Diogo Weiss, 34 anos, aprendeu a andar de bicicleta quando ainda era criança. Nas memórias da infância, os passeios pela rua no fim de tarde com os primos e as idas ao Parquinho da Acaen acompanhado do pai e da irmã. “Aprendi a andar quando tinha quatro anos e nunca mais parei.”
Já adolescente, ganhou uma Mountain Bike e depois dela teve uma Barra Circular, que mantém até hoje. “Comprei essa bicicleta quando tinha uns 15 ou 16 anos. Pessoal acha que é leve, mas andar com as bicicletas antigas tem bastante diferença, se comparadas aos modelos mais novos. Elas são todas feitas de ferro, são bem mais pesadas e não têm marchas.”
Apaixonado por modelos antigos, Diogo atualmente usa uma bicicleta da década de 1950 para pedalar. “É diferente, elas têm muito mais estilo. São raras por serem antigas e quem ainda as mantém quase não anda na rua, acaba deixando escondida no rancho.”


Além de um hobby, Diogo garante que as bikes são suas grandes companheiras nas atividades físicas e no ganho de qualidade de vida. Em média, anda 17 km diariamente. “Eu costumo sair do Centro em direção a Testo Central, em trajetos mais planos e com menos subidas. As pessoas acham incomum me verem pedalando com essas bikes mais antigas, ficam me olhando, algumas comentam e outras me param para conversar.”
Na Festa Pomerana, Diogo fez questão participar dos desfiles típicos com outra bicicleta que tem em casa, uma Monareta, totalmente restaurada por ele com uma ajudinha do pai, Silvério Weiss. Juntos, eles mantêm em torno de 20 bicicletas antigas em casa. “Nós começamos aos poucos a juntar essas bicicletas. É meio que garimpar, a gente foi procurando para ver o que achava. Meu pai faz mais a parte da mecânica e eu toda a pintura”, explica.


Para Diogo, restaurar e manter as bicicletas antigas significa resguardar parte da história e a sua importância é incontestável. “Nossos avós andaram, depois nossos pais, talvez até nossos tataravós. Acredito que elas precisam ser preservadas e as pessoas devam andar com as suas bicicletas na rua, não restaurar e deixá-las lá escondidas em um rancho ou em um quartinho nos fundos da casa.”
Paisagens bucólicas, o sol como plano de fundo e muitos registros guardados
Não é apenas na paixão por bicicletas que Diogo imprime sua identidade e seu olhar para o mundo. Na fotografia, descobriu como deixar momentos únicos registrados para sempre.


“Eu sempre gostei de passear aos fins de semana pelo interior de Pomerode. Costumo pegar minha moto e seguir por um trajeto novo. Quando via algo bonito acabava fazendo o registro, eram bichos, montanhas, árvores, coisas simples.”
Diogo, que é fresador de profissão, relembra que seu primeiro celular foi adquirido mais tarde, assim como os registros, que foram publicados primeiramente no Facebook e depois no Instagram. “Comecei a tirar fotos do nascer e do pôr do sol, gosto muito de ficar apreciando e decidi compartilhar alguns desses registros. Algumas pessoas começaram a reparar e vieram conversar comigo.”


Pouco tempo depois, Diogo decidiu trocar o celular, um fato que, segundo ele, ajudou a melhorar a qualidade das fotos. “Gosto também de paisagismo, interior e natureza, construções históricas, casas enxaimel e ranchos, bikes e carros antigos. Quando se fala em fotografia, é difícil definir um único estilo, tudo o que você vê e acha bonito, vai querer registrar, seja um pássaro, uma árvore ou uma construção.”
Das fotografias mais extraordinárias feitas por Diogo está a combinação perfeita e imprevisível de um nascer do sol no topo do Morro Azul. “O céu estava bem avermelhado quando o sol nasceu, abaixo, na cidade, tinha um nevoeiro e as cores das luzes de led das estradas refletiam naquela neblina. Algumas pessoas me chamaram para perguntar como eu sabia que naquele dia seria possível um registro como aquele, mas eu sempre digo que foi sorte, nunca tinha visto nada parecido”, garante.

Diogo revela que depois daquelas fotos, tentou por outras vezes fotografar a mesma combinação indescritível. “Durante esse inverno, em apenas dois fins de semana não subi para ver o sol nascer no Morro Azul, mas nunca mais tive o privilégio de um registro como aquele. Só posso dizer que cada amanhecer lá rende uma foto diferente e deslumbrante.”
A fotografia para Diogo ainda é um hobby, ele afirma não ter pensado em usá-la profissionalmente. “É algo que gosto muito. Não é apenas uma foto, mas o registro daquilo que você viveu naquele momento e isso fica para a vida toda.”


De acordo ele, memórias que podem ser guardadas e relembradas no futuro. “É registrar tudo o que tem de bom e mais bonito. São fotos da tua vida e isso vai ficar para você, para os teus filhos e netos. Um dia vamos ficar velhos e talvez não poderemos mais ir até esses lugares. E as fotografias servem para compartilhar com os amigos e o mundo as coisas que valem a pena”, conclui.