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O dom de trabalhar com o público

Zico Ott descobriu na profissão de garçom uma verdadeira vocação

Saber a melhor maneira de lidar com as pessoas é um requisito importante para quem trabalha com o público. Por vezes, a paciência é testada até o limite e é necessária muita experiência para saber contornar esse tipo de situação. Uns aprendem com o tempo e outros já nasceram com o dom, que é o caso do garçom Sigmund Ott, de 60 anos, mais conhecido pela população pomerodense como Zico.

A vida profissional começou muito longe do público. Trabalhou por 17 anos na Netzsch, mais 10 anos como motorista de caminhão, além de já ter passado também pela Schornstein, em que era técnico de manutenção. No entanto, Zico viu sua vida mudar quando foi chamado para atuar na Festa Pomerana, há 20 anos. Seu papel naquele momento era ser garçom e atender o pessoal. “Me interessou muito quando comecei a trabalhar com eventos, foi uma coisa nova que até então não conhecia e gostei demais”, conta.

Com o tempo, ele foi ganhando experiência e, com isso, mais responsabilidade. De uns cinco anos para cá, focou na área e se tornou o coordenador da parte de bebidas da Festa Pomerana, além de ter uma equipe própria de garçons para atender em eventos como o Festival Gastronômico, Clubes de Caça e Tiro, casamentos, bailes, confirmações e outras comemorações. “É um hobby que tenho, mas ao qual me dedico muito. Às vezes me tira uma oportunidade de viajar, mas gosto de trabalhar com o público, sempre me interessou muito”, destaca.

Durante a Festa Pomerana, Zico precisa arrumar energias para estar presente todos os dias, já que é o encarregado por organizar os pontos de refrigerante e fazer o controle das bebidas para que não falte durante o evento, e, além disso, destaca a necessidade de que tudo esteja sempre gelado, tendo em vista que a festa ocorre no mês de janeiro, sempre muito quente.

Para ele, o que mais o marcou nesses anos na área de eventos é o trabalho árduo necessário para a Festa Pomerana. “Você começa sexta-feira à noite, sai às 4h da manhã, 9h tem que estar novamente na festa e vai até o outro dia de manhã, às 4h, além do domingo de noite. Às vezes, nem dá para dormir”, conta.

Além disso, desde maio de 2020, ele também faz parte da equipe de garçons do Restaurante Wunderwald, trabalhando três vezes por semana e também aos sábados e domingos, meio período. “Já estou com eles acho que há uns quatro anos, mas sempre trabalhava em todos os eventos que o restaurante participava fora”, esclarece. No entanto, apesar de ter essas horas reservadas semanalmente, ele não deixa de trabalhar nos demais eventos. “É cansativo, mas sou aposentado, então dá para descansar. Se eu não gostasse disso, iria desistir.”

Zico admite que, em alguns momentos, ouve comentários não tão legais, mas já adianta dizendo que não liga e tenta repassar esse pensamento para a equipe também. “Sempre digo para o meu pessoal só ouvir e agradecer. Não tenho reclamação de ninguém referente a isso”, explica. Para ele, mesmo admitindo que é difícil lidar com o público, trabalhar com o povo é o que o faz feliz. “Faço o máximo possível para atender todo mundo bem”, completa.

Em relação à resposta das pessoas sobre o serviço prestado, essa é uma questão muito valorizada por Zico, pois, sempre que termina o evento, pergunta para o contratante se foi bem feito e se teria alguma observação a ser feita. “Nunca escutei o pessoal reclamar, às vezes tem algumas sugestões, mas que sempre corrigimos. A pessoa que contrata uma festa tem seus objetivos e lucros e temos que trabalhar para isso.”

A maior parte do aprendizado adquiriu com o tempo, no dia a dia. No entanto, lembra de um colega dos tempos de Schornstein que lhe ofereceu muitos ensinamentos. “Gostei muito do que ele me passou, segui os conselhos e acabei gostando. Esse foi um dos caras que me incentivou a trabalhar com isso”, pondera.

O apoio veio também da família de Zico, inclusive tendo alguns parentes que ingressaram nessa área. Dois irmãos dele, que são motoristas de caminhão, fazem parte da equipe de garçons para os eventos nos fins de semana. Além disso, um dos filhos também seguiu os passos do pai e, enquanto passa a semana trabalhando em uma empresa, nos sábados e domingos também atua no Restaurante Wunderwald. “De duas semanas para cá, estou com a minha nora também trabalhando de garçonete comigo.”

Mesmo já estando aposentado pelo tempo de contribuição, ele declara que continuará atuando na área enquanto a saúde permitir. “Sei que minha esposa fica às vezes sábado e domingo sozinha em casa, mas tiro um dia por mês para sair com ela e levo os meus dois netos junto. Enquanto eu puder fazer isso e minha família ajudar, com certeza continuarei”, finaliza.

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