No dia 30 de maio foi celebrado o Corpus Christi, importante data para os fiéis católicos. A celebração é acompanhada de uma missa e uma procissão pelas ruas próximas à igreja. Além disso, em algumas cidades, fiéis se reúnem para confeccionar tapetes de serragem coloridos.
O artesão Davi Gomes, de 47 anos, é um dos católicos que dispõe de tempo e trabalho para manter a tradição. Morador de Pomerode há 17 anos, ele conta que na cidade em que residia anteriormente, Nova Prata do Iguaçu/PR, não se faziam os tapetes de Corpus Christi. “Eu só via pela televisão, achava lindo. Quando cheguei aqui, fiquei muito feliz, pois eles faziam e me chamou atenção o fato de como era feito”, conta.
Ao lado da esposa, Edinalva Aparecida Oliboni Gomes, e da filha, Thaiana Cristina Oliboni Gomes, ele começou a frequentar a Capela Nossa Senhora das Graças. “Lá, fomos acolhidos pela dona Érica Marchi, que é como uma mãe para nós. Ela nos convidou para fazer os tapetes e esse foi meu primeiro contato, acredito que foi em 2008, em que fiz uma igreja de serragem. Participamos até hoje.”
De acordo com Davi, Corpus Christi é a maior festa da Igreja Católica, é a apresentação de Jesus ao povo de Jerusalém. “Na época, o povo jogava palmeiras, roupas e mantas para que Jesus passasse por cima. Agora, é a apresentação da Eucaristia e um ato de adoração. Nós confeccionamos os tapetes e sobre eles passa o Cristo Vivo na Eucaristia, é uma dádiva divina”, declara.
No dia de Corpus Christi, os fiéis começam a confecção dos tapetes às 6h. Tudo precisa estar pronto às 9h, quando começa a missa. “Usamos flores, tecido, pó de café, farinha e serragem. Uma semana antes, nos reunimos para pintar a serragem. No dia, montamos com temas referentes ao Corpus Christi e também outros que transmitem amor, carinho, fé, força, agradecimento, luz e esperança, porque ali é Jesus Cristo que está passando.”
Em Pomerode, os tapetes são feitos pelas comunidades São José, Santa Terezinha, Santo Antônio e Bom Pastor, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora das Graças, grupo de jovens, catequese e Grupo Lareira. “Não sei quantas pessoas estiveram presentes, mas a cada ano temos um público maior, isso é muito bom”, evidencia.
Sobre o sentimento de poder fazer parte desse momento, Davi admite não saber explicar. “É algo que toca no fundo do coração da gente. É gratificante poder ajudar, é uma benção mágica estar ali e saber que é para Jesus. Cada ano, faço um desenho e pinto minha própria serragem para poder dar vida a ele, acho o resultado final uma benção.”
