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Olhar empreendedor e inovador para o sucesso

Eleonora Pein conta sobre os mais de 35 anos na confeitaria e a nova marca de bolachas artesanais “Keksliebe”

Existem pessoas que nascem para criar algo, têm o dom de empreender, se dedicam muito para isso e, mesmo quando os planos não ocorrem como o planejado, trabalham muito pra dar a volta por cima e se reerguer. Esse é o caso da Eleonora Pein, de 61 anos, confeiteira e idealizadora da Keksliebe, empresa de bolachas artesanais.

Foi com a avó e mãe que ela aprendeu a, literalmente, colocar a mão na massa. Com o objetivo de seguir as receitas que a matriarca da família deixou após falecer, começou a vender bolachas feitas de forma caseira em 1987 quando tinha 25 anos. De início, oferecia três sabores, mas foi aumentando conforme os clientes solicitavam. “Eles pediam para eu fazer um novo tipo, procurava no livro de receitas da vó e também inventava as minhas próprias”, lembra.

Passo a passo, a marca foi crescendo e as opções de sabores chegaram a 40. Em um piscar de olhos, a empresa completou 32 anos. Em março de 2019, Eleonora optou por alugar a fábrica para um familiar e ajudá-lo da forma que podia. No entanto, a mudança não deu certo e Eleonora precisou começar do zero novamente. A decisão de iniciar uma nova empresa foi colocada em prática em julho de 2021. “Não estou nem um ano no ramo novamente e reconquistei meus clientes todos de volta. Estou super bem e feliz com o que faço.”

Empreendedora: nova marca de Eleonora se chama Keksliebe. FOTO: Gabriel S.

O novo nome traduz o que sente quando está com a mão na massa: Keksliebe, amor pelas bolachas em português. “Como eu aprendi com minha mãe e avó, o nome veio de lá. Elas não estão mais comigo e quero continuar fazendo e seguindo a tradição”, destaca.
Para ela, criar a nova empresa significou uma renovação em sua vida, já que voltou a ter tudo sobre seu controle novamente. “Quando estava alugado, eu ajudava, mas nada era meu, eu era funcionária e eles eram os patrões. Agora, eu sou dona, faço e crio as receitas novas. Estou muito feliz com isso.”

Agora, o foco é crescer cada vez mais. Eleonora já conta com uma funcionária, seu braço direito há mais de 20 anos, e uma terceira pessoa está fazendo teste para também integrar a equipe. “Dia a dia, vamos aumentar cada vez mais sabores e mais tipos de bolachas, mas tudo bem artesanal e com as receitas bem antigas”, salienta.

Amizades e laços construídos pelo tempo

Em 2000, Eleonora ganhou uma nova funcionária. Cristina Schlupp, agora com 54 anos, era vizinha da empreendedora há três anos. Como já eram amigas, foi até a fábrica para pedir um emprego. Rapidamente, ela logo a chamou para trabalharem juntas. “Eu não sabia fazer nada de confeitaria, tudo o que sei hoje aprendi com ela aqui”, conta a funcionária. “No começo, foi um pouco complicado, mas logo eu peguei o jeito. Hoje em dia, não troco mais por nada, adoro o que eu faço e não trabalharia em outro ramo.”
De lá para cá, precisou se distanciar da empresa algumas vezes por motivos de doença, mas sempre voltava para trabalhar com a amiga.

Isso foi comprovado em 2021, quando Eleonora criou a nova marca e Cristina retornou para fazer as bolachas artesanais ao lado dela. “Ela já se aposentou, ficou viúva nessa época e, quando eu disse que reabriria, ela se ofereceu para trabalhar comigo e estamos trabalhando juntas. Nós pegamos por igual, ela aprendeu a fazer as massas comigo, faz tudo igual já”, afirma a idealizadora da Keksliebe. “Como ela mesma fala, não somos como patroa e empregada, somos amigas há mais de 20 anos e eu adoro trabalhar aqui e com ela”, completa a amiga.

Novidades: Eleonora está sempre a procura de melhorar os produtos e ampliar as opções disponíveis. FOTO: Laura Sfreddo

Mulher é força, garra e perseverança

Para as mulheres que estão começando no mercado de trabalho, Cristina destaca que é importante fazer o que gosta. “Vivemos mais felizes e sem muito estresse. Eu penso assim, temos que trabalhar em uma coisa que nos identificamos e gostamos.”
Além disso, um dos objetivos da vida de Eleonora é conseguir passar as muitas coisas que aprendeu na vida, inclusive as que aprendeu quando precisou se reerguer e criar a nova fábrica de bolachas artesanais.

“Tento passar isso para todas as mulheres, as incentivando em como é importante fazer o que gosta. Sempre fui feliz, sempre fiz o que eu gosto, nunca fiz uma coisa que fui obrigada a fazer ou que não gostasse. Dou muito valor para a minha avó e minha mãe que, graças a elas, eu estou onde estou hoje”, reflete.

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