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Conquistas além da matemática

Raciocínio lógico e criatividade fazem parte da rotina de Tales Augusto Oestreich, medalhista de ouro na 17ª OBMEP

Tales Augusto Oestreich é medalhista de Ouro da 17ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).  Durante a maior cerimônia de sua história, que foi realizada em Florianópolis na segunda-feira, 05 de junho, mais de mil estudantes de todo o Brasil foram agraciados com a medalha de ouro, honraria máxima aos mais bem colocados nas 16ª e 17ª edições da competição. “Eu acho que o universo da matemática é muito incrível. Não é uma coisa fácil, mas é fantástico você poder descobrir como a matemática pode ser usada de tantas maneiras diferentes”, garante o menino de 12 anos.

Anualmente a OBMEP reúne mais de 18 milhões de alunos de escolas públicas e privadas em 99,8% dos municípios do país. E essa não é a primeira conquista do aluno da EBM Dr. Amadeu da Luz, que em outras edições já garantiu também as medalhas de prata e bronze. “Entre os medalhistas de ouro no país, ele ficou na 83ª colocação geral e em quinto lugar na categoria dele, isso nos enche de orgulho, ficamos extremamente emocionados quando recebemos a notícia e, mais ainda, durante a cerimônia de premiação”, afirma o pai de Tales, Ari Edson Oestreich.

Foto: Marta Rocha

Apaixonado por números, desde muito pequeno Tales já chamava a atenção dos pais e também dos professores. A mãe, Marciana Carla Behling Oestreich, relembra que no primeiro dia de aula, Tales ainda muito pequeninho, voltou para casa com várias páginas do livro de atividades feitas. “Quando fui ajuda-lo com os exercícios, para minha surpresa, as atividades de matemática estavam com uma boa parte pronta.”

Os pais contam que Tales tinha o costume de contar tudo, isso muito antes da alfabetização. “Uma coisa é certa, o ser humano nasce como uma folha em branco e você, como pai e mãe, deve ser incentivador dos seus filhos”, ressalta o pai.

Na rua contava os carros, no supermercado os itens que a mãe colocava no carrinho e em casa tudo era motivo de cálculo. “Ele aprendeu muito cedo a regra de três e na escola sempre foi muito incentivado e chamava a atenção dos professores.”

Segundo eles, a escola tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança, porque proporciona as condições necessárias para que ela possa desenvolver o seu aprendizado. “A toda a equipe de professores da Amadeu, que estimula a participação dos alunos em sala de aula, sempre intensificando o que cada aluno tem de melhor, nossa gratidão.”

Em casa, desde muito cedo, Tales e também seu irmão foram estimulados com jogos de encaixe, xadrez e de tabuleiro, e com outras atividades como a música. “Nós sempre os incentivamos a procurar por atividades em que eles pudessem gostar de aprender.”

Outro ponto que Ari e a esposa consideram fundamentais é também o acompanhamento próximo dos pais nas atividades dos filhos e o controle do acesso às telas e ao conteúdo on-line. “Quanto mais for adiado o acesso às telas de uma forma indisciplinada, melhor será o rendimento dos seus filhos. Nós não somos pedagogos, mas somos pais muito dedicados e o maior projeto da nossa vida são os nossos dois filhos, por isso tentamos ao máximo estar sempre ao lado deles, os apoiando e mostrando o melhor caminho.”

Para o casal, a alegria da conquista de Tales, vai muito além de uma medalha ou o seu reconhecimento. “É saber que ele está se tornando um ser humano maravilhoso”, complementa Ari.

Já para Tales, que pretende ser um futuro arquiteto ou engenheiro, a matemática representa muito mais que conquistas. “Sempre me interessei muito, mas a medida em que o tempo foi passando, a matemática ganhou ainda mais importância na minha vida e acho que isso só vai aumentar com o tempo.”

Foto: Marta Rocha

Premiação

Em uma cerimônia marcada pela alegria, os medalhistas subiram ao palco representando seus estados para receber a sonhada medalha. A solenidade premiou os mais bem colocados das 16ª e 17ª edições. “ Fiquei muito feliz quando soube que era medalhista, de poder chegar tão longe”, garante Tales.

Foram 1.150 medalhistas de ouro, 1.089 compareceram ao evento. Todos têm direito ao Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), que oferece aulas avançadas de matemática e bolsa de R$ 300 mensais do CNPq para alunos de escolas públicas. “Quero me esforçar cada vez mais, para poder melhorar e conquistar outras medalhas e outras provas.”

Segundo Ari, é importante frisar também que a OBMEP não é uma olimpíada que mostra quais crianças são mais inteligentes. “O objetivo principal é que os inscritos, a partir de novas ideias, desenvolvam as questões que estão sendo propostas. Você tem um problema e precisa de uma ideia para a sua resolução.”

Além do ouro de Tales Augusto Oestreich, Pomerode também garantiu medalhas de prata e bronze nas duas edições. A lista completa você confere no site www.obmep.org.br.  A dupla comemoração da premiação colocou em dia o calendário da maior competição científica nacional, que estava atrasado devido à pandemia de Covid-19. 

Foto: Arquivo Pessoal

Atividades em Florianópolis 

O evento de premiação dos medalhistas de ouro da OBMEP aconteceu durante três dias. Os estudantes chegaram a Florianópolis no domingo, dia 04, e permaneceram na cidade até terça-feira, dia 06. “Fomos presenteados com a estadia e pudemos acompanhar esse momento tão especial e importante para o nosso filho”, declara a mãe.

A organização da OBMEP promoveu toda a logística do evento para que os alunos a partir do 6º ano do Ensino Fundamental tivessem uma experiência única. Além da cerimônia de premiação, os jovens participaram do jantar de boas-vindas, sorteio de brindes, palestra com pesquisador do IMPA, Paulo Orenstein, jogos matemáticos entre outras atividades.

Sobre a OBMEP 

Criada e realizada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), a competição é promovida com recursos do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Destinada a estudantes do 6º ano do Fundamental ao 3º ano do Médio, a OBMEP estimula o estudo da Matemática e identifica jovens talentos da disciplina. Outros objetivos da iniciativa são promover a inclusão social por meio da difusão do conhecimento e contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, permitindo que mais alunos brasileiros acessem material didático de qualidade.

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