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Editorial: O sol que brilha na escuridão

As semanas têm se traduzido em uma jornada tortuosa e cheia de temores para o povo do Rio Grande do Sul. Diante da fúria da natureza, o que restou foi se agarrar às árvores, subir nos telhados, fugir de casa e nadar em busca de terra seca. Para trás, ficaram bens construídos ao longo de décadas, sonhos e, infelizmente, vidas.

A tragédia afetou 446 dos 497 municípios gaúchos. Até o início da tarde de terça-feira, dia 14 de maio, eram 148 mortes confirmadas e 124 desaparecidos. Mais de 2 milhões de pessoas foram impactadas, com milhares de desabrigados e mais de meio milhão de pessoas desalojadas.

Para iluminar a “longa noite” que o estado vive, chega de todos os cantos a solidariedade. Que não por outro motivo, carrega o “sol” no nome, pois é capaz de aquecer o dia mais gélido e brilhar na mais impiedosa escuridão. É ela a responsável por manter acesa a esperança.

Os pomerodenses são um belo exemplo de irmandade que se espalhou por todas as esferas. A população lotou caminhões com mantimentos destinados aos gaúchos. A prefeitura “adotou” a cidade de Cruzeiro do Sul para ajudar na reconstrução e enviará maquinários e profissionais.

O empresário Salézio Martins, já nos primeiros dias da tragédia, disponibilizou seu helicóptero para auxiliar nos resgates. Mais tarde, a aeronave foi oferecida para levar uma comitiva da administração municipal à cidade “adotada” e, na ocasião, também ofereceu maquinário para auxiliar nos trabalhos.

Representantes dos Bombeiros Voluntários de Pomerode se juntaram às forças de segurança que atuaram no salvamento de pessoas e animais acuados pelas águas que se recusam a baixar. Quanto orgulho de nossa gente, desse movimento de empatia e espontaneidade.

E o mais impressionante de tudo isso é que a Cidade Mais Alemã do Brasil foi apenas um pequeno cantinho do Brasil a se mobilizar. Esse ímpeto se repetiu nos quatro cantos do país, criando uma movimentação solidária poucas vezes vista. Inclusive, unindo famosos e conhecidos em todas as mídias às pessoas que desejavam doar, mas não sabiam como, criando uma corrente de amor ao próximo.

É preciso que esse senso humanitário permaneça por muito tempo, pois o momento no Rio Grande do Sul ainda é de salvar e preservar vidas. A reconstrução, no entanto, fica mais para frente. Há cidades completamente destruídas, bairros que possivelmente não poderão mais existir, lavouras devastadas, famílias que possuem apenas a roupa do corpo.

Nossos irmãos gaúchos ainda precisarão de muito apoio, seja governamental ou aquele vindo dos cidadãos comuns. Também precisaremos reavaliar ações nas áreas ambientais e sociais, para que possamos nos tornar mais assertivos diante de situações como esta, preservando vidas e propriedades.

No entanto, por ora, deixemos que o farol da solidariedade abra caminho em meio às águas e aqueça os corações daqueles que precisarão recomeçar do zero.

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