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O percurso que une o amor de pais e filhos

Assistente social explica sobre a fila de adoção e os aspectos que envolvem o assunto

Assim como há uma fila para quem está à espera de um transplante de órgão, há também uma fila para os que aguardam para conhecer pela primeira vez, ou ampliar, o amor de pais. De acordo com a assistente social da 1ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Pomerode, Esther Claudia Siebert Zipf, o cadastro dos pretendentes é informatizado e, quando há uma criança ou adolescente disponível para a adoção, o sistema busca de forma automática as famílias que se encaixam no perfil. “Nós falamos em uma lista, mas não é uma lista que segue apenas a ordem cronológica de entrada, depende das características que os pretendentes aceitam”, explica. 

De forma simples, o sistema mostra, em ordem, as famílias que aceitam o perfil da criança ou adolescente disponível. Em seguida, a juíza analisa os primeiros cadastros e, posteriormente, chama os pretendentes que se encaixam no perfil, respeitando a ordem cronológica de entrada no cadastro. 

Todo esse cuidado é tomado pensando exclusivamente nas crianças e adolescentes. Esther afirma que as ações são sempre em favor deles. “A lógica não é achar um filho para aquela família, é achar pais para aquela criança. Isso, felizmente, foi algo que mudou ao longo dos anos.”

Um dos medos dos que estão pensando em adotar é em relação à família biológica. No entanto, nos casos em que há Destituição do Poder Familiar, todos os laços são cortados. Inclusive, quando recebem a informação de que esse processo ocorrerá, inicia um trabalho com a criança ou adolescente para explicar o que virá a seguir. Em relação a isso, Esther salienta sobre a importância de prepará-los para serem inseridos em uma nova família. Antes dos pretendentes estarem aptos a adotarem, a primeira etapa é fazer com que os pequenos aceitem se desvincular da família biológica, fato que, por vezes, é doloroso e pesaroso. 

Caso essa separação não ocorra no tempo e da maneira correta, algumas consequências podem ocorrer, uma delas é a não adaptação à família adotiva, com a devolução das crianças. A assistente social explica que, às vezes, é apenas na prática que os adotantes percebem as dificuldades do dia a dia ou, até mesmo, a criança, por não ter se desvinculado totalmente da família biológica, faz de tudo para que a relação com a nova família dê errado. Quando casos como esse acontecem, a assistente social admite ser um momento de reflexão sobre o que poderiam ter feito de forma diferente para o fim ter sido outro. “Nós da equipe sofremos muito, assim como os pais e, principalmente, a criança.”

Por esse motivo, existe o chamado “período de namoro”, que ocorre quando o sistema sugere um pretendente, ele então é informado de que há uma criança/adolescente compatível com o perfil definido, isso ocorre por meio de uma ligação telefônica. Durante o contato, surge o questionamento acerca da vontade da família conhecê-la e, a partir disso, inicia o período de aproximação. No entendimento de Esther, esse tempo precisa ser muito planejado e nunca feito às pressas, pois é nele que o vínculo, a saudade e o carinho começam a ser criados. “Isso é importante, pois quando a criança vai para a casa do pretendente e os problemas começam, é preciso existir um vínculo estabelecido para que, no primeiro problema que aparecer, a família não pense em desistir”, evidencia.

Quando decidem que realmente desejam adotar após o “período de namoro”, que varia de caso para caso, a juíza determina a Guarda para Fins de Adoção. Dessa forma, passam para o estágio de convivência, que dura aproximadamente de 30 a 90 dias. Durante essa etapa, Esther é a responsável por acompanhar todo o processo e, ao fim, faz um relatório concluindo se a adoção traz ou não benefícios para a criança. “Se realmente deu tudo certo, o processo de adoção é finalizado por meio de uma audiência.”

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