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Tal avô, tal pai, tais filhos: o esporte como legado de família

Por gerações, eles buscam um no outro a inspiração dentro e fora das quatro linhas

A paixão pelo esporte, especialmente pelo futebol, começou com o avô Manoel Brites Ramalho, o Duia, de 76 anos. Por um longo tempo, ele jogou como zagueiro e, durante a trajetória, defendeu a bandeira de um dos principais times de Pomerode, o Vera Cruz, de Testo Central.

Não é de se estranhar que o filho, Edemilson Brites Ramalho, de 48 anos, trilhasse um caminho semelhante. Ele chegou a ser mascote do Vera e, jogando na mesma posição que o pai, atuou pelo Corinthians da Itoupava, Grêmio Itoupavazinha e Bandeirantes de Blumenau. Além disso, defendeu o Alvorada do Encano, de Indaial, time pelo qual foi campeão da Liga Blumenauense de Futebol (LBF) em 1995, além de vice em 1997. Jogou ainda pela equipe da Altona, nos campeonatos do Sesi.

Aprendizado: Carlos fala sobre os ensinamentos passados pelo pai, Edemilson. FOTO: Arquivo pessoal

Agora, é chegada a hora de torcer pela terceira geração da família no esporte, os filhos Júlio e Carlos Eduardo, também conhecido como Duia, que estão escrevendo suas próprias histórias como esportistas. “É um orgulho muito grande ver meus filhos jogando futebol e seguindo em frente nas suas vidas, ver o crescimento deles tanto como atletas quanto como pessoas”, revela Edemilson.

O irmão mais velho, Júlio Cesar Batista Ramalho, de 27 anos, é paratleta. Ele começou no atletismo, experimentou diversas modalidades e decidiu competir no Futebol PC, por Blumenau. Dentre os momentos marcantes de sua trajetória até aqui, lembra de quando foi convocado para a Seleção Brasileira e disputou o Parapan de Jovens, na Argentina. Jogando contra o time da casa, o Brasil venceu por 2 a 0 e se tornou campeão. O momento permanece vivo na lembrança e no coração de Júlio.

O paratleta conta que se inspira muito na família para continuar construindo sua história. “Como meu pai e meu avô criaram esse caminho, o nosso legado é levar o esporte adiante, isso já está no sangue da família.”

Acerca dos ensinamentos que recebeu do pai e do avô, destaca: “nunca desistir dos sonhos, viver o momento, colocar tudo nas mãos de Deus e acreditar sempre. Esse é o legado que os dois passaram para mim.”

Outro fator que chama atenção é a forte ligação entre os irmãos. Não apenas a torcida de um pelo outro é mútua, como também a admiração, o respeito e o companheirismo. “Meu irmão é meu caçula, torço muito porque merece, é um menino de ouro. Sempre estarei na torcida e ele sabe que pode contar com o mano pra tudo”, declara Júlio.

Forte ligação: os irmãos Júlio e Carlos não escondem o orgulho que sentem um do outro. FOTO: Arquivo pessoal

O caçula a quem se refere Júlio é Carlos Eduardo Batista Ramalho, de 22 anos, o Duia, que retribui o carinho de forma emocionada. “Torço muito pelo meu irmão em tudo, não só no futebol, mas na vida também, ele é uma inspiração para mim, assim como para todos da nossa família.”

Além do apoio do irmão e do pai, Duia herdou muitas coisas do avô. Começando pela paixão pelo futebol, passando pelo apelido que carrega com muito orgulho e chegando a um dos times pelo qual joga, o Vera Cruz. “Para mim, foi um orgulho muito grande saber que meu avô e meu pai já estavam na história do Vera Cruz, embora só soube disso depois de certo tempo defendendo a equipe. Foi uma honra muito grande continuar essa história dentro desse clube tão grande de Pomerode.”

Ele também continua o legado de jogar na defesa, mas diferente do pai e do avô, escolheu atuar como goleiro. “Já joguei em outras posições, mas não deu muito certo”, conta com muito humor.

No futebol amador da região, além do Vera, já jogou pelo Canto do Rio, de Blumenau, e hoje atua pelo Água Verde, de Timbó. Quando era atleta de base, jogou por dois anos pelo Avaí, de Florianópolis, depois pelo Criciúma e, em seguida, foi para Alagoas, onde jogou nos dois maiores de Maceió: CRB e CSA.

“Torço muito pelo meu irmão em tudo, não só no futebol, mas na vida também, ele é uma inspiração para mim, assim como para todos da nossa família”

– Duia

O jovem sempre teve apoio e também se orgulha em compartilhar a paixão pelo esporte com a família, não só com avô, pai e irmão, mas também com a mãe. Duia conta que a primeira lembrança relacionada ao futebol que traz consigo é a de assistir o pai jogar na Associação da Altona, nos campeonatos entre empresas disputados no Sesi. No intervalo da partida, ele e o irmão entravam em campo para “brincar no gol”.

Duia não esconde o quanto o pai e o avô o inspiram, e a gratidão que sente. “O futebol sempre esteve muito vivo dentro de mim por conta deles. Agradeço muito a meu pai por todo apoio que me deu e dá até hoje, ele sempre esteve comigo e me incentivou em tudo”, destaca.

O jovem explica que as lições não ficam só em campo, mas principalmente fora dele: “o que precisamos ser é pessoas boas, cidadãos de bem. Isso me fez ser esse homem que sou hoje, por tudo que passei e por tudo que eles me ensinaram, principalmente o meu pai. Ele foi uma figura muito importante para mim tanto na vida pessoal quanto no futebol.”

Para completar, ele deixa um recado ao pai e ao avô. “Quero desejar um feliz Dia dos Pais, que Deus abençoe muito vocês. Para meu pai, quero dizer ainda que ele é um cara espetacular, um espelho para mim e agradeço por tudo que fez. Te amo muito paizão, você é fera.”

Edemilson também finaliza com um recado para o pai e para os filhos. “Júlio e Carlos, tenho muito orgulho e amo vocês. Que Deus os abençoe e que vocês saibam que estou aqui para o que for preciso. Para meu pai Manoel, Duia, também quero dizer que o amo muito. Sei que você foi um ótimo zagueiro (eu o vi jogar e fui campeão com ele no Boca Júniors, um time de Suíço). Sei do que fez por mim quando eu tinha apenas cinco anos e fiquei doente. Que Deus o abençoe e cuide sempre de você.”

“É um orgulho muito grande ver meus filhos jogando futebol e seguindo em frente nas suas vidas, ver o crescimento deles tanto como atletas quanto como pessoas”

– Edemilson

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