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O desejo de começar o dia como filhos e terminá-lo como pais

Emilio e Marcia Glienke compartilham o sentimento de aguardar pelo toque do telefone com a notícia de que a família está completa

Uma gestação demorada, diferente e surpreendente, mas que, ao fim do processo, compensa a espera com a dádiva de ser pai e mãe. Essa é a expectativa de Emilio Glienke e Marcia Lilian Jelonschek Glienke, de 46 e 44 anos, respectivamente. Há pouco mais de dois anos, o casal se tornou apto a adotar e espera desde então que o filho (a) ou filhos (as) os encontre para completarem, enfim, a família.


A decisão de adotar surgiu de forma muito natural, pois Marcia já sabia que não poderia ter filhos biológicos e que esse seria o caminho pelo qual se tornariam pais um dia. No entanto, precisaram passar por diversas fases da vida, amadurecer e conhecerem melhor um ao outro para que pudessem, juntos, dar esse grande passo. 


Foi em 2019 que Emilio e Marcia iniciaram o cadastro na Comarca de Pomerode, processo que durou cerca de quatro meses para finalização e, com isso, se tornarem aptos. “Depois, é só na espera”, contextualiza Emilio. “É um processo bem interessante, tivemos todo um preparo”, completou a esposa. 


Durante esses anos, receberam algumas consultas acerca do interesse em adotar crianças que estavam fora do perfil definido pelo casal, por motivos pessoais e também financeiros, não foi possível aceitar. Houve uma oportunidade, entretanto, que os fez sentir como se o momento houvesse chegado, mas, como não eram os primeiros da fila, não conseguiram voltar para casa com o filho ou filha nos braços. “Nós ficamos bastante animados, deu aquela ansiedade, óbvio. Encerrou este processo e nós permanecemos na fila de adoção, por enquanto não há nenhuma consulta, mas posso estar falando aqui agora contigo e de repente ter uma nova oportunidade”, evidencia Emilio de forma esperançosa. 


Para eles, o desafio tem sido longo, mas o que nunca deixam morrer é a vontade, presente a todo momento no coração dos futuros papais, de conhecer seu filho e dar um rosto para um amor que já é tão vívido. Esse é um sentimento muito visível nos olhos, falas e gestos do casal. 

Apesar do desejo latente pela chegada da notícias que transformará para sempre a vida do casal, Marcia pratica diariamente a lição de não focar o pensamento inteiramente nisso e, ainda que pareça impossível, a continuar levando a vida normalmente. “Você acorda pensando que pode ter uma ligação e, com isso, começar o dia como filho e terminar como pais. Isso acontece muito, mas tem que seguir a vida, não pode parar tudo por conta disso”, expõe. Ela esclarece ser necessária uma preparação psicológica para, assim, conseguir receber os filhos da melhor forma possível. 


Conviver com a incerteza não é uma tarefa fácil para quem está à espera de conhecer o maior amor que pode existir. Emilio e Marcia passam por essa etapa há dois anos e já adquiriram muito conhecimento sobre o assunto. “Costumo dizer que Deus sabe a hora certa, a criança certa para os pais certos. Ficamos nessa expectativa, nessa espera, mas é uma gestação bem longa e diferente, é do coração, da alma e uma hora terminará”, reflete ele.  Por isso, mesmo que o tempo esteja passando, o casal sente que o filho ou filhos estão a caminho e, no momento certo, a família estará unida. 


Da mesma forma que já imaginam o dia em que sentirão o amor de pai, já se preparam para os possíveis desafios que também estão por vir. Emilio e Marcia entendem que não são eles que escolhem uma criança, mas sim que a decisão está na mão dos pequenos. “Quando chega uma criança com o perfil, temos o tempo de convívio, mas se ela não se adaptar a nós, não vamos ser os pais dela, a criança que vai nos escolher”, afirmam.


Outro ponto comentado por eles é de crianças que são destituídas da família e, por consequência, chegam ao novo lar com traumas que só o tempo, o amor e o cuidado podem curar. O casal compreende que a criança tinha uma família, uma vida, uma casa e, ao perder tudo isso, precisa aprender a conviver com outras pessoas até estar liberada para ser adotada.

Por isso, elogiam o trabalho jurídico desenvolvido em Pomerode. “Eu gostei muito da forma com que foi feito. É família, você está trabalhando com uma criança e o futuro dela, o trabalho tem que ser muito bem elaborado para não gerar mais um trauma na criança”, completa Emilio. 


Por enquanto, a espera continua, mas o sentimento de que o momento de ser papais está chegando é cada vez mais intenso e nítido dentro do coração do casal. Emilio e Marcia mantêm a certeza de que o filho está em algum lugarzinho e só falta achá-los. 


Enquanto a oportunidade não chega, só restam as expectativas crescentes a cada dia. Da dúvida de como serão como pais, compartilham da mesma opinião: Emilio será o responsável por ensinar a fazer bagunça e Marcia terá que “fazer a parte chata” e precisará controlar, colocar regras, cobrar e brigar, inclusive com o marido também, comentam aos risos.


Fora isso, a criação tradicional, com valores e respeito, que também lhes foi passada, será compartilhada com o filho ou filhos. Mesmo que entendam que os tempos são outros, com situações e realidades diferentes, pretendem dar condições melhores para os filhos do que tiveram no passado. “O principal para nós é que a criança saiba respeitar os outros, as regras, seguir a lei, são coisas que devemos primar.”


Para o futuro filho ou filhos do casal, eles deixam um recado especial: 

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