Uma figura muito conhecida em Pomerode e, principalmente, em Testo Alto, bairro em que mora. Participante ativa da sociedade, Darci Krahn faz parte também dos grupos de Oase e jogou bolão por cerca de quatro décadas. Ajudar o próximo está no seu sangue e é isso que tentou passar para seus dois filhos e também para os netos.
Desde os oito anos, Darci trabalhou na roça. Na adolescência, conheceu aquele que se tornaria seu primeiro e único namorado, com quem se casou em 1971, já grávida de três meses. “Foi uma surpresa quando descobri a gravidez, mas sempre tive o desejo de ser mãe. Ele nasceu em 1972”, lembra.
Sobre a gestação, ela conta que foi tranquila e sem desafios. “Mas a gravidez não era como hoje em dia, não íamos no médico fazer consultas regulares”, explica. Ela destaca que não deixou de fazer nada enquanto estava grávida e seguiu a vida normalmente.
No dia em que seu primeiro filho nasceu, roçou grama, varreu e tirou leite da vaca até às 18h. Depois de tomar um banho, começou a sentir muitas dores e informou para o marido que teriam que ir para a maternidade. Quando chegou, a enfermeira questionou se ela estava parada ou realizando alguma atividade. “Eu estava com vergonha de falar, mas disse tudo o que eu tinha feito, então ela passou que seria um parto mais rápido, porque eu estava em movimento. Às 21h30min, ele nasceu.”
Ao contrário da gravidez, os primeiros meses de vida do pequeno não foram fáceis. Darci enfrentou desafios com a amamentação e, depois de muitas internações com o filho, recebeu dos médicos a orientação de dar leite de vaca em lugar do peito. “Quando chegamos em casa, demos essa mamadeira e ele dormiu a noite inteira. Fiquei muito feliz que acharam uma solução para ele ficar bem. Em três meses, ele tinha menos peso do que quando nasceu.”
Seis anos depois, engravidou do segundo filho. Diferente da primeira experiência, a segunda gestação não foi tranquila. Os vômitos eram frequentes e, como consequência, emagreceu muito e foi internada diversas vezes. “Quando ele nasceu, em 1977, optei por não dar o peito e dei direto mamadeira com leite de vaca. De resto, foi tudo ótimo também”, destaca.
Sobre a relação entre os dois irmãos, ela conta que o mais velho sentia ciúmes dos brinquedos do mais novo. “Ele queria ter tudo igual. Mas se davam muito bem, brincavam de tudo, jogavam bola juntos.”
Quando o primeiro filho de Darci estava com cerca de dois anos, ela começou a jogar bolão e foi inserida no mundo do esporte, exemplo que também deu para os pequenos. “Eu levava eles junto, meus filhos participaram muito dessa minha vida na sociedade, os dois também jogaram bolão, mas pararam por questões de saúde”, explica. Em 2000, ela se aposentou após trabalhar por 20 anos na Malwee e contar ainda o tempo em que trabalhou na roça. Em 2002, seu marido faleceu.
Há alguns anos, Darci, que sempre foi uma pessoa muito ativa e envolvida com diversas iniciativas, quebrou a perna e precisou passar por uma cirurgia, fazendo com que ficasse de repouso até se recuperar.
Foi nesse momento tão difícil que viu de perto o amor, carinho e zelo que a família tinha com ela. “Fui me recuperar na casa de um dos meus filhos e fiquei lá por oito meses. Ele e minha nora cuidaram muito bem de mim. Quando ia à consulta, todos iam comigo e me acompanhavam, o médico achou isso tão lindo. Depois, voltei para minha casa, com minha vida normal.”
Com dois filhos, duas noras e dois netos, Darci transborda felicidade e gratidão pela vida. É rodeada de pessoas que a amam e não hesitam em demonstrar e é exatamente isso que ela primou por ensinar. “O meu pedido para as mães e pais é de que cuidem dos seus filhos, deem carinho, abraços, atenção, conversem com eles. É isso que falta para muitas crianças nesse mundo”, finaliza.
