sábado, 14 de junho de 2025
16.2 C
Pomerode
16.2 C
Pomerode
sábado, 14 de junho de 2025

Dedicação mais do que ‘Apaexonante’

Riacarla Wachholz Rauh completa 20 anos na direção da Apae e fala sobre os aprendizados e descobertas

Foto: Janaina Possamai
Sorriso: são várias as lembranças que trazem emoção a Riacarla.

Num piscar de olhos, lá se vão 20 anos de muita dedicação, desafios, conquistas e muito trabalho. Essa é a sensação descrita por Riacarla Wachholz Rauh, de 55 anos, ao falar de sua trajetória como diretora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Pomerode.

Se você acha que duas décadas é bastante tempo, precisa saber que a ligação de Riacarla com a Apae começa muito antes disso. Ela tinha apenas 18 anos quando iniciou seu caminho na instituição educacional. Riacarla tinha o sonho de ser professora e, dessa forma, acabou substituindo por quatro meses uma professora que acabara de ser mãe, na EEB Prudente de Moraes. Terminada a licença da titular da vaga, Riacarla recebeu o convite para integrar então o time da Apae (fundada em 1982) e que contava com apenas duas professoras até então. A escola precisava de uma terceira profissional, para atender os deficientes auditivos, o ano era 1983. “Inicialmente passei uma semana acompanhando os trabalhos da Apae de Indaial, que já atendia aos deficientes auditivos. Em seguida comecei a preparar os materiais didáticos e passamos a oferecer esse atendimento em Pomerode”, lembra.

No início, a Apae funcionava em um espaço cedido pela Matriz São Ludgero. Foi em 1986 que a instituição inaugurou sua sede própria, no mesmo local em que está estabelecida até hoje. Riacarla lembra dessa conquista com muito carinho, ao pontuar a evolução alcançada pela Apae desde a fundação.

Foi em 1991 que a ligação entre Riacarla e a Apae ficou em estado de espera por alguns anos. “Tive meu primeiro filho nesse ano e acabei saindo da Apae. Depois nos mudamos para o interior de São Paulo e moramos lá até 1999, quando retornamos a Pomerode”, conta.


Janaina Possamai /Reconhecimento: equipe da Apae de Pomerode prepara homenagem e entrega flores a Riacarla.

Em 2000 essa relação especial foi retomada. “Fui convidada a assumir a direção da Apae. Foram vários os desafios iniciais e contei com o apoio da diretora, das professoras e, especialmente, de uma colega que na época era orientadora pedagógica e me ajudou demais”.

A data era 25 de outubro de 2000 e, de lá para cá, Riacarla e a Apae não mais se separaram, nem mesmo quando ela enfrentou um de seus maiores desafios pessoais: a luta contra o câncer de mama. “Tirei licença durante o tratamento, mas sabia que a instituição estava em ótimas mãos. A Daniela, que é a atual orientadora e todos os colaboradores foram simplesmente fantásticos”, emociona-se.

Riacarla compartilha um momento que ficou marcado na memória. “Precisei fazer cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Perdi o cabelo e esse foi um momento bastante complicado. Quando cheguei à Apae pela primeira vez usando o lenço, lembro da reação das professoras, que ficaram muito emocionadas com aquilo”, descreve com um sorriso no rosto ao lembrar de todo o apoio recebido. “Tive todo o apoio aqui e, ainda mais, da minha família. Nunca me deixei desanimar, mesmo nas horas mais difíceis e agradeço a todos que me apoiaram para que conseguisse isso”, agradece ela de forma muito genuína.


Janaina Possamai /

A superação e a alegria de viver fazem parte da essência de Riacarla, talvez pelo aprendizado que colecionou ao trabalhar tão próximo a pessoas com necessidades especiais. “Eles nos dão uma bela lição de vida, demonstram muita alegria de viver. Quando nos abraçam, é com toda a sinceridade, e isso é maravilhoso”. A diretora sente-se realizada ao perceber as conquistas diárias dos alunos. “É muito gratificante vê-los aprendendo, criando novas amizades, vivenciando as experiências da escola”, destaca.

A Apae possui atualmente 26 funcionários e 205 alunos. Ao testemunhar o aumento no número de alunos, Riacarla também faz questão de comentar sobre um tema muito importante: a prevenção de deficiências. Segundo ela, é preciso bater sempre nessa tecla, para que a sociedade tenha cada vez mais conhecimento e promova as ações que resultam na prevenção.

Para encerrar, ela revela que permanecerá na direção da Apae até dezembro desse ano, depois deixará o cargo. “Não serei mais funcionária, mas, certamente, jamais deixarei de ser uma voluntária aqui. Tenho certeza que a Apae estará em ótimas mãos e permanecerá para sempre em meu coração e na minha história. Aqui me sinto em casa, a Apae se transformou em uma paixão de vida”, finaliza.

Imagens

Proibido reproduzir esse conteúdo sem a devida citação da fonte jornalística.

Receba notícias direto no seu celular, através dos nossos grupos. Escolha a sua opção:

WhatsApp

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui