O teólogo e mestre em História, José Carlos Heinemann, esteve em Pomerode durante a última semana. Na programação realizou visitas às famílias de descendentes de pomeranos e participou de uma roda de conversa durante a Festa Pomerana.
O encontro foi promovido pelo grupo Pomeranos no Vale Europeu e ocorreu no sábado, dia 21, para marcar a exposição “Pomerode, um Legado de 160 anos”, idealizada em parceria com a Associação Empresarial de Pomerode (Acip).
“O Grupo Pomeranos no Vale Europeu, que está ligado ao estudo cultural pomerano em Santa Catarina, e o Sr. Wandér Weege, estão contribuindo bastante com pesquisa de historiadores de outros estados e abordando a comunidade para que ela preserve, não somente a língua pomerana, mas resgate a sua história familiar.”
Heinemann nasceu em 1952, em São Vicente, São Paulo e dedicou suas pesquisas ao estudo dos aspectos históricos e culturais dos pomeranos e seus descendentes no Espírito Santo, na Região Sul do Brasil e na Europa.
“Tenho dedicado toda a minha vida para os estudos sobre os aspectos da imigração Pomerana. Os pomeranos tinham uma vida muito difícil. Então, uma das únicas saídas plausíveis era abandonar a Pomerânia e aceitar o convite das Américas. Hoje mostramos como eles contribuíram para o desenvolvimento dessas cidades que receberam seus imigrantes.”
Para Pomerode, o escritor apresentou também um pouco trabalho de dois livros lançados em 2022, em parceria com o Instituto Cultural Pomerano Brasileiro de Jaraguá do Sul, “Da Pomerânia ao Brasil: A história de uma família imigrante” e “Narrativas que as nossas avós contaram: contos pomeranos”.
“A distribuição desses exemplares ocorreu nas colônias pomeranas, escolas públicas municipais e estaduais, nos estados de Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Alguns foram enviados também para o exterior, para países como os Estados Unidos e a Inglaterra”, explica.
Segundo Heinemann, um trabalho que contribui para o resgaste do respeito e da autoestima dos descendentes de Pomeranos para que alguns aspectos da sua cultura e história não sejam perdidos para sempre. “Muitos pomeranos tinham vergonha da sua história, mas ela é cheia de mudanças, guerras, sofrimentos e recomeços. Agora estamos recuperando em todo o Brasil esse amor e autoestima que os descendentes deveriam ter.”