A história do “Klópkóila” começou a ser contada em 2003, quando um grupo de amigos passou a se reunir para celebrar a amizade. Na época, a confraria formada por Décio Gutz, Ivo Maass, Valdir Volkmann, Siegfried Voigt, Renato Modro e Wilfried Kath decidiu que os encontros seriam periódicos e aconteceriam no autêntico formato de um Stammtisch, quando as pessoas se reúnem para beber, comer e conversar. “Era uma reunião de amigos, num determinado dia da semana ou a cada 15 dias, para fazer um encontro etílico e jogar conversa fora”, conta um dos atuais integrantes, Rui Knopf.
Alguns anos depois, em 2008, o grupo já tinha aumentado de tamanho quando surgiu a ideia de batizá-lo de Klópkóila. O nome irreverente, adaptado do alemão, é uma alusão ao instrumento muito usado para bater os palanques de cerca nas propriedades rurais de Pomerode. “É uma espécie de marreta gigante. O nome foi escolhido após uma brincadeira durante um evento, onde todos tinham que votar e acabou virando símbolo do nosso grupo.”
Por muitos anos, os Klópkóila se reuniam nas casas dos integrantes e também em bares da cidade. “Era sagrado: a cada 15 dias, sempre nas terças-feiras, nós nos reuníamos de forma itinerante, mas faltava um lugar que pudesse ser a sede definitiva e o local que tivesse a nossa cara.”

Foi a partir dessa vontade do grupo que outro integrante dos Klópkóila entrou em cena: Vilmar Weber. Um dia, olhando para um rancho centenário, que ficava no meio do pasto na propriedade onde mora, decidiu que aquela construção seria restaurada para abrigar o sonho dos amigos. “Ele já estava caindo, era uma construção muito antiga. A reforma iniciou em maio de 2023 e levou um ano para ficar pronta. Decidi manter a estrutura original e, no meio da obra, encontramos telhas de madeira, de mais de 100 anos, que estão guardadas como lembrança”, afirma Vilmar.
Depois da inauguração, uma placa, que foi entalhada em madeira e que carrega o nome e o desenho descontraído do grupo, foi colocada na fachada. “Depois que a sede veio para esse local, acho que o nome do grupo teve ainda mais sentido, já que estamos no meio do pasto”, brinca Rui, que é escultor e foi o responsável por dar vida ao emblema.
Do outro lado da fachada, localizada de frente para a Avenida 21 de Janeiro, está outra placa intitulada “Os Eternos”, uma homenagem de Vilmar ao Grupo Folclórico Alpino Germânico, do qual foi integrante por muitos anos. “Além dos Klópkoila, esse local virou também ponto de encontro de outros grupos dos quais faço parte, e a sede também serve para eventos privados, como aniversários dos integrantes, que são sempre muito especiais. Quase todos os dias tem gente aqui. Me sinto honrado por tantas pessoas se sentirem bem em estar nesse lugar.”
Rui e Vilmar são apenas dois integrantes do Klópkóila, que atualmente é formado também por Alcidir Girardi, Décio Gutz, Sérgio Rocha, Adolar Eilers, Osias da Veiga, Horst Lemke, Altair Siewerdt, Valdir Volkmann, Edemir Romig e Servino Danker. “Infelizmente, alguns dos membros já faleceram, como Irio Wollick e Mauro Behling, que eram integrantes muito queridos, mas nós continuamos a nós reunir e a manter a tradição”, garante Vilmar.
O grupo é fechado e novos membros são aceitos apenas após votação de todos os integrantes. Os encontros continuam a acontecer a cada duas semanas, sempre às terças-feiras. “Esses são os dias que reservamos para estamos aqui.”

E as reuniões são exclusivamente masculinas, mantendo um costume, segundo os integrantes, dos autênticos grupos de Stammtisch, que não permitem a participação de mulheres. “Quando a sede ficou pronta, as mulheres gostaram muito, mas a participação delas é limitada. Elas podem visitar em ocasiões específicas, mas nos encontros regulares do grupo, a presença é exclusivamente masculina. Elas sempre ficam tranquilas porque sabem com quem e onde estamos”, brincam.
Os Klópkóila valorizam a amizade e o prazer de estarem juntos, conversando e se divertindo com jogos como canastra e dominó. Além disso, eles têm um departamento informal chamado “DIVA”, que é o Departamento de Informações da Vida Alheia, onde, segundo eles, compartilham fofocas e novidades. “O DIVA sempre funciona muito bem e nos mantém atualizados sobre todos os assuntos de Pomerode. Aqui dentro tem uma placa em alemão, que traduzindo significa: para jogadores de cartas, pescadores, caçadores e outros mentirosos. E esse nosso lado divertido é o que gostamos muito de manter. Nós temos muita alegria em estar aqui.”
Os Klópkóila também podem ser vistos reunidos em edições dos Stammtisch de Pomerode e da Vila Itoupava, em Blumenau, e fazem questão de continuar a celebrar a amizade e a história do grupo. Para Vilmar, que abriu sua propriedade para ser a sede oficial, o sentimento é um só: “Quero que tudo isso continue um dia, mesmo após a minha partida. Meu maior desejo é que essa amizade e espírito de camaradagem sejam preservados sempre.”
