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Gilberto Henchel se despede do uniforme do Samu

Após 15 anos como condutor socorrista, Giba fala do trabalho dedicado a salvar vidas

Após 15 anos dedicados ao trabalho como condutor e socorrista, Gilberto Henchel, pendurou a farda, para curtir a família e a aposentadoria. “Parece que não me aposentei, que ainda preciso acordar e me arrumar para ir até o Samu, para mim era muito mais que um serviço.”

A trajetória de Giba, como é conhecido, em equipes de resgate e salvamento começou em 1995, quando atuava em uma grande indústria têxtil da região. “Na época, tive a oportunidade de fazer parte da equipe de bombeiros industriais e pude atuar por nove anos como socorrista dentro da empresa.”

Pouco tempo depois, um novo desafio: iniciar a implantação do Corpo de Bombeiros Voluntários de Pomerode em 1995. “Eu lembro que, primeiramente, foi instituída a Brigada de Incêndio e, em seguida, a de Emergência Médica.”

Foto: Arquivo pessoal

Na corporação do município atuou até 2006 como condutor socorrista, mesmo ano em que passou a atuar junto à Secretaria de Saúde de Pomerode. “Então, prestei concurso para o Samu e, desde então, foram 15 anos dedicados a ajudar o próximo, em prol da comunidade pomerodense.”

Giba relembra que a decisão de salvar vidas foi motivada por um momento trágico, quando perdeu um grande amigo em um acidente de moto. “Ele acabou não sobrevivendo aos ferimentos. Até hoje tenho aquele sentimento de que se tivesse a capacitação e o conhecimento de hoje, poderia ter salvado a vida dele.”

Após a irreparável perda, Giba buscou por capacitação para poder atuar como socorrista. Concluiu o Ensino Médio, depois buscou a formação em Técnico de Resgate em Altura e ao longo dos anos foi aprimorando o trabalho primordial que escolheu como carreira e como missão de vida.

Em sua memória seguem lembranças alegres, como os nascimentos de bebês que ajudou a vir ao mundo, e também trágicas, como a morte de crianças por afogamento. “A gente carrega um coração frágil, todo mundo acha que somos fortes, mas não somos não. Temos que atender uma ocorrência de forma igual e tentar manter o controle, mas por dentro ficamos desolados.”

Foto: Arquivo pessoal

A perda de dois irmãos enquanto já atuava como condutor socorrista também fizeram repensar a profissão que escolheu. “Um deles eu estava em atendimento em Blumenau, quando meu irmão passou mal em Rio dos Cedros e não conseguiu socorro a tempo. O outro teve um mal súbito enquanto andava de bicicleta. Não fosse o apoio da família e o carinho dos amigos, acho que teria desistido nesses dois momentos, porque fica esse sentimento de não ter feito o possível por eles.”

Para Giba, cada socorro que prestou durante a carreira sempre foi muito significativo. “Esse trabalho representou muita coisa, saber que ajudei muitas pessoas, sempre com a bênção de Deus, é algo gratificante. Muitas pessoas nos abraçam na rua, para agradecer o socorro que prestamos.”

Foto: Arquivo pessoal

A aposentadoria começou a ser planejada cinco anos atrás e o comunicado chegou para Giba em julho. Mas o momento oficial de pendurar a farda aconteceu em setembro. Na ocasião, colegas de profissão se reuniram para homenageá-lo. “Eu não esperava de coração, ainda mais receber a ambulância em miniatura, foi muito emocionante.”
Já aproveitando as primeiras semanas do merecido descanso, Giba quer desfrutar do primeiro fim de ano ao lado da família. “Nesses anos todos, não tive o privilégio de estar em datas especiais com eles. Agora quero curtiu meu neto e cada pessoa que é importante para mim.”

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