Kely conta como foi descobrir um câncer de mama através do autoexame
Redação TN

Apoio: família é o porto seguro para Kely em sua recuperação.
Receber o diagnóstico de câncer não é um grande desafio. Por vezes, a raiva pode tomar conta. Por outras, o sentimento de ser insuficiente se sobrepõe. São diversas sensações que passam pela cabeça, corpo e coração. Essa foi a experiência que a Kely Cristina Pereira Frahm, de 37 anos, viveu no dia 9 de novembro de 2020 quando ouviu que estava com câncer de mama. “Foi doloroso, chorei muito, afinal ninguém espera receber uma notícia dessas”, reflete.
Sua história de batalha começou ainda em agosto, quando realizava o autoexame das mamas. “Durante o processo senti um nódulo, indolor, na axila esquerda e que, com o passar dos dias começou a me preocupar”, explica. Depois de diversos exames e consultas, ela recebeu seu diagnóstico e, no dia 7 de dezembro se consultou com o oncologista. “Daí em diante começou a minha batalha. Tenho muita fé, força e esperança que logo estarei boa.”
Em momento algum se questionou porque isso estava acontecendo justamente com ela. Para Kely, Deus só permite um fardo que podemos carregar. Por isso, escolheu enfrentar e passar por esse desafio da melhor forma e de cabeça erguida. No entanto, inseguranças são inevitáveis. “Também surgem medos e conflitos. O tempo para e a vida passa depressa na cabeça, como um filme. Começa então uma rotina de exames, de idas e vindas a médicos, laboratórios, clínica e hospital, um universo até então distante do nosso cotidiano”, pontua.
Dos desafios que teve que enfrentar nesse caminho, Kely destaca o momento de ouvir o diagnóstico. Para ela, mesmo que o câncer não seja mais uma sentença de morte, e é possível sim se curar, há muitos empecilhos no caminho. “A luta é ainda muito exigente e o tratamento desgastante. Não é possível vencer sem apoio, sem suporte e sem fé.”
Kely hoje está na terceira sessão de quimioterapia de cinco ciclos que terá que fazer. “Na primeira que fiz fiquei muito debilitada, com as reações, fraqueza, falta de apetite, calor, cansaço. Porém, a segunda já foi menos severa”, reflete. Além disso, para vencer essa batalha, ela está tendo acompanhamento com mastologista, oncologista e também com nutricionista.
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Outro momento difícil para quem passa pelo câncer é ter que raspar o cabelo. Para ela, esse passo foi doloroso, pois, quando a queda começa, abala a autoestima e a feminilidade. “Mas já aceitei, cabelo cresce novamente, o importante agora é conquistar a cura. Manter o equilíbrio emocional é fundamental para o sucesso do tratamento”, salienta.
Diante dessa grande batalha e dos diversos desafios que aparecem no caminho, o apoio se torna o maior aliado para a recuperação do paciente oncológico e, com a Kely, não foi diferente. “Minha família é meu porto seguro, aprendi que são a minha base, descobri que sou tão amada, principalmente pelo meu esposo, que me apoia incondicionalmente”.
Além disso, em meio a esse processo, muitas perdas também estão presentes. “São muitas as perdas e elas são comuns a todos os impactados por essa doença. Já os ganhos não, eles são como pedra preciosa vasculhada e encontrada no garimpo, reservada àqueles que conseguem ver além”, reflete.
Em relação ao futuro, Kely se mostra confiante em Deus e no seu tratamento. “Estou criando menos expectativas, vivendo um dia de cada vez, curtindo mais o que vivo no momento e aprendendo que até nas situações ruins tiramos coisas boas para guardar na memória.” Ela também agradece aos anjos que foram colocados em sua vida. “Pessoas iluminadas com conhecimento e humanidade. Médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, serventes, pessoal da limpeza.”
Para finalizar, ela deixa um recado especial: “Se toquem, se amem e não permitam que o diagnóstico do câncer seja maior que a sua vontade de viver. Priorize sua saúde e seja feliz!”