Na casa de Rosemary Ramthun Lemke, 50 anos, a maternidade é celebrada diariamente. A mamãe do Ivo Ricardo e da Tuany faz questão de declarar seu amor incondicional pelos filhos. “Ser mãe, para mim representa tudo, é a vida, o respeito e todo o amor que tenho pelos dois.”
O primeiro filho, Ivo Ricardo, chegou quando Mary tinha 25 anos. Uma gestação muito planejada. “Eu mudei completamente e, a partir do momento em que ele nasceu, virei outra mulher que tinha a responsabilidade de cuidar e criar um ser tão indefeso. Ele chegou para encher minha vida de amor e respeito.”
E apesar de o bebê ser muito aguardado, Mary e o então companheiro acabaram se separando ainda durante a gestação. “Quando ele foi embora, tive todo o apoio e o suporte dos meus pais. Foi a minha mãe quem me acompanhava nas consultas e quem me ajudou a escolher o enxoval”, relembra.
O primogênito nasceu de parto normal às 13h55min de um mês de novembro. “Antes das 15h eu já estava com ele no colo e foi uma alegria muito grande. Eu sempre digo que essa foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida. Eu tinha muito medo e ciúmes dele, confesso. Mas, quando ele nasceu descobri que era capaz de ser outra pessoa. Eu tinha o dever de mostrar para ele que a vida podia ser maravilhosa”, garante.
Três anos depois da chegada de Ricardo, foi a vez de Tuany transformar o mundo de Mary, até então azul, em cor-de-rosa. A “gestação” da menina foi um pouco diferente, mas tão intensa e recheada de significados. “A Tuty chegou para mim quando já tinha três anos. A mamãe dela acabou falecendo naquele ano, no dia do meu aniversário.”
Quando a esposa de Lodemar faleceu, coube ao pai a missão de cuidar da filha. Na época, ele era muito amigo dos pais de Mary e passou a levá-la para que eles pudessem conversar com a pequena em alemão. “Uma tarde, quando cheguei do trabalho para pegar o Ricardo, ela estava lá com meus pais também. Eu acho que foi amor à primeira vista.”
Mary e Lodemar acabaram se aproximando e, sempre que possível, levavam os filhos para brincarem juntos. Não demorou muito para que assumissem também um namoro e decidissem morar juntos. “Foi tudo muito rápido e eu acabei me mudando para Pomerode. Na época combinamos que meu filho ficaria durante a semana em Blumenau e eu o veria todos os dias, antes de vir para casa. Nos fins de semana passaríamos nós quatro juntos para criarmos os laços de uma família.”
A rotina seguiu dessa forma por quase um ano, até que Mary decidiu que era hora de juntar os filhos e se dedicar em tempo integral a eles. “Resolvemos que eu sairia do meu emprego e cuidaria dos dois para que eles realmente criassem laços de família e de irmãos. Foi uma das melhores escolhas que poderia ter feito”, revela.
Orgulhosa dos filhos, Mary garante que os laços que construiu com eles vão muito além do sangue. “Os dois têm uma ligação muito forte, eu vejo neles um amor de irmãos muito grande. No começo, muitas pessoas nos perguntavam se não teríamos um filho de sangue de nós dois e eu sempre dizia que isso não existe. Não são os laços de sangue, mas sim os de amor, respeito e união”, declara.
Mary voltou a trabalhar em 2021 e assegura que não se arrepende de ter largado a carreira e ficado 20 anos em casa para cuidar deles em tempo integral. “Não tive dúvida quando tive que sair para cuidar deles. Mas, eu sei que muitas mães não têm esse privilégio.”
Para as mamães, dos mais variados laços e uniões, assim como ela, Mary deixa um importante recado. “Você não precisa gerar um bebê, ele não precisa sair da sua barriga para você se sentir uma mãe. O amor não nasce com o sangue, mas sim com o coração. O que eu sinto pelos meus filhos é igual e muito verdadeiro, acho que o nosso foi um encontro de almas”, conclui.
