa uma mensagem de carinho e agradecimento. “Eu quero dizer que pra mim foi uma honra poder trabalhar aqui, poder ter entrado em contato com esse povo que faz a riqueza dessa região. E eu não falo apenas de dinheiro, mas de cultura e tradição. Eu vou embora com a certeza de que deixei um pouquinho de mim aqui e que um pouquinho dessa cidade vai comigo.”
Roteiros que unem experiências e muita história
Juntos, Kátia e Dr. Omar também compartilham suas paixões por viagens e aventuras. Desde 2010, o casal planeja roteiros anuais, explorando países como o Egito, onde estudaram a história do Egito Antigo e aprenderam o idioma árabe, e a América do Sul, onde visitaram o Chile, Ushuaia (Argentina), Bolívia e Peru, sempre em busca de incluir temas como história e arqueologia com suas experiências de viagem. “Nós estudávamos muito bem os locais que íamos visitar, e as viagens sempre foram uma mistura de história, arqueologia e exploração”, garante Kátia.
Após enfrentar um acidente de bicicleta e alguns problemas de saúde, Dr. Omar teve que adaptar seus planos de viagem. Em um roteiro ao Peru, acabou desistindo de uma caminhada planejada devido às dificuldades respiratórias em altitudes elevadas. Mesmo com todos os desafios, o casal continua a planejar novas aventuras, incluindo uma viagem à Itália.
Fotos: Arquivo pessoal
