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Quando superar limites se torna uma motivação diária

Rosiana e Marciana contam com a orientação das professoras para fortalecer o corpo e transpor barreiras

Foto: Ismael Ewald Limberger
Vai encarar? Esse super time está decidido a superar toda e qualquer barreira.

Aprender a lidar com as dificuldades é algo que faz parte da rotina de Rosiana Kohls Budenberg, de 48 anos, desde a infância. Com três anos e meio de idade, ela ficou presa em uma máquina de cortar trato e o acidente acabou resultando na necessidade de amputar parte do braço direito.

Os tempos eram outros e a fisioterapia ainda não possuía os métodos de hoje. “O osso do meu braço crescia rápido e a pele não acompanhava. Com isso, precisei fazer mais três cirurgias, sempre retirando uma nova parte do osso”, explica.

Para ela, a fase mais complicada relacionada à amputação veio na adolescência, quando evitava sair de casa. Isso mudou com o passar do tempo e a chegada da maturidade. “Depois de certa idade você percebe que precisa fazer de tudo pela sua saúde”, revela.

Recentemente Rosiana está conquistando um novo desafio, o de se tornar uma atleta do vôlei sentado. A ideia de entrar para o esporte veio através do convite da amiga Marciana Seiler Piske, de quem o Testo Notícias contou recentemente a história em uma matéria especial que retratava o início de Marciana na nova modalidade esportiva.

Rosiana revela ter um longo histórico de proximidade com as atividades físicas. “Faço academia desde os 20 anos de idade, mas sempre gostei mais da parte aeróbica. Depois que a Marciana me convidou para conhecer a modalidade e eu aceitei, percebi que precisaria fortalecer meu corpo”, explica.


Ismael Ewald Limberger /

Assim como Marciana, Rosiana intensificou os treinos de fortalecimento muscular, realizados no BellaFit Personal Studio, de Pomerode. Ela explica que o coto (parte do membro que permanece após a amputação) estava atrofiado. Por esse motivo, fortalecer o membro é parte importante das rotinas de treino. “Senti muita melhora, não só com relação à força necessária para praticar a modalidade, mas também no meu cotidiano, na minha qualidade de vida”, ressalta. Para ela, a lição que está sendo construída junto com essa experiência é a de tentar, e não recuar, diante de novas possibilidades. “Eu diria a todos que possuem alguma limitação física para que tentem antes de achar que não conseguem. Com relação às atividades físicas, você tem que vir experimentar antes de achar que vai falhar”. Ela encerra com a reflexão de que o exercício é benéfico também para a mente.

Enquanto Rosiana contava sua experiência, Marciana, de 36 anos, seguia firme na realização dos exercícios orientados pela instrutora da academia. Ainda no pique das atividades, ela nos contou os objetivos desde a última conversa com a nossa equipe. “Temos que evoluir cada vez mais, então intensifiquei a rotina de treinos e sigo firme em busca dos meus objetivos. O principal deles é integrar a Seleção Brasileira da Vôlei Sentado”, afirma.

A energia de Marciana ao descrever a garra necessária para evoluir dentro do esporte e ao lado das demais atletas é contagiante. “Estou treinando muito para isso. Costumo dizer que o não nós já temos, então temos que tentar conseguir o sim”, pondera.

A rotina dela inclui agora três treinos de fortalecimento por semana, na BellaFit, e dois treinos de Vôlei Sentado, pelo time da Apesblu, em Blumenau. Ela descreve que o time segue em busca de mais jogadoras, mas que novas atletas se juntaram à equipe nos últimos meses. “Em novembro abrem as inscrições para nos filiarmos à Confederação Brasileira de Vôlei para Deficientes (CBVD)”.


Ismael Ewald Limberger /

Sobre a importância dos treinos de fortalecimento muscular, a atleta explica que o Vôlei Sentado exige muita força, principalmente de abdômen, quadril, ombros e braços. “Temos que fortalecer todo o corpo. É preciso muita força e muito querer. Posso dizer que o início não é nada fácil, são muitas dores para superar. Mas quando se tem um objetivo, é preciso seguir firme em busca dele”, complementa.

E nessa jornada, as duas estão contando com aliadas muito determinadas: as instrutoras Ângela Cristina Ewald, profissional de Educação Física e proprietária do BellaFit, e Jessica Schulz, estudante de Educação Física. “A Jessica foi conosco a um dos treinos, para entender como a modalidade funciona e de que forma poderia montar os treinos”, conta Rosiana.

Jessica também acompanhou Marciana a uma consulta no ortopedista, para entender os problemas que ela possui no joelho, também resultado do acidente sofrido por ela que resultou na amputação da outra perna. “Eu queria entender de que forma poderia ajudar mais, os limites e assim por diante”, conta ela.


Ismael Ewald Limberger /

Ângela e Jessica explicam que conhecer o caso específico de cada uma faz toda a diferença na hora de montar os treinos. “Sempre digo à Jessica que é uma troca, elas vão nos ensinando no processo”. Elas ressaltam ainda o trabalho relacionado à reabilitação. “Temos também outros alunos com problemas na coluna, no joelho e assim por diante. A musculação e os exercícios de fortalecimento têm um papel muito importante na recuperação física e na melhoria da qualidade de vida”, finalizam. 

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