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Hari Voigt: um apaixonado por bicicletas

Aos 80 anos, ele dedica seus dias a restaurar modelos antigos

Aos 80 anos, Hari Voigt é um apaixonado por bicicletas. Amor esse que fez com que resolvesse investir no seu hobby e abrir uma oficina de restauração de bicicletas antigas. Seus pais não sabiam andar de bicicleta, mas ele, desde criança, já sonhava em ter uma “magrela”.

Aos 12 anos, ele teve seu sonho realizado e ganhou uma bicicleta usada. O modelo já era para adultos, então, não tinha rodinhas. “Aprendi sozinho, caindo e tentando de novo. Caí muitos tombos. Mas observando os outros, fui aprendendo”, lembra.
A paixão pelo veículo de duas rodas só aumentou com o passar do tempo e hoje ele tem, pelo menos, 10 bicicletas antigas. Todas restauradas por ele. Uma delas é de 1951, todas as peças são originais e tem o número 51 na frente. Uma bicicleta como essa pode ser vendida por até R$ 5 mil. Para mantê-las sempre em bom estado, todo fim de semana ele escolhe uma para dar uma volta pela cidade. Passeio que faz pelas manhãs, aproveitando as belezas de Pomerode.

Seus modelos são verdadeiras relíquias e, por isso, sempre é chamado para participar de exposições de bicicletas antigas, do Desfile da Festa Pomerana e do Desfile de Natal. Nessas ocasiões as bicicletas são enfeitadas com luzes e flores.
Mesmo já sendo aposentado há 30 anos e estando com oito décadas de vida, Voigt esbanja disposição. Tanto que abre a oficina todos os dias no horário comercial. Por mês, ele restaura ou conserta cerca de 50 bicicletas, o que dá mais de uma por dia. Porém, ele explica que nem todo mundo restaura bicicletas antigas devido ao custo. “Dependendo do modelo e da restauração, o valor pode ficar entre R$ 1400,00 e R$ 1700,00”, explica. Por isso, na maioria das vezes, são os colecionadores que procuram os seus serviços. “Tenho clientes de tudo que é lugar”, conta com orgulho.

A oficina foi planejada dois anos antes da aposentadoria. Ele trabalhou na Porcelana Schmidt e na Karsten, somando 35 anos de dedicação. Quando aposentado, Voigt já estava com seu projeto em andamento e tem sido muito feliz em meio as bicicletas. No início, ele comprava as bicicletas antigas e reformava, às vezes, para vender. Com o tempo, ficou famoso como o “especialista em bicicletas antigas”.
Ofício cada vez mais difícil de manter devido a qualidade das peças. “Infelizmente, atualmente, a qualidade não é igual era alguns anos atrás. As peças estragam com muito mais rapidez”, diz. Mas, mesmo com essa dificuldade, Voigt é referência no assunto.

Nos últimos tempos, ele tem se dedicado a ensinar o ofício a um sobrinho. “A maioria das oficinas trabalha com as bicicletas mais novas. Por isso, sou tão procurado”, afirma.
A esposa tem um modelo original de 1969, que ganhou quando tinha 15 anos, e também está toda original. “Às vezes saímos juntos para passear com nossas bicicletas”, conta.

Atualmente, as bicicletas do casal são utilizadas para passeios. Mas, há algumas décadas, era praticamente o principal meio de transporte em Pomerode, devido às dificuldades de horários de ônibus. “Eu morava no bairro Ribeirão Areia e trabalhava na Karsten. Saía 22h e nem sempre conseguia pegar o ônibus. A bicicleta era mais garantida”, lembra.

Voigt tem dois filhos e eles sabem andar de bicicleta, até gostam, mas não são apaixonados como o pai. Ele aproveita para ensinar os netos a andarem de bicicleta. É na sua oficina que ele se sente realizado. E os desfiles são motivo de orgulho, que é quando aproveita para exibir suas restaurações.

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