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Uma infância diferente e com a mão na massa

Arthur, de apenas nove anos, cria animais e mantém viva a tradição do campo

Quando criança, você brincava de carrinho, boneca, patinete e pega-pega? Ou já nasceu em outra geração em que a televisão, a internet e os jogos eletrônicos ganharam vez? Para Arthur Vinícius Kreitlow, de apenas nove anos, a infância tomou outro significado assim que aprendeu a gostar de animais.

Ainda quando estava aprendendo a falar, “peixe” foi uma das primeiras palavras que saiu de sua boca. Por isso, esse foi o tema da festa de aniversário de dois anos. “Quando nos mudamos pra cá ele tinha três anos. Tinha uma tarefa da creche que era levar um bichinho e eu disse que poderia ser uma codorna, daí ele deu o nome de ‘Daiana’ pra codorna. Depois disso, ele queria um periquito, depois cachorro, e aí foi indo”, lembra a mãe, Leila Daiana Glau Kreitlow.

Conforme Arthur foi crescendo, foi transformando o entorno da casa em seu espaço pessoal de plantação e criação de animais. “Eu tenho galinhas, calopsitas, periquitos, codornas, coelhos, crio peixes e também tenho um agapornis, que é um outro passarinho”, conta o menino.

A rotina diária dele? Chegar da aula e ir direto para seu “cantinho” para cuidar dos animais e limpar as coisas. A maior parte das atividades faz sozinho, mas conta também com a ajuda do pai quando necessário. “Eu fico mais aqui fora, só quando acabou eu vou um pouco pra dentro de casa, se não fico o tempo todo aqui.”

Perto da casa, uma placa escrita “criação do Arthur” identifica o local de criação dos animais. Ali, um canil se transformou em um galinheiro e o espaço que antes era reservado para a horta da mãe de Arthur virou o viveiro dos coelhos, codornas e periquitos.

Já mais adiante, uma caixa d’água passou a ser onde os peixes menores vivem. “Aqui, tenho carpa colorida, um cascudo e um jundiá. Tenho que dar comida todos os dias e gosto de limpar o tanque uma vez por semana para a água ficar limpa. O pallet peguei do meu opa, a água vem do morro e a bombinha eu comprei”, explica.

Do lado de onde estão os peixes, um buraco foi cavado por Arthur e seu primo, Davi, para virar uma lagoa posteriormente. A ideia é que ela esteja interligada com a caixa para que a água seja limpa automaticamente. Do outro lado, uma plantação vem ganhando forma.

“Tem couve e chuchu que eu plantei sozinho, além de um pé de maracujá e de abacaxi.”
Mas engana-se quem pensa que essa é a única horta do pequeno agricultor. Ele também criou outra com mais couve e chuchu, assim como cenoura e tomate.

Atrás e fora da propriedade dos pais dele, há uma lagoa do opa que, agora, ganhou um espaço para Arthur. “Quando eles esvaziaram a lagoa, uma parte estava bem feia, aí fizemos a lagoa pra mim. Tem carpa colorida, tilápia, cascudo e carpa húngara, que é bem grandona. Eu estou torcendo pra uma dessas carpas coloridas dar cria, porque eu acho muito bonita”, admite.

Para continuar mantendo e aperfeiçoando o gosto que tem pela roça, Arthur conta com o apoio direto dos pais. São eles que o incentivam, ajudam a adquirir novos animais e utensílios necessários e auxiliam ele no que for preciso, mesmo que não saibam muito sobre o assunto.

“Fazemos isso para afastar ele do celular, computador e internet. Claro que não tem como evitar, mas o conteúdo que ele assiste é bem interessante, porque ele procura por assuntos relacionados à criação e plantação. Daí, no outro dia, ele já começa ‘ô mãe, temos que comprar isso, fazer aquilo’ e assim vai. A agropecuária é o shopping do Arthur”, confidencia a mãe.

No entanto, esse amor pela tradição do campo não veio do nada. Leila conta que, na verdade, surgiu do convívio entre o filho e o bisavô, Anibald Glau, que faleceu em abril de 2020. “Desde quando ele começou a falar, perguntávamos para o Arthur o que ele queria ser quando crescer e ele sempre falava ‘pedreiro e colono que nem o bisavô’.”

Para quem quiser ver um pouco do dia a dia do Arthur, pode acompanhá-lo no Instagram (@meninodacolonia), criado pela madrinha dele, Laís Andressa Glau Kuenzer. “Eu não posto com tanta frequência, porque não quero fazer nada forçado, é realmente só quando ele está bem entusiasmado e com tempo livre”, destaca Leila. E, para finalizar, vocês imaginam o que Arthur pediu de Dia das Crianças? Uma chocadeira elétrica!

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