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Uma casa com mais de 80 anos de lembranças e história

Dirce Weege conta a experiência de viver na residência construída pelo irmão de Hermann Weege

Pomerode é uma cidade repleta de cultura e história dos imigrantes alemães que vieram até a nossa região. Dentre eles, estava Carl Weege, um dos pioneiros da cidade. Anos depois, o seu filho Emílio Weege, irmão de Hermann Weege, decidiu construir uma linda casa para residir no município.

A morada continua sendo repleta de história e boas lembranças. Nos dias atuais, Erica Weege, de 83 anos, se orgulha de poder viver em uma casa tão especial, situada na Rua 15 de Novembro, no Centro de Pomerode.

Filha de Erica e Heinz Weege, Dirce Weege, de 50 anos, comenta que o imóvel tem cerca de 80 anos e já passou por quatro gerações. “É uma casa grande e confortável, minha mãe adora morar neste lugar. É onde ela encontra paz e sossego”, relata.

Dirce contou que a casa foi idealizada por Emílio Weege e a esposa. Eles moraram no local e, depois de alguns anos, a residência ficou para o filho do casal, Heinz Weege.
Quando Erica se casou com Heinz, se mudou para o imóvel. Passados mais de 50 anos, a paixão pela casa continua a mesma. “Já convidei minha mãe para morar comigo várias vezes, mas ela sempre nega, dizendo que não quer sair dessa residência”, revela Dirce.

A filha também explica que, quando Emílio Weege idealizou a casa, o objetivo era que o imóvel fosse como o padrão da época. “Tinha que ter duas salas, uma cozinha grande, um cômodo com uma mesa para as refeições e dois quartos no sótão”, e assim foi feito.

Quando relembra o tempo em que morou no local, Dirce detalha também que havia um forno a lenha e uma bomba de poço, nos fundos da casa, para que eles pudessem ter água. Além disso, um dos cômodos era a “sala chique”, com uma mesa redonda no centro, cadeiras e almofadas. Era neste lugar onde a família tirava as tradicionais fotos da época.

Durante a construção, Emílio Weege morava em uma casa enxaimel, a qual ficava no mesmo terreno. Naquele tempo, Heinz ainda era criança, mas já estava ansioso para que a nova casa ficasse pronta. “Meu pai era uma criança curiosa. Ele fugia de casa, atravessava a plantação e acompanhava as obras da sua futura morada.”

Em todos esses anos, a casa foi reformada apenas uma vez. Há cerca de 20 anos, o telhado foi trocado e o sótão foi destruído. No entanto, uma das melhores lembranças que Dirce tem do local era de quando dormia em um dos quartos. “Mesmo ele sendo quente, eu amava ficar olhando o terreno e a vizinhança pela janela.”

Dirce conta que a casa está presente não somente na vida dela, mas na dos filhos também. “Quando eles nasceram, eu sentava com eles no colo, em uma cadeira na varanda e lá ficava. Anos depois, os dois iam brincar nela quase todos os dias”, lembra.

Sobre a relação do pai com a casa, ela destaca que o local era muito importante para Heinz. “Um dos desejos do meu pai era que o velório fosse realizado em uma das salas, e assim fizemos.”

Lembranças: Dirce carrega recordações da residência que aquecem seu coração. Foto: Daiane de Ramos/Testo Notícias

Memórias guardadas no coração

Erica, esposa de Heinz, também recorda ter vivido momentos marcantes no imóvel, como quando foi construído um banheiro dentro de casa, já que antigamente eles eram feitos do lado de fora.

Dirce conta que a mãe ainda lembra da época em que o marido era músico. “Ela comenta que ele tocava em uma banda e, às vezes, os integrantes dormiam nos quartos e deixavam o lugar cheio”, conta.

Além da casa, outro objeto de grande significado também vem passando por gerações. “Emílio Weege tinha um lindo relógio de bolso. Este item foi dado para Heinz e, agora, pertence ao meu filho, de 22 anos”, destaca Dirce.

Assim como o relógio, a casa possui um valor simbólico para a família. “Pretendo continuar passando ela para as próximas gerações. Até penso em um dia, talvez, me mudar para lá. E se meus filhos também desejarem, daqui alguns anos, a morada estará de portas abertas.”

Dirce revela que a residência tem um significado muito importante e que foi muito feliz quando morava nela. “Eu vou fazer o que puder para preserva-la. Ela é o meu refúgio, onde me sinto bem. É a minha história.”

A filha ainda enfatiza que tem prazer em fazer parte da linhagem. “Eu tenho muito orgulho de pertencer à família Weege e poder presenciar a história desta casa”, finaliza.

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