Na quarta-feira, dia 29, moradores de Pomerode viajaram sentido Porto Alegre, capital do estado gaúcho, para ajudar na reconstrução da cidade. Lá, eles se uniram à ação voluntária “Reconstrução RS” em um mutirão de limpeza das casas atingidas pela enchente.
A iniciativa foi do gestor comercial, Marco Aurelio Kulmann, de 59 anos. “Apesar de residir há muitos anos em Pomerode, sou gaúcho e tenho dois filhos que residem em Porto Alegre, que graças a Deus não foram atingidos. Desde o início das enchentes, eles trabalharam como voluntários, ajudando as pessoas necessitadas. Eu os contatava quase que diariamente. A cada relato, minha angústia aumentava e chegou em um ponto que eu senti uma imensa vontade de ajudar de alguma maneira.”
Diante do desejo, reuniu dois amigos, Silvio Bondemuller e Rafael Oliveira, e o sogro, Ingo Trapp. Com isso, começaram a procurar na internet e redes sociais um grupo de voluntariado para que pudessem unir os esforços.
Foi quando encontraram a ação voluntária chamada “Reconstrução RS” (@reconstrucao.rs no Instagram). “Fizemos uma reunião virtual com eles para conhecê-los melhor e verificar quais eram as necessidades. Nos surpreendemos com o excelente trabalho que estão realizando e, principalmente, com a organização e transparência”, enfatiza.
Após se organizarem, saíram de Pomerode na quarta-feira, dia 29 de maio, em direção a Porto Alegre, onde atuaram na Zona Norte até retornarem no domingo, dia 2 de junho. “É uma região muito carente e a qual teve muitos bairros atingidos, com milhares de pessoas desabrigadas.”
Os quatro foram acolhidos pelos coordenadores do projeto, Tiago Silva e Cristine Toledo, e se hospedaram na residência de um dos voluntários do grupo, Daniel Valle. “Fizemos amigos, pessoas diferentes, mas que estavam unidas pelo mesmo propósito. No entanto, a missão não foi nada fácil e eu explico o porquê: no início, pensávamos que a exigência seria física, pois o trabalho era pesado e intenso. Mas, na verdade, nenhum de nós estava preparado emocionalmente para aquela situação.”
Marco expõe que as pessoas atingidas estavam carentes de tudo, não necessitavam somente da limpeza ou reposição de bens perdidos, mas procuravam por um abraço e acalento. “Elas choravam muito e diziam que éramos anjos enviados por Deus. Nunca poderíamos imaginar tal situação”, conta.
Após o trabalho exaustivo em uma residência, ao finalizar a limpeza, eles entregavam aos moradores da casa um pequeno vaso com uma flor, como símbolo de vida e de recomeço. “Não tinha quem não se emocionasse. Eles pediam para nós ficarmos mais um pouco, que voltássemos, mas o trabalho tinha que continuar. No fim do dia, quando retornávamos, as dores não eram somente físicas.”
Sobre todo o trabalho e ajuda doados aos atingidos, Marco destaca não ter feito isso sozinho. “Além dos que me acompanharam, me surpreendi com o número de pessoas que enviaram doações, que nos incentivaram, demonstrando um espírito de solidariedade incrível. Tenho muito a agradecer ao povo pomerodense, a tudo que fizeram e ainda estão fazendo pelo Rio Grande do Sul. Foi muito confortante saber que eu não estava sozinho nesta causa”, evidencia.
A ideia, segundo o gestor comercial, é retornar outra vez para o estado gaúcho, já que ainda há muito a ser feito. “Ainda não definimos a data, mas quanto antes melhor, porque, a cada dia que passa, a ação de limpeza fica mais difícil, e as pessoas querem muito retornar para seus lares. Existe um projeto de continuidade dentro do ‘Reconstrução RS’. Em uma segunda fase, o objetivo é realizar serviços de manutenção e reparos nas casas.”
Para os que querem ajudar de alguma forma o RS, ele diz para encontrarem uma maneira de fazer isso. “Todos nós temos alguma coisa a doar, mas existem limitações. Então desde uma simples oração, qualquer tipo de doação ou mesmo uma palavra de incentivo aos que estão mais diretamente envolvidos, gera uma energia muito positiva, que com certeza chega aos que estão precisando. Estou à disposição pelo telefone/WhatsApp (47) 99682-0500, ou podem entrar em contato diretamente com o @reconstrucao.rs”, finaliza.
