Você já ouviu falar em um bolo feito no formato de um cordeiro? Na Páscoa, o animal representa a imagem do próprio Jesus Cristo, que se sacrificou para salvar a humanidade dos pecados.
Marlene Selhorst trabalha na Casa da Oma durante a Osterfest e produz bolos de cordeiro para vender durante a Páscoa. Há nove anos, ela comprou uma forma, com o formato do animal, de uma amiga que havia adquirido o utensílio na Alemanha. “Depois disso, eu produzi os bolos para vender em um evento e deu muito certo, o prato foi muito bem recebido pelos clientes”, comenta.

Porém, Marlene acabou parando de comercializar e continuou fazendo a receita somente em casa para a família e, neste ano, ela voltou a vender o bolo.
Normalmente, a doceira produz o prato durante a Páscoa, seguindo uma tradição alemã de ter um bolo de cordeiro sobre a mesa. “Eu até faço os bolos em casa fora de época, pois meus netos gostam muito do formato.”
O bolo é amanteigado e conta com uma receita especial com raspas de laranja. Além disso, o prato pode ser armazenado na geladeira ou no congelador. “Quando o cliente deseja levá-lo para casa e comê-lo alguns dias depois, ele pode. A única diferença é que eu não adiciono o açúcar de confeiteiro por fora, pois, neste caso, deve ser colocado ao descongelar o bolo. Mas, de qualquer forma, ele não perde o sabor e continua delicioso”, explica.
Marlene conta com um sorriso que muitas pessoas não conhecem o bolo de cordeiro e ficam admiradas quando o veem pela primeira vez. “Elas ficam curiosas e falam que são muito lindos. Também tem aquelas que acabam confundindo com outros animais, já teve uma senhora que disse que era uma capivara e depois falou ‘vou levar minha capivara para casa’. Eu até acho engraçado.”

Quando as pessoas acabam confundindo com outros animais, a doceira explica que, na verdade, se trata de um cordeiro e comenta o que ele simboliza na Páscoa. Marlene também revela que os turistas acabam fazendo perguntas sobre o processo de produção do bolo e sempre saem satisfeitos com o prato. “Sou apaixonada pelo que faço e ver as pessoas felizes e gostando daquilo que você está oferecendo não tem preço, é um sentimento muito bom”, acrescenta.
Para a doceira, o cordeiro simboliza a paz e é a representação do Filho de Deus, que veio ao mundo para nos salvar dos nossos pecados. Na opinião de Marlene, no mundo em que vivemos hoje, o que as pessoas mais querem é amor, carinho e fé, que é o que a Páscoa representa.
Além do bolo, ela também ajuda na montagem da Maior Árvore de Páscoa do Mundo e produz, juntamente com uma ajudante, kits e bolachas para as crianças decorarem. “Eu sempre digo que estamos resgatando uma tradição, pois, antigamente, as famílias se reuniam para pintar bolachas juntos. Era um momento de união, onde todos riam, brincavam e se divertiam.”
Uma vida dedicada a fazer o que ama
Quando não está produzindo os doces, Marlene trabalha de diarista e tem uma rotina movimentada. “Nas quintas-feiras de Osterfest, por exemplo, eu começo às 4h da manhã… Vou trabalhar e, quando saio, venho direto para o evento, onde fico até às 20h”, revela.
Ela conta que a motivação para seguir essa rotina é estar fazendo o que ama. “Não vou negar, é cansativo, mas é um cansaço bom de sentir. Quando chego em casa, eu tomo um banho e vou deitar feliz.”
Por fim, Marlene reforça que tudo aquilo que fazemos, deve ser feito com muito amor. “Muitas pessoas me pedem a receita das bolachas, mas, quando eu passo, elas falam ‘ah, não vai ficar igual a sua’ e eu digo ‘vai sim! É só seguir exatamente o que está na receita e adicionar amor e carinho’.”