Momento para inovar e se reinventar

A Pousada Rural Mundo Antigo estará de cara nova e com muitas atrações

Por redação Testo Notícias

Durante esses sofridos meses de pandemia, em que diversos estabelecimentos foram fechados, há quem conseguiu tirar proveito e se reinventou com muita criatividade. Esse é o caso da Pousada Rural Mundo Antigo, que aproveitou o tempo para trazer novidades aos visitantes do local. A primeira delas e, talvez, a mais importante: a mudança de nome.

Segundo o proprietário Adolar Fischer, de 59 anos, a ideia da alteração surgiu no começo do ano e amadureceu com o tempo até a decisão final. Agora, a propriedade se chamará Paraíso Enxaimel Mundo Antigo. Para a mudança, tudo já está pronto, incluindo a nova logo e, agora, só resta definir quando será feita a substituição de todos os cartazes e placas. “Como hoje somos a maior propriedade em casas construídas na técnica Enxaimel do Brasil, tiramos o nome de pousada, mas continuaremos com essas atividades e com o restaurante. O nosso maior objetivo é trazer um diferencial”, explica Adolar.

Falando nisso, o proprietário diz priorizar muito as novidades e o fato de fazer o que ninguém imaginava ser possível. Com isso, idealizou a montagem de quatro robôs de madeira para que conseguisse criar mais atrativos para as crianças, um dos seus maiores públicos turísticos.

Matheus kurth/Parceria: Adolar e Bruno com seus dois robôs de madeira.

Dois deles já foram construídos: um robô que toca bandoneon e uma mulher que bate a nata para virar manteiga com um utensílio alemão antigo chamado Butterfaß. No momento, os dois estão no mesmo local, construído por Adolar. Porém, posteriormente, o tocador de bandoneon receberá um colega baterista e a mulher irá para a Casa do Colono com um robô que terá uma máquina de picar trato manual.

Num futuro próximo, o acesso às atrações terá um pequeno custo: R$1,00 por pessoa para entrar e R$1,00 para os robôs fazerem o show. “Os robôs de madeira servirão como mais uma atração da pousada”, comenta Adolar. Sobre a composição temática do local, além do globo de luz existente, que animará os visitantes, o proprietário projeta a inclusão de instrumentos antigos que já possui, assim conseguirá manter a cultura local.

Acerca da construção dos robôs, o proprietário conta ter necessitado da ajuda de seu amigo Bruno Wollick, de 83 anos, que ficou responsável por toda a parte de mecânica de tornearia. Além disso, Rui Knopf fez a escultura dos robôs. Para Bruno, mexer com esse tipo de material sempre fez parte de sua vida e, com isso, facilitou os momentos desafiadores desses projetos. “Faço isso desde criança, pois meu pai e meu avô trabalhavam com madeira”, comenta.

O cuidado com todos os detalhes é visível ao ouvir os amigos contando sobre a montagem e vendo o resultado final. Por exemplo, o pé do tocador de bandoneon bate no chão conforme toca o instrumento. Além disso, as roupas e acessórios dos dois robôs foram perfeitamente escolhidos e encaixaram no papel. Inclusive, até a unha da mulher foi pintada. Esses são alguns dos detalhes que fazem toda a diferença para quem está assistindo.

Matheus kurth/

O proprietário explica também sobre a velocidade de movimentos conferida ao robô. “Quando o bandoneon abre, ele tem uma tonalidade e, quando ele fecha, tem outra. Na apresentação, ao mudar o tom da música, esse som praticamente bate. Quantas vezes pedi para o Bruno mudar a velocidade para entrar no ritmo”, brinca ele, mostrando preocupação sobre o assunto.

Adolar e equipe iniciaram o projeto no meio do ano e ainda não há prazo para concluir os outros dois robôs. “Isso também depende da saúde dele [Bruno]. Fazer as mãos e o rosto não é difícil, o difícil sempre é o mecanismo, mas acho que esse agora será mais fácil. A posição a gente regula, faz um banco mais alto ou mais baixo para ele tocar a bateria”.

E, pensando em mais atrativos para os visitantes, uma Casa da Bruxa também está a caminho, precisando de mais uma ou duas semanas para ser finalizada. “A bruxa foi importada, ela não é brasileira”, brinca. “Será bem atraente para a criançada”.

Essas são algumas das iniciativas de Adolar que, mesmo com a queda de público, não desistiu e aproveitou esse tempo para se reinventar. “Nós já chegamos a atender 40 excursões por mês e nesse ano inteiro não atendemos quatro. Esse foi a diferença do turismo de um ano para o outro, mas estamos nos mantendo e trabalhando para frente”, explica.

Para conseguir atingir esse objetivo, o proprietário diz ser necessária uma característica vital: criatividade. E, como pode-se observar, isso não está em falta para ele. “Preciso criar alguma coisa para ser feliz”, finaliza.

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