Há um ano, em 24 de abril de 2024, Susan Elaine Kopsch realizou um gesto de extrema generosidade ao doar um rim para seu irmão Márcio Rogério Kopsch. O transplante, muito aguardado pela família, foi realizado no Hospital Santa Isabel, em Blumenau.
A equipe do Testo Notícias revisitou os irmãos para entender como suas vidas mudaram desde então e relembrar os desafios enfrentados.
“Eu sinto orgulho, alegria de poder ter ajudado. Eu fui sem medo, se pudesse fazer novamente eu faria, doar é um ato de amor”, diz Susan, que não hesitou em se oferecer como doadora após a mãe deles, Elrita Kopsch, que tanto sonhava com a doação e o transplante, falecer devido a um infarto dois anos antes.
A perda da mãe, que tanto desejava ver seu filho recuperado, foi um golpe duro para a família, mas serviu de inspiração para Susan seguir adiante com a doação. “A fila para transplante é grande, e eu não podia esperar mais”, relata Márcio.
Na época, ele aguardava na fila há cinco anos, desde que descobriu uma doença renal crônica. Após o diagnóstico, seus rins entraram em falência e ele passou a viver com a severidade de sua condição.
A rotina era exaustiva: sessões três vezes por semana, quatro horas por dia, e a constante luta contra as limitações impostas pela doença renal. “Eu não fazia xixi há três anos, só chupava gelo para aliviar a sede”, recorda.
A compatibilidade entre Susan e Márcio foi confirmada após uma série de exames, e a cirurgia foi um sucesso. “Passamos alguns dias internados e já estávamos em casa, a recuperação foi incrivelmente rápida”, comemora Susan.
E um ano depois, os irmãos comemoram o retorno às suas rotinas. A relação entre os dois sempre foi forte, mas após o transplante, tornou-se ainda mais profunda. “Agora a gente tem uma sintonia que não dá para explicar”, afirma Susan, enquanto Márcio completa: “Eu sinto que tenho uma nova chance de vida, e isso é tudo para mim.”
Desafios antes da cirurgia
A ansiedade pelo resultado dos exames de compatibilidade era palpável, e cada confirmação positiva era motivo de celebração para a família. “Quando soube que seria a Susan a doadora, foi uma alegria imensa, a esperança de uma vida nova.”
Mas, antes do aguardado transplante, Márcio precisou enfrentar outro desafio: a necessidade de perder peso. “Eu estava com 148 quilos e tive que chegar aos 98.” Seu empenho e dedicação serviram de exemplo para outros pacientes na Renal Vida, instituição que acompanhou seu tratamento. “Foi muita força de vontade, sem remédios, apenas dieta e determinação.”
Homenagem à mãe
A história dos irmãos é um testemunho de como a solidariedade e o amor familiar podem superar momentos de grande adversidade. Por isso, Márcio e Susan aproveitam a oportunidade para homenagear a mãe Elrita. “Ela nos deixou há dois anos, mas seu coração e sua vontade de ver o Márcio bem continuam a nos inspirar.”
Segundo eles, ela era um exemplo de mulher e de mãe, cujo amor e esperança, inspiravam a todos. “Ela sempre ligava para todo mundo nos dias de aniversário, adorava ver a família unida. Queremos que sua foto esteja aqui conosco, como um símbolo desse amor que nos guiou”, diz Susan emocionada.

Mensagem de gratidão e esperança
Márcio não poupa palavras para agradecer à irmã: “Eu amo ela demais, agradeço todos os dias por ter me dado essa nova vida.” Já Susan, reafirma seu amor e desejo de união: “Quero ficar velha ao lado dele, sempre nessa sintonia. A gente é uma coisa só, agora mais do que nunca.”
Ambos desejam que o seu exemplo sirva de inspiração também para que outros pacientes, que aguardam ansiosos, possam receber o tão sonhado transplante. “Existem muitas pessoas que precisam e eu pude acompanhar isso durante o tempo que esperei também. Poderiam existir mais pessoas dispostas a doar, tanto em vida como o caso da Susan, como de familiares já falecidos.”
Relembre a história dos irmãos de Pomerode
Clicando aqui você confere a entrevista que a equipe do Testo Notícias fez com os irmãos em 2024 e também um vídeo com depoimento de Márcio e Susan, feito pela Associação Renal Vida.